Mais um pouco desta série.
As reacções de desespero à cólera têm, na verdade, percursos mundiais.
Depois dos exemplos oitocentistas da Inglaterra e da França e da Índia actual, passemos para o Haiti.
Flagelado por um terramoto horrível, pela miséria e pela fome, o país viu-se a braços com a cólera, que estava erradicada havia mais de um século. Primeiro começaram (e ainda se mantêm) os protestos populares contra soldados nepaleses da ONU, acusados de a introduzirem; depois surgiram os linchamentos a eito, visando especialmente os sacerdotes vodu, acusados, eles também, de, via bruxaria, introduzirem a doença. No primeiro caso as suspeitas recaem sobre estrangeiros, no segundo sobre mestres do saber mágico-religioso, entidades representativas de alteridade absoluta em meio local, figuras do poder, num caso do poder militar, no outro do poder sacral da popular religião popular haitiana. Imagem reproduzida daqui.
Prossigo mais tarde.
As reacções de desespero à cólera têm, na verdade, percursos mundiais.
Depois dos exemplos oitocentistas da Inglaterra e da França e da Índia actual, passemos para o Haiti.
Flagelado por um terramoto horrível, pela miséria e pela fome, o país viu-se a braços com a cólera, que estava erradicada havia mais de um século. Primeiro começaram (e ainda se mantêm) os protestos populares contra soldados nepaleses da ONU, acusados de a introduzirem; depois surgiram os linchamentos a eito, visando especialmente os sacerdotes vodu, acusados, eles também, de, via bruxaria, introduzirem a doença. No primeiro caso as suspeitas recaem sobre estrangeiros, no segundo sobre mestres do saber mágico-religioso, entidades representativas de alteridade absoluta em meio local, figuras do poder, num caso do poder militar, no outro do poder sacral da popular religião popular haitiana. Imagem reproduzida daqui.
Prossigo mais tarde.
(continua)
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