Número inaugural aqui, número anterior aqui. Prossigo na trágica história dos leões de Muidumbe. Estamos perante uma crença irracional? De um certo ponto de vista, sim. Irracional e criminosa. Mas do ponto de vista dos empobrecidos habitantes de Muidumbe, não. O fundamental a reter aqui é que os principais acusados de comandar os leões à distância eram figuras do Estado ou a ele associadas ou associadas ao “bem-estar” acima da média local (o comerciante, por exemplo).
Numa situação de crise, de eclipse do social, os pobres chacinaram outros pobres mas culparam os "ricos" pelo mal-estar e pelas privações. Através desse dramático paroxismo contraditório quiseram mostrar que o Estado se afastara deles, que não atalhou o mal a tempo.
Numa situação de crise, de eclipse do social, os pobres chacinaram outros pobres mas culparam os "ricos" pelo mal-estar e pelas privações. Através desse dramático paroxismo contraditório quiseram mostrar que o Estado se afastara deles, que não atalhou o mal a tempo.
Sem comentários:
Enviar um comentário