Quando tirei a carta de condução, já lá vão muitos anos, aprendi a geometrizar a condução automóvel, aprendi a enxertar no trânsito uma espécie de selo do normal, do regrado, do organizado. Hoje sou forçado a ter em conta a descondução determinada pelos chapas, pelo arranca-passa-e-que-se-lixe-o-outro-abaixo-os-sinais tornado normal. Vai-me valendo a catarse de algumas palavras tenebrosamente feias que apenas o meu carro ouve e, de quando em vez, o raro passageiro que me acompanha.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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