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Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
30 abril 2018
Uma crónica semanal
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29 abril 2018
Amor pela simetria
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28 abril 2018
Uma coluna de ironia
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27 abril 2018
Muros
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26 abril 2018
Para a psicologia dos rumores em Moçambique [52]
-Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações" (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p. 6).
-"Gente idosa e residente em Chitima acredita que nas mediações daquele povoado há rios povoados por Crocodilos e que apesar deste animal ser de difícil aquisição, um experiente premeditou este acto, tendo colhido e devidamente conservado partes de bílis deste animal, com o intuito de dizimar vidas. Esta asserção vem ao de cima por experiências amargas do passado e que virou lenda naquele povoado!" Aqui.
Número inaugural aqui, número anterior aqui.
Depois de ter exposto e analisado os rumores dos leões de Muidumbe, do vampirismo e do bicho-papão-nigeriano, vou agora entrar no quarto rumor, o da bílis letal do crocodilo.
Em Janeiro de 2015 dezenas de pessoas morreram intoxicadas em Chitima, distrito de Cabora-Bassa, província de Tete. Qual a causa da tragédia? A internet apareceu recheada de uma terrível causa - uma causa pujantemente réptil -, assumida ou havida como possível por cautos e incautos: a bílis de crocodilo, como as imagens abaixo documentam (pode ampliá-las clicando sobre elas com o lado esquerdo do rato).
-"Gente idosa e residente em Chitima acredita que nas mediações daquele povoado há rios povoados por Crocodilos e que apesar deste animal ser de difícil aquisição, um experiente premeditou este acto, tendo colhido e devidamente conservado partes de bílis deste animal, com o intuito de dizimar vidas. Esta asserção vem ao de cima por experiências amargas do passado e que virou lenda naquele povoado!" Aqui.
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Depois de ter exposto e analisado os rumores dos leões de Muidumbe, do vampirismo e do bicho-papão-nigeriano, vou agora entrar no quarto rumor, o da bílis letal do crocodilo.
Em Janeiro de 2015 dezenas de pessoas morreram intoxicadas em Chitima, distrito de Cabora-Bassa, província de Tete. Qual a causa da tragédia? A internet apareceu recheada de uma terrível causa - uma causa pujantemente réptil -, assumida ou havida como possível por cautos e incautos: a bílis de crocodilo, como as imagens abaixo documentam (pode ampliá-las clicando sobre elas com o lado esquerdo do rato).
25 abril 2018
24 abril 2018
Para a psicologia dos rumores em Moçambique [51]
Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações" (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p. 6).
Número inaugural aqui, número anterior aqui.
Depois de ter exposto e analisado os rumores dos leões de Muidumbe, do vampirismo e do bicho-papão-nigeriano, vou agora entrar no quarto rumor, o da bílis letal do crocodilo, um rumor relativamente recente, datando de 2015 [atenção, não estou a seguir a ordem cronológica do surgimento dos rumores].
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Depois de ter exposto e analisado os rumores dos leões de Muidumbe, do vampirismo e do bicho-papão-nigeriano, vou agora entrar no quarto rumor, o da bílis letal do crocodilo, um rumor relativamente recente, datando de 2015 [atenção, não estou a seguir a ordem cronológica do surgimento dos rumores].
23 abril 2018
Uma crónica semanal
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22 abril 2018
Para a psicologia dos rumores em Moçambique [50]
Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações" (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p. 6).
Número inaugural aqui, número anterior aqui.
O rumor aqui em análise não proliferou em meio rural, foi eminentemente urbano, gerando uma rápida difusão pelos mais variados meios de comunicação numa cidade - a de Maputo - inquieta, em especial femininamente inquieta, fazendo coabitar em tensão um passado que sempre se supõe mais seguro e um futuro de contornos inquietantes, uma tradicionalidade que se re-ansiava e uma modernidade definitivamente instalada com os seus riscos, os seus medos e as suas aspirações.
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O rumor aqui em análise não proliferou em meio rural, foi eminentemente urbano, gerando uma rápida difusão pelos mais variados meios de comunicação numa cidade - a de Maputo - inquieta, em especial femininamente inquieta, fazendo coabitar em tensão um passado que sempre se supõe mais seguro e um futuro de contornos inquietantes, uma tradicionalidade que se re-ansiava e uma modernidade definitivamente instalada com os seus riscos, os seus medos e as suas aspirações.
21 abril 2018
Uma coluna de ironia
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20 abril 2018
Presente e ausente são um
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19 abril 2018
Para a psicologia dos rumores em Moçambique [49]
Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações" (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p. 6).
Número inaugural aqui, número anterior aqui.
O rumor do bicho-papão-nigeriano – que acabou por se extinguir - era um envelope para exprimir vários problemas sociais, era um fusível social, era uma linguagem errada que traduzia, porém, um agregado de problemas verdadeiros, de problemas sentidos pelas pessoas.
À misteriosa personagem rumoral aqui em estudo foi dada uma cara que parecia real, uma cara que até sugeria estar doente. A esse propósito, um leitor escreveu o seguinte em comentário neste blogue: "Vi as fotos da doença que o dito Nigeriano, outras vezes Somali, transmite. Condilomas, verrugas ou coisa similar. Simplesmente estão num estado bastante desenvolvido. Não precisa ser Nigeriano ou Somali para tê-las e transmiti-las." [aqui]
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O rumor do bicho-papão-nigeriano – que acabou por se extinguir - era um envelope para exprimir vários problemas sociais, era um fusível social, era uma linguagem errada que traduzia, porém, um agregado de problemas verdadeiros, de problemas sentidos pelas pessoas.
À misteriosa personagem rumoral aqui em estudo foi dada uma cara que parecia real, uma cara que até sugeria estar doente. A esse propósito, um leitor escreveu o seguinte em comentário neste blogue: "Vi as fotos da doença que o dito Nigeriano, outras vezes Somali, transmite. Condilomas, verrugas ou coisa similar. Simplesmente estão num estado bastante desenvolvido. Não precisa ser Nigeriano ou Somali para tê-las e transmiti-las." [aqui]
18 abril 2018
Este diário faz hoje 12 anos de vida ininterrupta
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17 abril 2018
Mais três futuros livros
Entreguei ontem à Escolar Editora as correções das provas tipográficas de mais três futuros livros da coleção Cadernos de Ciências Sociais, designadamente os números 37.º, 38.º e 39.º, constantes da imagem abaixo [amplie-a clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato]. Agora só falta receber proximamente as provas do 40.º, cujos textos foram recentemente entregues à editora tal como reportei em postagem anterior aqui.
16 abril 2018
Uma crónica semanal
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15 abril 2018
Para a psicologia dos rumores em Moçambique [48]
Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações" (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p. 6).
Número inaugural aqui, número anterior aqui.
O rumor do bicho-papão-nigeriano – que acabou por se extinguir - era um envelope para exprimir vários problemas sociais, era um fusível social, era uma linguagem errada que traduzia, porém, um agregado de problemas verdadeiros, de problemas sentidos pelas pessoas.
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O rumor do bicho-papão-nigeriano – que acabou por se extinguir - era um envelope para exprimir vários problemas sociais, era um fusível social, era uma linguagem errada que traduzia, porém, um agregado de problemas verdadeiros, de problemas sentidos pelas pessoas.
14 abril 2018
Uma coluna de ironia
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13 abril 2018
Entrega do 40.º + tema do 41.º
Entreguei ontem à Escolar Editora os textos do 40.º livro da colecção Cadernos de Ciências Sociais, intitulado "O que é verdade em História?", com co-autoria de Antonio Paulo Benatte, Cesar Leonardo Van Kan Saad e José D’Assunção Barros do Brasil e João Carlos Colaço de Moçambique, pela ordem de entrada na foto abaixo.
O futuro 41.º da coleção chamar-se-á "O que são ensino e educação de qualidade (proximamente darei a conhecer a data de entrega à editora), com co-autoria de Jorge Ferrão de Moçambique, Maria Helena Santos de Portugal e, do Brasil, Valda Colares e Desidério Murcho (mas Desidério é um filósofo português, docente universitário no Brasil), pela ordem de entrada na foto abaixo.
12 abril 2018
Para a psicologia dos rumores em Moçambique [47]
Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações" (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p. 6).
Número inaugural aqui, número anterior aqui.
Prossigamos. O rumor do bicho-papão-nigeriano que espalha vermes comedores de fígado pelos órgãos sexuais das mulheres vítimas, aparece embutido numa viatura de luxo, negra, certamente com os vidros fumados - observei no número anterior. E acrescento agora: esse fabuloso carro cujas características exactas ninguém conhece - mas que muitos de nós afirmarão conhecer -, é, afinal, em mais uma hipótese, uma alegoria para expressar o estatuto sinuoso, ambíguo, dos poderosos, para exprimir todos aqueles que é suposto construirem a sua riqueza com a desgraça dos pobres. A natureza de estrangeiro do nigeriano é exemplar pelo facto de remeter simbolicamente para o exterior a corrosão do tecido social interno. O rumor do bicho-papão-nigeriano é um indicador de desigualdades sociais. Os vermes que é suposto ele espalhar são os arautos da desgraça social.
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Prossigamos. O rumor do bicho-papão-nigeriano que espalha vermes comedores de fígado pelos órgãos sexuais das mulheres vítimas, aparece embutido numa viatura de luxo, negra, certamente com os vidros fumados - observei no número anterior. E acrescento agora: esse fabuloso carro cujas características exactas ninguém conhece - mas que muitos de nós afirmarão conhecer -, é, afinal, em mais uma hipótese, uma alegoria para expressar o estatuto sinuoso, ambíguo, dos poderosos, para exprimir todos aqueles que é suposto construirem a sua riqueza com a desgraça dos pobres. A natureza de estrangeiro do nigeriano é exemplar pelo facto de remeter simbolicamente para o exterior a corrosão do tecido social interno. O rumor do bicho-papão-nigeriano é um indicador de desigualdades sociais. Os vermes que é suposto ele espalhar são os arautos da desgraça social.
11 abril 2018
Provas tipográficas+livros no prelo+40.º livro
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Enquanto isso, estão no prelo os livros 25º a 30º, a saber:
25-O que são rituais funerários?
26-O que é verdade?
27-O que é terrorismo?
28-O que é e para que serve o Estado?
29-O que é colonialismo?
30-O que diferencia ciência da magia?
Proximamente entregarei à editora os textos do 40.º livro intitulado "O que é verdade em História?".
Abaixo, as lombadas dos 24 títulos já publicados.
25-O que são rituais funerários?
26-O que é verdade?
27-O que é terrorismo?
28-O que é e para que serve o Estado?
29-O que é colonialismo?
30-O que diferencia ciência da magia?
Proximamente entregarei à editora os textos do 40.º livro intitulado "O que é verdade em História?".
Abaixo, as lombadas dos 24 títulos já publicados.
10 abril 2018
O roubo do desenvolvimento
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09 abril 2018
Uma crónica semanal
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08 abril 2018
Uma coluna de ironia
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