01 setembro 2012

Apartheid não tem raça: massacre de Marikana (12)

"Para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude." (Tancredi)
Décimo segundo número da série, crédito da imagem aqui. Escrevi no número anterior que a chave da história política das elites sul-africanas habitava no que chamei rosto conflitual de Jano, a saber: a média e a grande burguesias ligadas ao Estado via ANC estão em constante ampliação e ganharam poder económico, mas o domínio financeiro continua largamente a pertencer aos descendentes do sistema capitalista do apartheid e das corporações. Querem estes mantê-lo economicamente, querem aquelas obtê-lo politicamente - acrescentei. Mas o rosto de Jano não diz apenas respeito às elites sul-africanas em si, diz especialmente respeito a um fenómeno bem mais global, diz respeito ao aguilhão do apartheid, aguilhão que, afinal, não tem raça. O que pretendo dizer? Prossigo mais tarde.
(continua)
Adenda: segundo um jornal sul-africano, a maior parte dos mineiros foi atingida com tiros nas costas. Aqui.
Adenda 2: Nenhum polícia criminalizado, mas mineiros sim. Aqui e aqui.
Adenda 3: confira também aqui.

1 comentário:

nachingweya disse...

Essa de acusar os 270 mineiros de homicídio pelos 34 assassinados pela polícia não lembra nem ao diabo.