Último número da série, baseada num trabalho do jornal "O País", versão digital, conferível aqui. Termino o último ponto do sumário proposto aqui. 3. O futuro. Sem dúvida que o futuro já está em marcha. No caso de ser a Frelimo a ganhar as eleições em 2014, teremos, por hipótese, durante pelo menos mais uma década, um omnipotente presidente da luta de libertação à testa de tudo via partido e um presidente das gerações pós-independência à testa do Estado, em posição vincadamente subalterna. Daqui a uma década, esgotado o viveiro activo dos pais fundadores da luta de libertação nacional e no caso de não surgir um partido alternativo, serão os mais antigos e disciplinados do pós-independência a pegar do facho de comando dos libertadores. Eis o fim desta hipótese sobre o duplo poder.
(fim)
2 comentários:
Então só daqui a dez anos se exercerá a verdadeira democracia pois todos estarão em idênticas condições. Os herdeiros? Terão de, pelo menos, ser competentes.Dez anos!
Ainda acredito que esta governacao bicefala e uma solucao transitoria. Penso que o sr. Professor deveria destacar o facto de Guebuza e a FRELIMO estarem hoje a viver o pior momento da sua historia desde a morte de Mondlane/Samora. Pois, ve os nordicos - fieis doadores do OGE e ate quinta-coluna da FRELIMO no mundo ocidental a fecharem as torneiras. Ve fortalecida a oposicao interna da ala Chissanista, que se juntou a conservadora de Marcelino dos Santos. Ve-se condicionada explicitamente pelos comerciantes ricos muculmanos, o que a expos ao ridiculo. Ve uma oposicao incipiente e quase sem meios a desbaratar os seus cabos de guerra locais, como o sr. Meque da Zambezia, provando que Guebuza escolheu apparatchicks e nao pessoas competentes para governar Mocambique. Escolha essa que afinal, e tambem impeditiva para haver uma alternativa credivel ao proprio Guebuza e que lhe seja fiel. Pois nem o proprio Guebuza acredita na fidelidade de Paunde ou de Aires Aly. E contra tudo isso, Guebuza so conta com o apoio das multinacionais, que sao autenticos sanguessugas, e que agravam o estado social de Mocambique, ou do suor de cada um um de nos. Ora, NOS, nao temos muito mais para dar. A menos que nos expoliem.
E nessas condicoes que se pede a Frelimo para fazer a transicao. Ora, se eu estivesse no lugar de Guebuza ou do seu CC faria exactamente a mesma coisa, adiando a transicao para possivelmente 2014.
Nessa altura, caso o candidato da FRELIMO venha da zona centro, como manda a logica dizer, proceder-se-a a transicao e ao nascimento de um novo ou nova GRANDE LIDER.
Esta e a minha opiniao.
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