Vamos na rua, um carro fere-nos subitamente: quantos recusariam ver nisso não o produto de uma causa ou de um conjunto de causas fortuitas (ou, como escreveu um dia alguém, “o reencontro de séries causais diferentes”), mas a expressão do azar, a sombra de uma intenção subreptícia que nos teria escolhido precisamente a nós e não a outros? Existe uma espécie de capital mágico em todos nós, sempre pronto a vir à superfície à mais pequena oportunidade, despedaçando o verniz da racionalidade escolarizada.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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