09 julho 2012

Liga dos Estudantes Comunistas de Moçambique (31)

Trigésimo primeiro número da série, prosseguindo na décima quinta questão:
Carlos Serra: Certas correntes sustentam que o comunismo é inimigo da liberdade. Qual a vossa posição?
Régio Conrado: (continuidade da resposta, CS) É deste modo que não nos surpreendemos quando vemos as pessoas a confundir o comunismo como inimigo da liberdade porque, deveras vezes, as sociedade liberais ou com grandes laços em termos de modelos existenciais com o mundo ocidental, com os países defensores do capitalismo, do liberalismo e hoje neoliberalismo, tendem a olhar para o comunismo nesse sentido sem antes aprofundarem as assumpções do próprio comunismo (a resposta prossegue no próximo número, CS).
(continua)

17 comentários:

Armando disse...

Não é preciso aprofundar, a prática mostrou que o comunismo é inimigo da liberdade. Contra factos não há argumentos. O Conrado fala contra o capitalismo, está no seu direito e tem essa liberdade. Se fosse num país comunista e falasse contra o comunismo peovavelmente seria morto e sem julgamento. Não é preciso aprofundar as assumpções do próprio comunismo, a prática já mostrou isso, já aconteceu. São factos.

nachingweya disse...

Refresquemos a memória em relação às assumpções essenciais do comunismo:

"O comunismo (do latim communis - comum, universal) é uma ideologia política e socioeconômica, que pretende promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum e no controle dos meios de produção e da propriedade em geral.[wikipedia]"

Ou não se trata deste tipo de comunismo?

ricardo disse...

O sr. Conrado ainda nao acabou de responder. Logo, fico a espera do final...

Anónimo disse...

O comunismo e o Sr Conrado são contrários à liberdade de possuirmos a nossa propriedade privada. Isso ele já o disse anteriormente.
Já o comunismo é contrário à religião e à liberdade de culto. O próprio Marx dizia que a "religião é o ópio do povo". Ou seja ele não acha que o povo tenha o direito de se "drogar" com a religião. Isso é ser contrário à liberdade de consciência... Sem demagogias, claro.
Sejamos coerentes...

Salvador Langa disse...

Falta fazer o estudo tipo Freud dos anticomunistas.

ricardo disse...

Sem querer destoar, uma simples duvida metodica sr. Conrado: É conhecida a ambiguidade de Marx sobre o
colonialismo, e a internacional comunista (a Terceira Internacional) tinha dado
prioridade durante várias décadas à luta contra o fascismo. A luta contra o colonialismo seria para depois. Esta ambiguidade a respeito da luta anti-colonial. Tendo em conta que as condicoes objectivas do terreno se assemelham muito hoje a pre-epoca de Marx, razao pela qual, nunca se leu tanto Marx na Europa e EUA, nao acha que o vosso projecto alem de extemporaneo, seria mesmo mal compreendido por outros marxistas por exemplo, do mundo ocidental? Ou mesmo, correr o risco de ser interpretado como mais um "receptaculo" de comandos vindos destes, afinal, fazendo o mesmo que aqueles que hoje critica?

Regio Conrado disse...

Senhores! E' sempre um prazer dialogar e reflectir convosco pois para mim a esfera publica e' por excelência esse lugar em que as pessoas podem distender, contrapor, ré-argumentar, refutar, etc. Primeiro começo por chamar atenção ao sr. Armando que não pode confundir evidência com ciência pois nem sempre os factos em si nos permitem compreender e aprofundar os mesmos, e' sempre preciso ir mais fundo. Este tem sido um dos pontos que o Professor Carlos Serra tem advertido nos seus livros. Ademais, antes de dizermos se o que existia na URSS e outros lugares era comunismo ou não temos de tentar compreender o que compreendemos por comunismo, porque incorremos risco de ter paralisia mental, e' preciso desgomoficar o que pensamos que sabemos. Marx e Engels ao pensarem no comunismo, primeiro o pensavam como o estágio mais alto da evolução da sociedade, ou seja, do socialismo. Mais ainda defendiam que o comunismo era o reino da liberdade. De facto, se olharmos historicamente vemos que chegar ao comunismo sem responder a um conjunto de problemas objectivos e subjectivos e' impossivel. Mutatis mutandi, sabemos que a sociedade tem vários problemas quer existenciais quer essenciais, e esses problemas precisam ser resolvidos. Marx compreendia que uma sociedade só seria comunista quando não mais existisse classes, estado, exploração do homem pelo homem, alienação e que cada um tivesse acesso as coisas de acordo com a sua necessidade e produzisse de acordo com a sua habilidade. E quem e' que distribuiria e faria essas coisas? Não seria obviamente o Estado porque este não existiria mais. No contexto stalinista, diz o filosofo Istvan Meszaro "… era uma operação burocrática que decidia por você, por mim e por todos quais seriam as necessidades legítimas de cada um. Se você considerar esse tipo de sociedade como comunista, é claro que isso não existe mais; mas, para mim, essa não era uma sociedade comunista em nenhuma acepção da palavra”. O que estamos a dizer que o que houve na URSS e outros lugares nunca foi comunismo em nenhum sentido da palavra, mesmo no sentido etimológico trazido pelo sr Nachingweya. Comunismo não e' ditadura de uma elite sobre as massas escondido por trás de um capitalismo de estado. E' necessário ultrapassar os intuicionismo históricos para repensar em termos analíticos. A União Soviética, de facto, colapsou, não existe mais porem isso não significa que o comunismo tenha acabado porque nunca historicamente falando existiu, mesmo na URSS. Quando Althusser defende que Comunismo e' humanismo e' porque a essência de toda a reflexão comunista e' o homem. Existem realidades históricas que se confundem e se pretendiam comunistas mas não passaram de ditaduras terríveis. O sr armando deve continuar a aprofundar os assuntos porque senão corre o risco de ficar com miopia compreensiva, a leitura amadurece o espírito diz kant. Que continue assim, sr Nachingweya.

Regio Conrado disse...

Ora, quanto ao sr Ricardo tenho a dizer que algumas passagens das obras de Marx tem partes que são típicas do seu século, não só a sua ambígua posição quanto ao colonialismo mas quanto a inferioridade dos povos extra-ocidentais. Estes posicionamentos são conhecidos por quem navega por dentro da obra de Marx mas isso não tem implicações nos propósitos que tinha para libertar a humanidade, aliás, qualquer pensador tem partes ambíguas na sua obra. Por exemplo, Heidegger tinha uma relação mística com o nazismo, não obstante, ser um pensador de um calibre fora do comum. A essência do comunismo, do marxismo e' libertar o homem, não importando o tipo de homem porque recorde-se, e isso nota-se nas obras de juventude, que partia de uma acepção filosófica ou metafísica e mais tarde mais concreta de homem, aquele descrito por Carlos Serra nos Combate pela mentalidade sociologica. Isso tem implicações em toda a sua reflexão. Nos pensamos e estamos convencidos que mais do que nunca hoje e' preciso recuperar as obras de Marx para proceder a leitura da realidade, mas de uma forma dialéctica e criativa como fez Lukacs, e o faz Meszaro. O comunismo nunca será extemporâneo, fora do tempo pois que o comunismo e' uma alternativa ao capitalismo, a lógica do capita, as brutalidades do trabalho capitalista, a todas as pragas do capitalismo e suas consequências. O comunismo e' essencialmente um caminho que não pode ser visto de outra forma senao em duas perspectivas, critica ao status quo ante e proposta de uma sociedade além capital , como defende Meszaro. Quanto aos marxista ocidentais, temos a dizer que não estamos preocupados com as suas possíveis conotações que podem fazer, porque para nos, a leitura de Marx depende muito dos contextos em que nos encontramos. África e Ocidente são dois lugares ontológica, histórica e sociologicamente diferentes. O que e' significa ler Marx hoje, em África? Não será hoje um alternativa a leitura de Marx e dos marxista uma alternativa da compreensão da realidade tendo em conta a fase em que o pais se encontra? Afinal, que pode colocar fora do tempo as coisas? Quais os critérios? E' preciso aceitar que a realidade e' conjunto de portas e que as chaves podem ser múltiplas, como defende o Professor Serra.

Armando disse...

Sociedades sem classe, sem capital, muito utópico. Sr. Conrado gostaria de saber como é que vai gerar riqueza sem capital? É bom pensarmos numa melhor distribuição de riqueza, mas não numa sociedade comunista. Com certeza que a leitura amadurece o espírito, mas os livros não têm que ser necessariamente comunistas. Enalteceu o sr. Nachingweya porque definiu a essência do comunismo. Só aqui dá para ver que é impossível termos uma sociedade igualitária e sem classes. Haverá sempre diferenças e discriminações. Olhe sr. Conrado leia bastante, não só livros comunistas, porque corre o risco de ficar com miopia compreensiva e bastante limitado. O resto é só teoria, dentro de 15 ou 20 anos, sou capaz de apostar que já não será comunista. Tal será a desilusão. É bom pensarmos numa melhor distribuição da riqueza, mas não num contexto comunista. Propriedade comum do bens? Deixe-me rir. Sugiro que leia livros sobre a natureza humana, alargue os horizontes, não se limite aos livros comunistas.

Regio Conrado disse...

Sr. Armando! Não só leio livros ou literatura marxista, mas tudo, ate coisas que não me interessam. leio desde as revistas mais banais ate as obras de sangari Okapi. Tudo e lido sem descriminação. falo do capitalismo porque adentro-me nele. Ora, quando as leituras que me recomenda, devo dizer que já passei por la, desde as teses de Sto Agostinho, Aquino, Ambrósio, Quintiliano, Nicolau de cusa, Bruno, MAquiavel, Hobbes, Locke, Rousseau, Hannah Arendt, Rawls,Heidegger, so para citar alguns que tendem a sedimentar a natureza humana. Uma questão vem. A natureza e' corrupção da cultura ou a cultura e produtor da natureza? Eu não tenho a pretensão de ter lido tudo, pelo contrario tenho de continuar a ler mas de uma coisa estou certo que nessa minha não leitura de tudo busco a compreensão fundada das coisas? o sr. pode dar explicação casuística sobre a natureza humana sem ontologicizar? sem substancializar? Se o homem e' produto da historia e seu produtor como e' que se explica então essa natureza humana? Porque e que todos não são necessariamente, por exemplo, gananciosos, ambiciosos? Não acha que as formulações em torno da natureza humana são exercícios filosóficos, como Macpherson defende, que visam pensar uma determinada realidade. Como poderia falar do capitalismo e critica-lo sem ler o que pensam os seus ideólogos? alias, a minha área de formação, por norma, obriga-me e tenho prazer de o fazer, a ler tudo dentro das minhas possibilidades. O sr. Armando não compreendeu o meu argumento pois se o tivesse compreendido penso que teria compreendido que sempre digo que e' preciso pensar em termos alternativos. o sr. fala de utopia. Que utopia? Em que sentido toma a palavra utopia? Quem esta em condições de dizer que a utopia e irrealizável? o sr. perguntou como produzir riqueza? O que e' que disse acerca da possibilidade da construção de uma sociedade comunista? Leia o livro de istvan Meszaro " para alem do capital". E preciso ainda ler a obra do professor Serra. a sua ultima Obra. Hegel dizia a historia e' um espaço de invenção de sentidos, e nesse sentido, o homem não e' um ser fatal. se pensarmos nestes moldes, não podemos negar categoricamente a utopia. Afinal, o que move o homem para o futuro? Não será o homem um ser da Utopia? K. Manhein escreveu uma obra " Ideologia e Utopia" que me parece ilustrativa. Ivigior Mezier também escreve " os espaços da Utopia na historia". tente ler!

Regio Conrado disse...

Afinal temos profetas! pensei que nunca tivessem existido. Esta de parabéns sr armando! Então, preciso de saber também quando e' que vou morrer, já que o sr. profetizou que dentro de 10 a 20 anos já não serei mais comunista. Afinal, como garantir a sustentabilidade de pensamentos que objectivamente não podem auto sustentar-se? Tinha-me esquecido de uma coisa, que autor o sr acha que eu devia ler?

ricardo disse...

Sinceramente sr. Conrado, nao encontro diferenca dialectica entre o comunismo de Marx (teoria) e o Novo Testamento de Cristo. Pois, tanto um, como outro baseiam-se em "promessas metaforicas" de algo que vira e nao em realizacoes consolidadas. Estava esperancado de ver citado aqui um unico exemplo onde o comunismo tivesse sido aplicado de acordo com os preceitos do seu autor. Ora, porque razoes, tantas experiencias se desviaram do proposito inicial? Erro de interpretacao ou realismo perante os HOMENS? Mas pelos vistos, nem na casa de Marx alguma vez o foi. Por essa razao, tal como os cristaos primitivos das catacumbas, Marx - o iluminado - teve de adaptar-se ao sistema para poder sobreviver enquanto sistema politico, e como tal, converteu-se no OPIO das classes favorecidas para entreter as classes desfavorecidas com promessas de ascensao social que nunca vira. E em Mocambique, tal como em todo mundo, como se constata ate hoje, facilmente se viu MARXISTAS de sete costados a alinharem com o neo-liberalismo. Onde estao os puristas? Onde estao os altruistas? Nao os vejo, em lado nenhum.

Finalmente, dizer que considero relevante a actuacao de correntes de esquerda no mundo actual, porque o que se vive hoje na humanidade e uma fase de transicao. Sendo assim, por comparacao, sinto-me mais confortado com as analises contemporaneas de intelectuais do chamado Bloco de Esquerda em Portugal, do que com as ortodoxias do PCP, que nada trazem de novo e encerram-se em dogmas.

Espero que nao seja o caso das vossas propostas, porque se assim for, morrerao de inutilidade pratica quando a transicao do mundo actual estiver concluida, coisa que prevejo nos proximos 5-6 anos, inclusive com o recurso de uma guerra mundial em larga escala se necessario.

nachingweya disse...

Um amigo meu chegou da BieloRussia faz 15 dias. Fala maravilhas daquilo: que não há crime, que a industria floresce, não há empresas privadas, as cooperativas isto e aquilo, o PIB é alto... Perguntei se aquilo era uma sociedade comunista e ele explicou que a Bielorussia combina alguns aspectos do comunismo com outros do capitalismo para criar um meio termo de ordenamento social.

O que me está a preocupar nos propósitos da Liga do Estudantes Comunistas é alguma falta de coerência do que defendem com os próprios princípios do Comunismo. Eis alguns exemplos:
- A teoria defende a inexistência da propriedade privada; A Liga diz que no seu Comunismo a propriedade privada pode existir mas não nos moldes actuais em Moçambique. Defende que ninguém deveria ter ilicitamente 10 galinhas quando o vizinho não tem nenhuma.
Mas e se as tiver licitamente, pelo trabalho enquanto o vizinho bebe tentação todo o dia?
- A teoria do Comunismo defende inexistência de classes sociais; A Liga diz no seu post 26: "pois no fundo o que nós queremos é que se desenvolva a consciência de classe dentro da sociedade moçambicana, particularmente das classes oprimidas, empobrecidas, daquelas classes e grupos que sentem a fúria da fome,..."
Querendo dizer que desenvolvida a consciência de(a) classe eleita esta, a classe vencedora, deverá absorver todas as variáveis humanas da sociedade para que não existam mais classes?
- A Liga defende acima que nunca existiu o Comunismo apesar de anteriormente ter afirmado que eram comunistas- entre eles Samora- aqueles que assumiam e aceitavam a vida tipicamente comunista.

É uma ideologia política e socioeconómica para uma sociedade real o que nos propõe a Liga ou apenas uma promessa de um paraiso social em jeito de catecismo?

Regio Conrado disse...

Nos nunca defendemos a propriedade privada pois que o fim ultimo da nossa acção e a eliminação desse assassino. O que queremos estamos sempre a dizer que e' que não podemos dar saltos para a sociedade comunista sem resolver os problemas porque passa a sociedade. Numa primeira fase e' preciso conservar as conquistas não para perpetua-las mas para usa-las para os nossos intentos. O que continuamos a defender e' que sociedade não deve viver sob pressão e opressão do capital, da propriedade porque esse dois elementos escravizam, torturam. Sendo assim, e' preciso desenvolver um postura que vise essencialmente uma sociedade justa e isso passara pela transformação radical da sociedade, desde as estruturas produtivas ate as próprias pessoas. Então, reiteramos que nunca compactuamos com a propriedade privada. Nos preferimos, ademais, uma leitura renovada das obras de Marx e Engels pois que compreendemos que a situação histórica daquele tempo de Marx e' muito diferente com a da actualidade.Os problemas que enfrentamos hoje são diferentes e sendo diferentes não podemos pensar que Marx deve ser buscado nos termos que ele escreveu no contexto do capitalismo do século XIX. Estou a entender que algumas pessoas não tem lido com atenção os meus comentários e que são um oportunidade que encontro para esclarecer alguns aspectos que me parecem importantes. sempre vos remeto a historia, inclusive o comentário que fiz acima desenvolvi a ideia que visava mostrar que a ideia de um comunismo passa pela transformação histórica da própria sociedade tanto ao nível da produção material como do próprio homem. Sr Nachingweya, a formação da consciência de classe e' um elemento estruturante para a revolução, para a mudança radical da própria sociedade. E' preciso compreender que a revolução que deve culminar com uma nova sociedade passa pela preparação das pessoas que levarão a cabo tal revolução. Ser-se comunista e' uma questão de princípios, valores e lutar por realiza-los e isso nao implica que a conditio sine qua non para se ser comunista e' a existência de tal sociedade. Houve e ha muitos comunista no mundo mas que estão a cada dia lutando para realizar a sociedade comunista. Dentro do Fórum Mundial ha muitos comunistas. Em Moçambique, mesmo no tempo de Samora eram muitos poucos que se podiam ver como comunistas, não obstante cantarem o serem.

ricardo disse...

Sr. Nachingweya, a Bielo-Russia? Que belo exemplo nos apresentou. Sendo assim, tambem lhe posso afiancar que o Chile no regime de Pinochet, foi o unico estado sul-americano que cresceu e fortaleceu a sua economia, alem de outros ganhos em estabilidade e seguranca.

Com diria Einstein, tudo e relativo...

nachingweya disse...

Se revisitarmos os comentários do Sr Conrado ao post 27 ficamos com ideia diferente do posicionamento da Liga em relação à propriedade privada.
Entre 1974 e 1978 dos liceus à universidade este tipo de ideias era muito estudado e debatido entre jovens- muitos dos quais eram filhos 'libertos' da pequena burguesia do sistema colonial. Havia os idealistas, os marxistas, os leninistas, os maoistas, etc. etc..
Aos poucos viram-se muitos abandonarem a retórica pela sua inconsequência na vida prática, feita de revoluções culturais sem transição,sem estrutura e sem respeito sequer pela vida humana.
Lembro-me particulamente de um amigo que antes de perder o tino em finais da década 70 passou meses a repetir: Eu é que tenho de mudar, eu é que tenho de mudar...
Concordo que não era Comunismo. Era ainda o processo de formação da consciência de classe...
Em minha opiniâo esta vida comunista que há-de vir tal como a Liga a concebe é um autêntico paraiso na terra. Sem o ónus do dízimo!

Armando disse...

Sr Conrado, não sou profeta. Estou a falar com base em factos. Quando jovens, temos esses sonhos, queremos mudar o mundo, muita utopia, muita vontade. Depois quando vamos crescendo, vemos que certas coisas são irreais e tomam-se outros rumos. Isto aconteceu com várias pessoas, e até com pessoas que são ou foram grandes dirigentes e estadistas mundiais. Sonhos, sociedades justas, mudar consciências, consciência de classe, mudança radical da sociedade, ódio ao capitalismo. É esse ódio, estas posições radicais alguns dos factores que fazem do comunismo um mau sistema. Digo-lhe, dentro de alguns anos não será tão radical e muito menos comunista.
O bom, é que temos jovens a pensar e a defender as suas ideias (embora não concorde com elas), que é melhor do que ter "lambe-botas" do governo e de certo partido que até dá nojo.
Continuo a defender uma sociedade mais justa, mas dentro do capitalismo. Exemplos existem.