O cemitério de Lhanguene, periferia da cidade de Maputo, está muito sujo.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
3 comentários:
Falta de respeito pelos mortos!
Sugiro que se considere a cremacao de ossadas apos alguns anos de enterro. Ou entao, a retirada compulsiva dos mortos, ou dos vivos das imediacoes...
O cemitério de Lhanguene é, para mim, a mais eloquente falta de auto estima de todos nós enquanto sociedade humana. A continuada utilização do cemitério está a torná-lo numa autêntica VALA COMUM.
Em lugar de desalojar os que aí já descansam - que Deus tenha- com propostas de cremação de ossadas cabe aos vivos o engenho para prepararem para si o seu futuro eterno descanso. Se a opção é o enterro, Moçambique tem perto 800 000 Km2 dos quais talvez 80% em terra.
Enquanto de descobre a solução o cemitério de Lhanguene pode ser estendido até ao cruzamento entre a Av de Moçambique e N4 por simples deslocação daquela coisa dos polícias caninos para Boquisso ou Bovole.
Outra alternativa imediatista é a conversão de todo o espaço do jardim zoológico em Lhanguene 2 por expropriação para fim público. Tanto que o seu objecto social há muito deixou de ser exercido.
Assim como está é que não pode continuar apesar de ser uma boa bitola dos nossos valores (anónimos, dirigentes, opositores, letrados... todos, não há quem não frequente aquele "condomínio"!)
É certo que depois de mortos já não precisamos mais dos nossos corpos mas podemos jogá-lo fora de maneira mais limpa e digna do aquela que está a acontecer no nosso cemitério de Lhanguene.
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