11 fevereiro 2012

Chimoio: dum linchamento ao medo de ser linchado

Segundo a Lusa, citando fonte policial, um jovem, filho de líder comunitário, foi linchado na cidade de Chimoio, bairro 5 Fepom, depois que foi surpreendido por moradores a arrombar uma residência. Cinco colegas seus escaparam. Este é tido como sendo o primeiro caso este ano numa província onde os linchamentos se tornaram prática desde 2007. Enquanto isso e segundo fontes da Penitenciária Agrícola de Chimoio, citadas pela agência noticiosa referida, todos os anos cerca de dez jovens, com penas cumpridas ou em liberdade condicional, regressam voluntariamente à prisão com medo de serem linchados. Aqui e aqui.
Observações: soube deste notícia hoje através de um email enviado pelo especialista brasileiro de linchamentos José de Souza Martins (confira neste diário por exemplo aqui), o que me deixou um pouco envergonhado. Todavia, a nossa imprensa ainda não reportou os dois fenómenos (porque, efectivamente, são dois fenómenos, o do linchado e o do medo de ser linchado). Pedi a um jornalista que tentasse, hoje ainda, confirmar o informe da Lusa. Entretanto, estudando eu linchamentos faz já vários anos, é a primeira vez que tomo conhecimento do regresso voluntário à prisão de jovens deles receosos de serem linchados. Recorde a última notícia sobre um linchamento - ocorrido na cidade de Nampula também este ano - neste diário aqui. Finalmente, sugiro a leitura de dois livros com as capas mostradas logo abaixo:
  

Adenda às 14:12 de 14/02/2012: segundo o "Canal de Moçambique", em Chimoio houve dois linchados, confira aqui.

3 comentários:

Salvador Langa disse...

Ora aqui está um problema tornado prática. Também fico admirado em saber que os jovens saídos das prisões têm medo e preferem regressar às celas. Caramba.

Marta disse...

Manpula e Manica com primeiros casos do ano. Esperemos que não se generalizem.

TaCuba disse...

O problema é quando se ganha o ´gosto´ e depois custa a deixar...A malta acha que a justiça oficial não resolve problemas e toca a ir para as soluções extremas.