03 janeiro 2011

África enquanto produção cognitiva (14)

Mais um pouco da série, dedicada a mostrar como, através das ideias de Hegel no seu livro oitocentista A razão na história, operou e continua a operar um certo tipo de produção ideologizada sobre África. Eis a continuidade das ideias:
Os antepassados são considerados como uma força dirigida contra os vivos, sendo por isso necessário negociar com eles. Os indivíduos consultam os antepassados como se fossem fetiches, fazem-lhes sacrifícios e invocam-nos mediante encantamentos. Mas quando tudo fracassa, castigam o defunto, desossam-no e desonram-no. Por outro lado, os Africanos estão convictos de que os mortos se vingam quando as suas necessidades não são satisfeitas. Pelo credo africano, nenhum mal é natural, nenhuma doença é natural, tudo é provocado pelos feiticeiros ou pelos mortos vingativos. É a crença cega na feitiçaria que, acrescenta Hegel, teve também um "terrível domínio" (sic) na Europa.
Prossigo mais tarde.
* Hegel, G.W.F, La razon en la historia. Madrid: Seminarios y Ediciones, S.A., 1972, pp. 277-278.
 (continua)

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