09 janeiro 2011

África enquanto produção cognitiva (17)

Mais um pouco da série, dedicada a mostrar como, através das ideias de Hegel no seu livro oitocentista A razão na história, operou e continua a operar um certo tipo de produção ideologizada sobre África, encaixando os Africanos num molde comportamental generalizado, rígido, imutável e absolutamente desqualificante. Eis a continuidade das ideias do filósofo alemão: 
Os africanos têm o costume da antropofagia, tal como ocorre entre os Ashanti e outros povos. Ora, se corpo humano é um corpo animal, é especialmente o corpo de um ser pensante, o corpo de uma alma. Entre os negros nada disso conta, para a sua materialidade (sic) apenas importa a carne, carne é apenas carne. Devorar homens é um princípio africano (sic).
Prossigo mais tarde.
* Hegel, G.W.F, La razon en la historia. Madrid: Seminarios y Ediciones, S.A., 1972, pp. 279-280.
 (continua)

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