Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
25 fevereiro 2012
Desenvolvimento desigual de Moçambique
Fonte aqui. Amplie a imagem clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato. Entretanto, estude os resultados, logo abaixo, de um pequeno trabalho feito em 2006 por estudantes meus sobre a distribuição de telefones no país, recordando aqui:
9 comentários:
Sir Baba Sharubu
disse...
Has the time come to start considering the change of Mozambique's capital, from Maputo to a more geographically central province ?
A assimetria é entre Maputo e Moçambique e começa aqui um pouco depois de Marracuene. E sim, a excentricidade da capital faz com que o desenvolvimento de Maputo se irradie mais rapidamente para "os casinos"da RAS e Swaziland do que para dentro do país. Durante e era colonial o projecto de deslocar a capital para uma posição geográfica mais estratégica teve vários defensores.
Concordo com o Sr Ricardo mas acho que se pode estimular o acesso ao "deserto"com base em atitudes estratégicas de planificação criativa (apesar das restrições próprias da ecomia de mercado). Por exemplo, se ao emitir-se uma licença de exploração de bombas de combustível na COOP, onde todos sabemos que o negócio é rentável, se indexasse a essa licença a implantação e exploração de uma outra bomba de combustível em qualquer outro ponto do "deserto" como subsídio ao desenvolvimento nacional de infra estruturas (ou responsabilidade social), já não teriamos que viajar com "Jerricans" de combustível nas bagajeiras nem embarcar em programas estatais inviáveis de distribuição de combustíveis pelo "deserto" afora. Quem fala em bombas de combustível fala em Bancos.
Senhor Nachingweya, o que diz e muito importante. Contudo, a meu ver, mais do que procurar uma capital (houve que sugerisse Mopeia por ser o incentro poligonal de Mocambique) penso que deveriamos concentrar as nossas atencoes nisto:
1- Descongestionar as urbes;
2- Aumentar a rede ferroviaria e hidroviaria;
3- Criar um PRESILD mocambicano.
E como se faria?
1- Os setes milhoes no distrito seriam melhor aplicados num Fundo de Fomento Demografico, cuidadosamente planificado pelo Estado, que incluisse infra-estruturas basicas como hospital, escola, esquadra de policia, correios, televisao, internet, agua e luz. O subsidio contra a pobreza urbana seria melhor aplicado caso o Governo impusesse como condicao que os seus beneficiarios fossem morar nas zonas de expansao determinadas pelo Fundo de Fomento Demografico;
2- A rede nacional deve crescer no sentido norte-sul; sul-oeste, e nao apenas oeste-leste (interior-costa). O plano nacional de estradas e INSUTENTAVEL para o governo. Mas valia que certos trocos nacionais fossem concessionadas a privados/publicos/PPPs segundo o modelo sul-africano. Pela extensao territorial de Mocambique, as vias ferreas tem uma melhor correlacao custo X beneficio, quer para investidores, quer para a populacao. E com o imenso potencial energetico que temos, poderiamos ter ramais com 2-4 vias. E davamos empregos aos locais que (tal como no tempo colonial) se encarregaria de vigia-las, limpar o capim, etc. Aqui tambem, sugeria que estudassem o modelo sul-africano. Por seu turno, Mocambique tambem deve explorar mais as solucoes hidroviarias, que chegam a custar somente 1/10 das rodoviarias e ate 1/5 das ferroviarias. Tanto os lagos Chire, Niassa, como o rio Zambeze, deveriam ser navegaveis para todo o tipo de cabotagem fluvial. Estudar o modelo alemao e canadiano. Por fim, a cabotagem maritima costeira deveria ser reactivada. Ja que a Navique e a Permar faliram, entao abra-se o mercado a quaisquer operadoras na area. Quanto ao transporte aereo julgo que o mesmo continuaria a servir Mocambique, possivelmente mais ligado ao charter turistico;
3- Por fim, replicar em Mocambique o PRESILD de Angola, reconstruindo a rede de pequeno comercio do interior, centros logisticos e grandes superficies distribuidoras nacionais nas capitais de provincia.
Postas as coisas assim, a meu ver, estariam garantidas as condiicoes para que a Banca se movesse ate ao seu Cliente, e com isso, toda pujanca economica que justificaria a posterior a criacao de uma futura capital mais longe de Maputo.
Por fim, referiu-se aqui a Brasilia e a Abudja. So que para ambas, a historia escreveu sentencas diferentes. Brasilia e cada vez mais um centro administrativo federal, com um excelente aeroporto que chega a qualquer ponto fronteirico do Brasil quase ao mesmo tempo, nunca suplantou a importancia de Sao Paulo, como a "real" capital brasileira. O mesmo sucede com Abudja (ou Dodoma na Tanzania) que jamais suplantara Lagos ou ate Kano. Ou Yamoussoukro na Costa do Marfim a qual se nao fosse a maior basilica do mundo nem existiria no mapa. E por fim, tanto a Russia quanto os EUA tem as suas capitais implantadas bem longe do centro dos seus paises, mas nem por isso deixar de desenvolver competentemente os seus paises. Washington DC esta muito mais perto de Nova Iorque do que de Los Angeles. No entanto, o estado mais propero dos EUA e a California...
Mas para isso e que, nos, aqui e em outros foruns, somos chamados a reflectir para que o mesmo nunca suceda em Mocambique, porque afinal a nobreza dos objectivos do PRESILD jamais esteve em causa.
9 comentários:
Has the time come to start considering the change of Mozambique's capital, from Maputo
to a more geographically central province ?
Impressionante diferença.
A assimetria é entre Maputo e Moçambique e começa aqui um pouco depois de Marracuene. E sim, a excentricidade da capital faz com que o desenvolvimento de Maputo se irradie mais rapidamente para "os casinos"da RAS e Swaziland do que para dentro do país.
Durante e era colonial o projecto de deslocar a capital para uma posição geográfica mais estratégica teve vários defensores.
Meus senhores, ninguem abre um banco no meio do deserto, se nao houver uma maneira de se ir e regressar de la...
Comeca por ai.
Lembrem-se como se deu a conquista do Oeste nos EUA.
Concordo com o Sr Ricardo mas acho que se pode estimular o acesso ao "deserto"com base em atitudes estratégicas de planificação criativa (apesar das restrições próprias da ecomia de mercado). Por exemplo, se ao emitir-se uma licença de exploração de bombas de combustível na COOP, onde todos sabemos que o negócio é rentável, se indexasse a essa licença a implantação e exploração de uma outra bomba de combustível em qualquer outro ponto do "deserto" como subsídio ao desenvolvimento nacional de infra estruturas (ou responsabilidade social), já não teriamos que viajar com "Jerricans" de combustível nas bagajeiras nem embarcar em programas estatais inviáveis de distribuição de combustíveis pelo "deserto" afora. Quem fala em bombas de combustível fala em Bancos.
Brasilia, the new capital of Brazil is 52 years old.
http://en.wikipedia.org/wiki/Bras%C3%ADlia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bras%C3%ADlia
Abuja is the new capital of Nigeria. It is 21 years old.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Abuja
Senhor Nachingweya, o que diz e muito importante. Contudo, a meu ver, mais do que procurar uma capital (houve que sugerisse Mopeia por ser o incentro poligonal de Mocambique) penso que deveriamos concentrar as nossas atencoes nisto:
1- Descongestionar as urbes;
2- Aumentar a rede ferroviaria e hidroviaria;
3- Criar um PRESILD mocambicano.
E como se faria?
1- Os setes milhoes no distrito seriam melhor aplicados num Fundo de Fomento Demografico, cuidadosamente planificado pelo Estado, que incluisse infra-estruturas basicas como hospital, escola, esquadra de policia, correios, televisao, internet, agua e luz. O subsidio contra a pobreza urbana seria melhor aplicado caso o Governo impusesse como condicao que os seus beneficiarios fossem morar nas zonas de expansao determinadas pelo Fundo de Fomento Demografico;
2- A rede nacional deve crescer no sentido norte-sul; sul-oeste, e nao apenas oeste-leste (interior-costa). O plano nacional de estradas e INSUTENTAVEL para o governo. Mas valia que certos trocos nacionais fossem concessionadas a privados/publicos/PPPs segundo o modelo sul-africano. Pela extensao territorial de Mocambique, as vias ferreas tem uma melhor correlacao custo X beneficio, quer para investidores, quer para a populacao. E com o imenso potencial energetico que temos, poderiamos ter ramais com 2-4 vias. E davamos empregos aos locais que (tal como no tempo colonial) se encarregaria de vigia-las, limpar o capim, etc. Aqui tambem, sugeria que estudassem o modelo sul-africano. Por seu turno, Mocambique tambem deve explorar mais as solucoes hidroviarias, que chegam a custar somente 1/10 das rodoviarias e ate 1/5 das ferroviarias. Tanto os lagos Chire, Niassa, como o rio Zambeze, deveriam ser navegaveis para todo o tipo de cabotagem fluvial. Estudar o modelo alemao e canadiano. Por fim, a cabotagem maritima costeira deveria ser reactivada. Ja que a Navique e a Permar faliram, entao abra-se o mercado a quaisquer operadoras na area. Quanto ao transporte aereo julgo que o mesmo continuaria a servir Mocambique, possivelmente mais ligado ao charter turistico;
3- Por fim, replicar em Mocambique o PRESILD de Angola, reconstruindo a rede de pequeno comercio do interior, centros logisticos e grandes superficies distribuidoras nacionais nas capitais de provincia.
Postas as coisas assim, a meu ver, estariam garantidas as condiicoes para que a Banca se movesse ate ao seu Cliente, e com isso, toda pujanca economica que justificaria a posterior a criacao de uma futura capital mais longe de Maputo.
Por fim, referiu-se aqui a Brasilia e a Abudja. So que para ambas, a historia escreveu sentencas diferentes. Brasilia e cada vez mais um centro administrativo federal, com um excelente aeroporto que chega a qualquer ponto fronteirico do Brasil quase ao mesmo tempo, nunca suplantou a importancia de Sao Paulo, como a "real" capital brasileira. O mesmo sucede com Abudja (ou Dodoma na Tanzania) que jamais suplantara Lagos ou ate Kano. Ou Yamoussoukro na Costa do Marfim a qual se nao fosse a maior basilica do mundo nem existiria no mapa. E por fim, tanto a Russia quanto os EUA tem as suas capitais implantadas bem longe do centro dos seus paises, mas nem por isso deixar de desenvolver competentemente os seus paises. Washington DC esta muito mais perto de Nova Iorque do que de Los Angeles. No entanto, o estado mais propero dos EUA e a California...
O que foi o PRESILD? Um programa de revitalizacao da rede comercial a todos os niveis, destruida por anos de guerra civil, e pretendia construir:
Mercado Grossista
8 Centros Logistivos e Distribuidores e 1 Mercado Abastecedor
Criação de empregos (Directos e Indirectos): 30.100
Investimento Total (USD): 870.000.000,00
Custo Médio de Criação de 1 novo emprego: 27.719,30 USD
Mercado Retalhista
163 Mercados Municipais
Criação de empregos (Directos e Indirectos): 74.315
Investimento Total (USD): 570.500.000,00
Custo Médio de Criação de 1 novo emprego: 7.676,78 USD
31 Supermercados e 2 Centrais de Distribuição
Criação de empregos (Directos e Indirectos): 6.448
Investimento Total (USD): 202.000.000,00
Custo Médio de Criação de 1 novo emprego: 31.327,54 USD
10.000 Estabelecimentos de Rede Comercial de Proximidade
Criação de empregos (Directos e Indirectos): 88.000
Investimento Total (USD): 45.500.000,00
Custo Médio de Criação de 1 novo emprego: 511,36 USD
Urbanismo Comercial
20 Zonas de Urbanismo Comercial
Criação de empregos (Directos e Indirectos): 6.980
Investimento Total (USD): 130.000.000,00
Custo Médio de Criação de 1 novo emprego: 18.624,64 USD
TOTAL
Criação de empregos (Directos e Indirectos): 204.243
Investimento Total (USD): 1.772.100.000,00
Custo Médio de Criação de 1 novo emprego: 8.286,70 USD
mais detalhes aqui: http://www.dnci.net/comercio_interno/presild/objectivos.aspx
Houve erros politicos e de gestao graves...
http://www.opais.net/pt/opiniao/?id=1807&det=18688
Mas para isso e que, nos, aqui e em outros foruns, somos chamados a reflectir para que o mesmo nunca suceda em Mocambique, porque afinal a nobreza dos objectivos do PRESILD jamais esteve em causa.
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