Aberta a porta do carro do lado do condutor, alarme desligado, entra lenta a senhora avantajada, entram rápidas cinco crianças pelas restantes portas, vidros automáticos corridos, a criança que vai ao lado da condutora comendo um sorvete estende uma moeda ao homem que, do lado de fora, zeloso e expectante, terá dito que guardara o carro. E assim, tudo achado natural nesta cidade de Maputo abraçada ao Índico, com uma pequena moeda aprendem as crianças sobre quem deve morar no rés-do-chão.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
E aprendem também sobre os "chefões naturais".
Duro mas importante dizer.
Enviar um comentário