17 fevereiro 2012

Celular

Pertenci a um tempo no qual, em certas zonas rurais do país, se fazia uso do telefone das cavilhas e da manivela: colocava-se a cavilha num número do quadro, dava-se à manivela e aguardava-se pacientemente que do outro lado da linha o destinatário atendesse. Por vezes, aqui e acolá, o tronco que sustentava o fio mágico do telefone ardia com alguma queimada feita pelos camponeses. Então, de nada valia dar à manivela. Hoje, como é mágico este pequeno aparelho sem fio, sem cavilhas, sem manivela, sem o problema do tronco queimado, cheio de coisas e funções fantásticas, havido por natural, instantâneo, ao qual chamamos celular e em cuja órbitra nascemos e vivemos, sem nos apercebermos de quão longa é a história física, química e matemática que está à sua retaguarda, de quão social é o seu natural!

2 comentários:

Salvador Langa disse...

Francamente gostei eu que tenho um Samsung.

TaCuba disse...

E é verdade, usa-se e prontos.