Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
31 julho 2017
Uma crónica semanal
Um prisma sobre Moçambique
Um prisma sobre Moçambique através do mais recente número de um boletim editado por Joseph Hanlon, aqui.
30 julho 2017
A Havana dos Rodesianos [1969]
29 julho 2017
Uma coluna de ironia
Na última página do semanário "Savana" existe uma coluna de ironia - suave nuns casos, cáustica noutros - que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1229, de 28/07/2017, disponível na íntegra aqui.
Ponto de vista
Segundo o O País digital: "Gritámos tanto que tínhamos recursos e agora temos parceiros que não são necessariamente nossos amigos. São pessoas que estão interessadas nos nossos recursos". O empresário Gilberto Mendes tocou na ferida e disse mesmo que o Estado moçambicano sempre viveu de apoio e nunca se preocupou em desenvolver com esforço próprio. "Nós sempre tivemos isso de viver de aparências. Nunca nos passou pela cabeça que podíamos, em algum momento, descer à terra", sublinhou Mendes." Aqui.
28 julho 2017
A Havana dos Rodesianos [1969]
27 julho 2017
Ensino: qualidade e assiduidade [20]
-"[...] a falta de aplicação das medidas correctivas aos professores faltosos, nos distritos, e a falta de controlo da assiduidade estão entre os factores que ditam o fraco aproveitamento escolar. [...] Quando ao absentismo dos alunos nas escolas, a fonte atribui a culpa aos pais e encarregados de educação que não olham à escola como uma prioridade para os seus educandos." Aqui.
-"[...] o absentismo dos alunos, nas zonas rurais, está ligado a aspectos culturais, como é o caso dos ritos de iniciação, onde as crianças são obrigadas a interromper as aulas para atender as obrigações." Aqui.
Número anterior aqui, número inaugural aqui. Quais os factores que são regra geral marginalizados ou esquecidos nas análises que fazemos sobre a qualidade do ensino no nosso país? Proponho-vos pelo menos seis, tendo especialmente em conta o ensino primário, base de todo o edifício de ensino/aprendizagem e, portanto, da chamada qualidade: nutrição, condições de habitação/repouso, ludicidade, perfil nosológico, distância casa/escola, mnemónica e alunos mata-borrão, turmas superlotadas e escassez de recursos didáctico-pedagógicos. [foto reproduzida com a devida vénia daqui]
26 julho 2017
25 julho 2017
Ensino: qualidade e assiduidade [19]
-"[...] a falta de aplicação das medidas correctivas aos professores faltosos, nos distritos, e a falta de controlo da assiduidade estão entre os factores que ditam o fraco aproveitamento escolar. [...] Quando ao absentismo dos alunos nas escolas, a fonte atribui a culpa aos pais e encarregados de educação que não olham à escola como uma prioridade para os seus educandos." Aqui.
-"[...] o absentismo dos alunos, nas zonas rurais, está ligado a aspectos culturais, como é o caso dos ritos de iniciação, onde as crianças são obrigadas a interromper as aulas para atender as obrigações." Aqui.
Número anterior aqui, número inaugural aqui. Procurei dar-vos conta dos factores mais sistematicamente invocados para explicar o que se chama má qualidade do ensino. Agora, há uma outra questão: quais os factores que são regra geral marginalizados ou esquecidos nas análises que fazemos sobre a qualidade do ensino no nosso país? [foto reproduzida com a devida vénia daqui]
Conjuntura económica e perspectivas de inflação
"No período em análise, o Estado continuou a recorrer a BT [bilhetes do tesouro, CS] para o financiamento do seu défice, tendo nos meses de Abril e Maio utilizado 621 milhões de meticais, elevando a sua dívida em BT para 15.206 milhões de meticais." - Banco de Moçambique, Conjuntura económica e perspectivas de inflação Junho de 2017, a conferir aqui.
24 julho 2017
Uma crónica semanal
Uma página de ironia no Faísca
Existe no Faísca [jornal editado em Lichinga, capital provincial do Niassa] uma página de ironia - suave nuns casos, cáustica noutros - que se chama "Kucela" [em Yaawo, kucela significa amanhecer]. Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. [amplie a imagem abaixo clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato].
23 julho 2017
A síndrome do mylove [12]
Entre escárnio e resignação, passantes largam frases compensatórias: "Ali vão os bois! (em Xangaan: A ti homo!)". Há quem acrescente: "Para o matadouro! (A thomo tiya kudlayiwene)"
Número anterior aqui, número inaugural aqui. Escrevi no número anterior que as expressões de desânimo e conformismo eram também habitadas pela síndrome do mylove. Eis uma hipótese: submetida (o) a um uso prolongado do mylove - mera carrinha de caixa aberta -, a utilizadora ou o utilizador acaba por o ter como útil e, até, pode suceder, como amigo. Transporte pobre, malandro, ofensivo, negador da condição humana, mas amigo. Sem ele não chegaria ao serviço, sem ele não iria à escola. Assim se pode criar uma atracção secreta, irremediável e perversa, uma amnésia de sobrevivência, espécie de servidão voluntária à La Boétie. [foto reproduzida daqui].
22 julho 2017
Uma coluna de ironia
Na última página do semanário "Savana" existe uma coluna de ironia - suave nuns casos, cáustica noutros - que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1228, de 21/07/2017, disponível na íntegra aqui.
21 julho 2017
Um editorial
Do editorial do "Notícias" de hoje: "Porém, fica desde já um alerta para que o Governo avance rapidamente para soluções que não incluam o apoio directo ao seu orçamento, nem do FMI, nem de qualquer outro organismo ou parceiro internacional. É preciso acelerar o passo e criar capacidade interna para financiar o seu orçamento. [Está na hora de aprendermos a caminhar pelos nossos próprios pés. Será duro e difícil, mas não impossível." Aqui.
36.º livro: O que é psicologia?
Um prisma sobre Moçambique
Um prisma sobre Moçambique através do mais recente número de um boletim editado por Joseph Hanlon, aqui.
20 julho 2017
35.º livro: O que é mudança climática?
Entreguei ontem à Escolar Editora os textos do 35.º livro da colecção Cadernos de Ciências Sociais, intitulado "O que é mudança climática?", com autoria (pela ordem de entrada na foto abaixo) da geógrafa portuguesa Ana Monteiro, do médico moçambicano Mohsin Sidat, do cientista social brasileiro Thales de Andrade e do jurista e activista ambiental moçambicano Carlos Serra.
Ensino: qualidade e assiduidade [18]
-"[...] a falta de aplicação das medidas correctivas aos professores faltosos, nos distritos, e a falta de controlo da assiduidade estão entre os factores que ditam o fraco aproveitamento escolar. [...] Quando ao absentismo dos alunos nas escolas, a fonte atribui a culpa aos pais e encarregados de educação que não olham à escola como uma prioridade para os seus educandos." Aqui.
-"[...] o absentismo dos alunos, nas zonas rurais, está ligado a aspectos culturais, como é o caso dos ritos de iniciação, onde as crianças são obrigadas a interromper as aulas para atender as obrigações." Aqui.
Número anterior aqui, número inaugural aqui. Quais são os factores mais sistematicamente invocados para explicar o que se chama má qualidade do ensino? São especialmente os seguintes, tendo em conta o ensino primário e secundário das escolas públicas: ausência de vocação para o professorado, formação deficiente dos professores, excessiva carga horária docente, baixos salários, corrupção. [foto reproduzida com a devida vénia daqui]
19 julho 2017
A síndrome do mylove [11]
Entre escárnio e resignação, passantes largam frases compensatórias: "Ali vão os bois! (em Xangaan: A ti homo!)". Há quem acrescente: "Para o matadouro! (A thomo tiya kudlayiwene)"
Número anterior aqui, número inaugural aqui. Observei no número anterior que quando interrogadas sobre por que viajam em condições tão incómodas e ofensivas, as e os utentes dos ourloves respondem com frases do seguinte tipo: que fazer? É o que há para chegarmos ao serviço. Pobre não reclama. Não vale a pena reclamar. Governo não dá carros melhores. Sem dúvida que esse tipo de respostas tem muito de realidade. Mas, fazendo também parte dessa realidade, habita a síndrome do mylove. Em que consiste? [foto reproduzida daqui].
18 julho 2017
Ensino: qualidade e assiduidade [17]
-"[...] a falta de aplicação das medidas correctivas aos professores faltosos, nos distritos, e a falta de controlo da assiduidade estão entre os factores que ditam o fraco aproveitamento escolar. [...] Quando ao absentismo dos alunos nas escolas, a fonte atribui a culpa aos pais e encarregados de educação que não olham à escola como uma prioridade para os seus educandos." Aqui.
-"[...] o absentismo dos alunos, nas zonas rurais, está ligado a aspectos culturais, como é o caso dos ritos de iniciação, onde as crianças são obrigadas a interromper as aulas para atender as obrigações." Aqui.
Número anterior aqui, número inaugural aqui. O passado valorizado é extraído da história e congelado num postulado acrítico e primordial. Não importa colocar-se a hipótese de o ensino desse passado bom ter sido mau, regra geral mnemónico, técnico, executado num leque de poucos estabelecimentos de ensino, com turmas pequenas. O que importa é que, para certos círculos de opinião, ele era superior, bom porque o nosso actual é mau. No bula-bula, nas cartas dos leitores dos jornais, nos debates televisivos, alguns factores são sistematicamente invocados para explicar a má qualidade do ensino (sem que, regra geral, saibamos o que se entende por qualidade). Que factores são esses? [foto reproduzida com a devida vénia daqui]
Um prisma sobre Moçambique
Um prisma sobre Moçambique através do mais recente número de um boletim editado por Joseph Hanlon, aqui.
17 julho 2017
Urbanização rural: documentos sobre aldeias comunais em Moçambique [3]
Número anterior aqui. Os três manuais colocados à disposição pública nesta série [gentilmente enviados por um leitor deste diário, o PC] mostram uma face pouco conhecida, a da paixão, do rigor e do conhecimento investidos para pôr em movimento a urbanização rural e, por essa via, melhorar grandemente a vida dos camponeses. Confira o terceiro e último manual aqui. [nota: o leitor que me enviou os três manuais não conseguiu localizar o quarto manual da coleção]
Sugestão: leia a tese de doutoramento do Professor Manuel de Araújo sobre aldeias comunais neste ficheiro pdf aqui. Para uma recensão dessa obra, baixe este outro ficheiro pdf aqui.
Sugestão: leia a tese de doutoramento do Professor Manuel de Araújo sobre aldeias comunais neste ficheiro pdf aqui. Para uma recensão dessa obra, baixe este outro ficheiro pdf aqui.
Uma crónica semanal
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