22 maio 2011

Sobre crise (9)

"Onde a diferença falta, é a violência que ameaça" (René Girard, A violência e o sagrado)
Avanço um pouco mais nesta série, sugerindo mais algumas ideias, mais algumas hipóteses ainda sobre o terceiro ponto do sumário que vos propus, a saber: crise como instrumento moral.
Escrevi no número anterior que a crise, quer dizer, a crise que nós achamos que existe, a crise por nós injectada nos fenómenos, tem um duplo aspecto moral: é ao mesmo tempo o que não desejamos que seja e o que desejamos que seja.
Agora, vamos ao que desejamos que seja.
Na verdade, há coisas que muito desejamos que sejam ou aconteçam na nossa crise. O que mais desejamos é a queda dos outros, a sua ruína, o seu desaparecimento político. A crise é, para nós, um real prazer, um linchamento apetecido.
Prossigo mais tarde.
(continua)

2 comentários:

Salvador Langa disse...

Professor, os donos do poleiro acham que só há lugar para um galo.

Xiluva/SARA disse...

Alguns jornais apreciam um só poleiro.