Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações" (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p. 6).
Número inaugural aqui, número anterior aqui. Escrevi no número anterior que um dos ingredientes da história aqui em causa é todo o imaginário social criado em torno do HIV/SIDA. São tantas as mensagens que passam sobre os malefícios da doença, que ela entrou na galeria dos pesadelos sociais. E acrescento agora: nessa galeria, a mulher aparece ao mesmo tempo como alvo e veículo da doença, um pouco como é suposta ser a transmissora primordial do feitiço. Mas, nas crenças populares, a maldição feminina precisa ser definitivamente assinalada pela perfídia de homem mau: o nigeriano, o estrangeiro, o exterior havido como ameaçador, como desconhecido, como perigoso.
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