Noite chegada, fogosas passam as classes médias em seu alegre e ginástico footing maputense, no preciso momento em que, sentido contrário, em apressado jeito a caminho das paragens dos chapas, passam as empregadas domésticas com seus sacos plásticos. E assim, nas dialécticas veredas da vida e do destino, uns correm por prazer, outros por necessidade.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
6 comentários:
Outstanding picture.
Eu achom que correm todos por necessidade, porem com motivacoes diferentes. Enquanto a necessidade de uns (tal classe media, joggers) deriva da expurgacao dos excessos de colesterol resultante das abundantes gulesoeimas que consomem, a necessidade das outras (as empregadas) deriva da pressa em apanhar o chapa ou o TPM, para aquecer o chiquento de xima com matsau ontem sobrados! Enfim, coisas da vida!
Pasmei na sensibilidade da observação! Mas o que mais se poderia esperar de um sociólogo poeta? =)
Quando eu crescer, quero ser como você. =P
Repito uma palavra que usei num post anterior - brilhante.
A Cristine disse claro, sensibilidade...
Após esta descrição, a primeira palavra que me aparece é de teatro social,cujo relator é um espectador atento
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