Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
31 agosto 2018
Alterações no blogue
Surgiram alterações neste blogue, a começar pelo protocolo de segurança, que agora é o https. O próprio design mudou. A pouco e pouco tentarei melhorar tudo isto. As minhas desculpas pelos transtornos. Mas a razão era e é séria: na versão anterior com o protocolo http o blog foi infectado com um vírus.
Para a psicologia dos rumores em Moçambique [83]
-Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações." (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p.6).
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Número inaugural da série aqui. Número anterior aqui.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
Mas surgiu um segundo rumor, com esta designação: “tira camisa”. Surgiu nos bairros populares da periferia da cidade da Beira e no Dondo? Não, pois aqui a frase padrão era esta: “Não queremos ir à tropa”, dita em português. Onde surgiu, então, a frase “tira camisa”?
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
Mas surgiu um segundo rumor, com esta designação: “tira camisa”. Surgiu nos bairros populares da periferia da cidade da Beira e no Dondo? Não, pois aqui a frase padrão era esta: “Não queremos ir à tropa”, dita em português. Onde surgiu, então, a frase “tira camisa”?
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
30 agosto 2018
Recursos de poder
Um partido que controla o Estado tem uma evidente superioridade sobre os adversários. O elemento fundamental dessa superioridade reside na possibilidade de poder distribuir e redistribuir recursos de poder (por exemplo, postos governamentais). Por outras palavras, o partido no poder pode assegurar redes clientelistas a todo o momento.
29 agosto 2018
28 agosto 2018
Para a psicologia dos rumores em Moçambique [82]
-Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações." (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p.6).
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Número inaugural da série aqui. Número anterior aqui.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
Nasceu, assim, o boato, o rumor popular do recrutamento compulsivo, surgiram, assim, as manifestações, nasceu assim a cólera, o protesto violento.
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
Nasceu, assim, o boato, o rumor popular do recrutamento compulsivo, surgiram, assim, as manifestações, nasceu assim a cólera, o protesto violento.
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
27 agosto 2018
Uma coluna semanal
Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato. Nota: "Fungulamaso" (=abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do "Savana" sempre na página 19. Confira na edição 1285 de 24/08/2018. Sinopse do livro aqui.
26 agosto 2018
25 agosto 2018
Uma coluna de ironia
Na última página do semanário "Savana" existe uma coluna de ironia - suave nuns casos, cáustica noutros - que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1285, de 24/08/2018.
Nota: o acesso ao Savana digital tornou-se um exclusivo dos assinantes razão por que deixo de colocar a edição completa aqui e na "crónica semanal" que divulgo à segunda-feira.
24 agosto 2018
23 agosto 2018
Conduzir na cidade de Maputo
Quando tirei a carta de condução, já lá vão muitos anos, aprendi a geometrizar a condução automóvel, aprendi a enxertar no trânsito uma espécie de selo do normal, do regrado, do organizado. Hoje sou forçado a ter em conta a descondução determinada pelos chapas, pelo arranca-passa-e-que-se-lixe-o-outro-abaixo-os-sinais tornado normal. Vai-me valendo a catarse de algumas palavras tenebrosamente feias que apenas o meu carro ouve e, de quando em vez, o raro passageiro que me acompanha.
22 agosto 2018
Para a psicologia dos rumores em Moçambique [81]
-Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações." (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p.6).
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Número inaugural da série aqui. Número anterior aqui.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
O que terá havido? A presença constante, aqui e acolá, de viaturas militares e de soldados. Um boato do género “estão a recrutar” deve ter sido lançado por exemplo num mercado e, rapidamente, como bola de neve, como um rastilho, deu origem à associação instintiva das viaturas militares e dos soldados com a memória reactivada do envio em Novembro de 2012 para o centro de instrução militar de um grupo de mancebos legalmente recrutados.
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
O que terá havido? A presença constante, aqui e acolá, de viaturas militares e de soldados. Um boato do género “estão a recrutar” deve ter sido lançado por exemplo num mercado e, rapidamente, como bola de neve, como um rastilho, deu origem à associação instintiva das viaturas militares e dos soldados com a memória reactivada do envio em Novembro de 2012 para o centro de instrução militar de um grupo de mancebos legalmente recrutados.
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
21 agosto 2018
Social naturalizado
Somos, em cada dia, o coágulo daquilo que em nós se tornou natural. Olhamos as coisas, sentimos as coisas, apalpamos a vida pelo prisma das coisas tornadas naturais, inquestionáveis. Não é tanto o natural que se torna social, quanto o social que se torna natural. O social naturalizado é o que, saído de nós, aceite por nós, colocamos nos museus, nos arquivos.
20 agosto 2018
Uma coluna semanal
Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato. Nota: "Fungulamaso" (=abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do "Savana" sempre na página 19. Confira na edição 1284 de 17/08/2018. Sinopse do livro aqui.
Atenção: o número deste fungula é o 593 e não o 592 como por lapso o jornal colocou.
Atenção: o número deste fungula é o 593 e não o 592 como por lapso o jornal colocou.
19 agosto 2018
18 agosto 2018
Uma coluna de ironia
Na última página do semanário "Savana" existe uma coluna de ironia - suave nuns casos, cáustica noutros - que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1284, de 17/08/2018.
Nota: o acesso ao Savana digital tornou-se um exclusivo dos assinantes razão por que deixo de colocar a edição completa aqui e na "crónica semanal" que divulgo à segunda-feira.
17 agosto 2018
Para a psicologia dos rumores em Moçambique [80]
-Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações." (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p.6).
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Número inaugural da série aqui. Número anterior aqui.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
Houve, efectivamente, recrutamento compulsivo? Não há nenhuma evidência de que tivesse havido como obra do Ministério da Defesa Nacional. Entrevistados apenas disseram ter ouvido dizer que houve recrutamento, nenhuma família reclamou filhos detidos, ninguém apresentou queixa nas esquadras da polícia ou nos tribunais. Um vídeo colocado no “youtube” absolutamente nada revelou do recrutamento forçado.
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
Houve, efectivamente, recrutamento compulsivo? Não há nenhuma evidência de que tivesse havido como obra do Ministério da Defesa Nacional. Entrevistados apenas disseram ter ouvido dizer que houve recrutamento, nenhuma família reclamou filhos detidos, ninguém apresentou queixa nas esquadras da polícia ou nos tribunais. Um vídeo colocado no “youtube” absolutamente nada revelou do recrutamento forçado.
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
16 agosto 2018
15 agosto 2018
Blindagem
Quanto mais frágeis forem as defesas dos seres humanos perante a natureza e a sociedade mais fortes serão as buscas de forças extra-humanas protectoras, visíveis ou invisíveis. Mais: afanosas, buscarão modelos humanos heróicos e até - quantas vezes! - tiranos. Com essas forças sentir-se-ão como que protegidas, como que blindadas, como que compensadas na sua fraqueza.
14 agosto 2018
Para a psicologia dos rumores em Moçambique [79]
-Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações." (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p.6).
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Número inaugural da série aqui. Número anterior aqui.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
A acção foi o conjunto de protestos eclodidos primeiro na Munhava, depois em outros bairros e, com menor violência, no município do Dondo.
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
A acção foi o conjunto de protestos eclodidos primeiro na Munhava, depois em outros bairros e, com menor violência, no município do Dondo.
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
13 agosto 2018
Uma coluna semanal
Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato. Nota: "Fungulamaso" (=abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do "Savana" sempre na página 19. Confira na edição 1283 de 10/08/2018. Sinopse do livro aqui.
12 agosto 2018
11 agosto 2018
Uma coluna de ironia
Na última página do semanário "Savana" existe uma coluna de ironia - suave nuns casos, cáustica noutros - que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1283, de 10/08/2018.
Nota: o acesso ao Savana digital tornou-se um exclusivo dos assinantes razão por que deixo de colocar a edição completa aqui e na "crónica semanal" que divulgo à segunda-feira.
10 agosto 2018
09 agosto 2018
08 agosto 2018
Para a psicologia dos rumores em Moçambique [78]
-Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações." (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p.6).
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Número inaugural da série aqui. Número anterior aqui.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
A interpretação foi a de que militares, fardados e à civil, estavam a deter e a levar compulsivamente jovens para o serviço militar obrigatório. Fundamentalmente, esse serviço militar surgia no imaginário popular íntima e dramaticamente associado ao que se chamava "guerra civil".
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
A interpretação foi a de que militares, fardados e à civil, estavam a deter e a levar compulsivamente jovens para o serviço militar obrigatório. Fundamentalmente, esse serviço militar surgia no imaginário popular íntima e dramaticamente associado ao que se chamava "guerra civil".
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
07 agosto 2018
06 agosto 2018
Uma coluna semanal
Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato. Nota: "Fungulamaso" (=abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do "Savana" sempre na página 19. Confira na edição 1282 de 03/08/2018, aqui. Sinopse do livro aqui.
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