Décimo número da série, com tema referido aqui, iniciando o ponto quarto do sumário sugerido aqui: 4. O efeito Muhôa. O texto que em epígrafe podeis ler (ampliem a imagem clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato) foi publicado pelo "Diário de Moçambique" o ano passado. Se não se importam, prossigo mais tarde.
(continua)
* Entretanto, recorde a minha série em 14 números intitulada Ionge: populares acusam autoridades de prender a chuva no céu, aqui. Para um excelente livro em francês que estabelece uma relação entre a percepções populares, feitiçaria, política e enriquecimento, consulte Geschere, Peter, Sorcellerie et politique, la viande des autres en Afrique. Paris: Karthala, 1995.
2 comentários:
Ora aqui com que pensar.
Se formos ler o relatório oficial desta visita da governadora a Muhôa talvez nos surpreendamos com expressões do tipo: houve avanços, as metas foram cumpridas, os 7 vieram impulsionar o desenvolvimento apesar do reembolso ser inferior a 1%...etc.
No tecido cultural bantu sempre houve medo da feitiçaria (como facto ou como conceito). A feitiçaria é uma das razões pela qual, desde há muitos anos até os dias de hoje, em muitas regiões do país, os mineiros nunca chegam a casa à luz do dia. Para não mostrarem o que trazem. (A outra razão é para não se ver o que não trazem quando voltam empobrecidos).
O fenómeno feitiçaria pode engendrar segredos e artimanhas defensivas mas não é escudo para preguiça.
Este tipo de artigos generalizantes devia provocar um jornalismo mais investigativo por parte da Redacção do Jornal sob pena de se estar a ofender 'o maravilhoso povo trabalhador de Muhôa, turmalina de Sussundenga'.
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