Prossigo esta série e, enquanto aguardo um texto do jornalista João de Sousa, correspondente da Rádio Moçambique na África do Sul, reproduzo a seguinte informação: "(...) 99.6% dos votos já tinham sido contados, com 82.8% já verificados, digitalizados e auditados. De acordo com a Comissão Eleitoral Independente (IEC), o ANC ganhou 51,5% dos votos, a Aliança Democrática 40,24% e o Congresso do Povo, 4,93%. Os dois últimos partidos tinham esperança de desalojar o ANC do governo municipal através da formação de uma coligação."
Vamos a ver se o João de Sousa confirma ou infirma esses dados, representativos de uma queda acentuada da popularidade do ANC. A este propósito, sugiro a leitura de um trabalho do ano passado intitulado África do Sul: a degenerescência do ANC, aqui. Finalmente, pode conferir também o portal da Comissão Nacional de Eleições, aqui.
Adenda de João de Sousa às 9:02: O ANC continua a dominar o processo eleitoral autárquico. Às 08.00 horas de hoje (20.05.2011) já contabilizava 63,51% contra os 22,26% da Aliança Democrática. A Comissão Eleitoral Independente aponta para 57% no nível de abstenção. Helen Zille, a Presidente da Aliança Democrática numa entrevista concedida há momentos à Rádio 702, confirma vitória na Província do Cabo e considera que a maior perda se verificou no Município de Nelson Mandela Bay (Porth Elizabeth).
Adenda 2 de João de Sousa às 15:28: Central Sindical dos Trabalhadores congratula-se com a vitória do ANC. Refere que esta vitória é a prova inequívoca duma grande inserção popular. A COSATU adianta que não foi uma eleição fácil porque precedida de alguns escândalos. Os actos de corrupção, a questão das casas de banho a céu aberto, a utilização indevida dos fundos do Estado, particularmente dos que abusam dos poderes que lhes são conferidos. Enquanto isso, ANC promete visitar áreas problemáticas da África do Sul no sentido de resolver os problemas com os quais se confronta o cidadão no seu dia-a-dia. A garantia foi dada há momentos por Paul Mashatile, Responsável do ANC na Província de Gauteng. “É importante ouvir as pessoas e conhecer os problemas” – adianta.
Vamos a ver se o João de Sousa confirma ou infirma esses dados, representativos de uma queda acentuada da popularidade do ANC. A este propósito, sugiro a leitura de um trabalho do ano passado intitulado África do Sul: a degenerescência do ANC, aqui. Finalmente, pode conferir também o portal da Comissão Nacional de Eleições, aqui.
Adenda de João de Sousa às 9:02: O ANC continua a dominar o processo eleitoral autárquico. Às 08.00 horas de hoje (20.05.2011) já contabilizava 63,51% contra os 22,26% da Aliança Democrática. A Comissão Eleitoral Independente aponta para 57% no nível de abstenção. Helen Zille, a Presidente da Aliança Democrática numa entrevista concedida há momentos à Rádio 702, confirma vitória na Província do Cabo e considera que a maior perda se verificou no Município de Nelson Mandela Bay (Porth Elizabeth).
Adenda 2 de João de Sousa às 15:28: Central Sindical dos Trabalhadores congratula-se com a vitória do ANC. Refere que esta vitória é a prova inequívoca duma grande inserção popular. A COSATU adianta que não foi uma eleição fácil porque precedida de alguns escândalos. Os actos de corrupção, a questão das casas de banho a céu aberto, a utilização indevida dos fundos do Estado, particularmente dos que abusam dos poderes que lhes são conferidos. Enquanto isso, ANC promete visitar áreas problemáticas da África do Sul no sentido de resolver os problemas com os quais se confronta o cidadão no seu dia-a-dia. A garantia foi dada há momentos por Paul Mashatile, Responsável do ANC na Província de Gauteng. “É importante ouvir as pessoas e conhecer os problemas” – adianta.
(continua)
4 comentários:
Caramba Caro Professor festival de post hoje, a gente nem sabe onde começar e acabar! Estamos juntos.
Aquele artigo da degenerescencia diz tudo.
Ao contrário de João de Sousa, eu não estou convencido que os resultados e a abstenção revelem a erosão do ANC na cena política sul-africana. Revelam isso sim, um pantanal político na RSA cuja consequência imediata é a abstenção.
O eleitorado-base do ANC prevalece e mantem-se-lhe fiel. Porque se assim não fosse, tendo em conta as cifras da população, a conhecida fractura social e racial daquele país, muito provavelmente o ANC teria baixado a sua proporção camarária. Mas não, e isso é que conta. As cifras, na casa do 63% deverão estabilizar por aí, e estão em linha com os resultados das últimas eleições gerais, onde o número de votantes foi maior. E este facto revela um fenómeno de que padecem muitos países do terceiro mundo. Um partido hegemónico, um eleitorado politicamente homogénio, uma fractura social fraccionada geograficamente (RSA é um imenso país) e uma alternativa confusa, sectária ou regionalista, logo, uma NÃO ALTERNATIVA aos olhos do eleitor. O factor dispersão do eleitorado-base do ANC revelou-se inócuo. Esperava-se mais do COPE, do PAC ou até do SACP. Mas nada disso sucedeu, porque na hora de decidir, os sul-africanos preferiram o habitual a terem que regressar aos anos 80. E quanto a Helen Zille, como sempre o soubemos, é a "lança em África" dos sulistas que desde sempre, deixaram claro que tipo de transição pós-Apartheid gostariam ter tido.
Mas como diria alguém neste blogue, os problemas foram adiados para o futuro. E o futuro vai decidir-se no Cabo Ocidental e na região do Karroo. Prevejo, se se mantiver o actual status-quo político, que aquelas regiões proclamem a secessão seguindo o precedente sudanês ou mesmo estatuto de federação daquí a 15-20 anos.
É inevitável, assim como inevitável será ver idêntico fenómeno a acontecer no Centro e Norte de Moçambique na mesma altura.
E pelos mesmos motivos.
Falou a COSATU. Falou a voz do dono. E a teoria prova-se. Tanto ca, como la, o importante e cimentar o complot par glissment. Onde cada um conhece o seu dever. Ei-los. Incondicionalmente ao servico do poder que os alimenta!
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