07 março 2013

O aguilhão da história (sobre o assassinato do taxista moçambicano) (6)

"(...) a nossa preocupação no que se refere aos moçambicanos na África do Sul tem a ver com a extrema violência com eles tem sido tratados quando cometem crimes. Isto aconteceu agora, foi um caso excepcional, admitamos, mas também temos tido conhecimento de que os caçadores furtivos normalmente são mortos." - ministro Oldemiro Baloi
Sexto número da série. Entro no segundo número do sumário proposto aqui, a saber: 2. A excepcionalidade visível do fenómeno. Um cidadão atento filmou a agressão, à qual sobreveio a morte, levada a cabo por alguns polícias sul-africanos sobre um taxista moçambicano indefeso. Este caso permite supor que a agressão (1) foi unicamente obra de alguns polícias e (2) esgotou-se no agredido. Por outras palavras: a superfície do fenómeno reenvia para o episódico, o fortuito, o único, o não generalizável.
Prossigo mais tarde.
(continua)
Adenda: o vídeo a seguir contém imagens chocantes, aqui.
Adenda 2 às 7:34 de 05/03/2013: ouvidos ontem pela estação televisiva STV, camionistas moçambicanos que escalam a África do Sul queixaram-se de constantes maus tratos por parte da polícia sul-africana. Eles não gostam dos Moçambicanos - eis o resumo das intervenções.
Adenda 3 às 9:37 de 07/03/2013: logo abaixo extracto de uma notícia publicada aqui:

2 comentários:

nachingweya disse...

Exactamente. E as reacções parecem advir desse sinal superficial de fenómeno casual. Não nos ocorre analisar que os 8 policias tem o seu comportamento configurado na matriz social de onde provêm. Dos bairros onde há linchamentos.Dos mesmos bairros donde viemos nós. Daí este choro e esta indignação-autentincos, sim - mas como que tolerantes a avaliar pela sua veemencia.
Se tratar o semelhante desta forma estivesse inteiramente fora dos nossos valores, nenhum civil ou polícia o faria, e ninguém o toleraria.
Que não baste um cheque a familia Macia.

Salvador Langa disse...

Não há fotos para os furtivos.