Décimo quinto número da série. No número anterior escrevi que nenhuma das pessoas que vemos na rua - a imaginária rua da cidade de Maputo - é uma "pessoa em si", uma "pessoa da natureza humana diversa". Na verdade, somos todos produtos de relações sociais e nacionais concretas. O Sr. A, por exemplo, é cidadão de um país, profissional de um determinado ofício (ou pertence aos desclassicados sociais), membro de um grupo ou de uma classe, eventual frequentador de uma igreja, portador de uma determinada visão da vida e do mundo, etc. Se excluirmos esse prisma, nada custa defender, numa topologia cómoda, que a pobreza habita a cabeça, que a pobreza é coisa de espírito ou de défice de espírito. Permitam-me prosseguir mais tarde (imagem reproduzida daqui).
(continua)
Sugestão: recorde a minha série em sete números intitulada Onde moram os pobres?, aqui.
1 comentário:
Se calhar também os distraídos de espírito...
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