Continuidade da série. A propósito dos fixismos do género "o norte do país é matrilinear e o sul, patrilinear", dei-vos conta no número anterior do problema da construção do que um sociólogo chamou um dia "unidade psicológica de grupo". Que sociólogo? Resposta: Georg Simmel. O que escreveu ele a propósito da "unidade psicológica de grupo"? Escreveu o seguinte: essa "unidade" consiste na produção de uma totalidade unitária da qual são eliminadas as diferenças entre os indivíduos. Perguntou Simmel: é a unidade de grupo construída a partir de processos psíquicos de quem? A partir de um tipo médio? A partir da maioria dos membros do grupo? A partir de que efectivo os desviantes seguros ou prováveis podem ser tomados como quantidade negligenciável? Em que medida o carácter mais ou menos rigoroso da "interdependência funcional" (sic) ligando os membros do grupo autoriza ou interdita tratar a informação lacunar de que dispomos como caução da unidade psíquica do conjunto? O que chamo problema de Simmel permite, creio, interessantes exercícios analíticos, a começar logo pelos exercícios de tipo político.
(continua)
1 comentário:
Ora aqui um problema real. Tem gente que gosta de dizer que nunca mudamos.
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