Se admitimos que as pessoas são boas ou más em si, à partida, independentemente dos sistemas e das relações sociais, como que dependendo de um auto-gerado trajecto genético, então nenhum sistema social será mais do que a formulação redundante dessa crença. Mas se admitirmos que as pessoas são boas ou más em função dos sistemas sociais nos quais são socializadas desde que nascem, então temos possibilidades de introduzir a esperança em todos os mecanismos sociais, a começar pela educação. Nessa esperança, sempre em processo, não pode, porém, habitar a deriva autoritária que consiste em acreditar que é pela força que os seres humanos se tornam socialmente melhores. Então, o grande desafio da humanidade talvez consista em saber como ter a força de criar sistemas sociais melhorados sem recurso à força, mas, também, sem recurso à ingenuidade nefelibata.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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