Vamos na rua, um carro fere-nos subitamente: quantos recusariam ver nisso não o produto de uma causa ou de um conjunto de causas fortuitas (ou, como escreveu um dia alguém, «o reencontro de séries causais diferentes»), mas a expressão do azar, a sombra de uma intenção subreptícia que nos teria escolhido precisamente a nós e não a outros?
Existe uma espécie de capital mágico em todos nós, sempre pronto a vir à superfície à mais pequena oportunidade.
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