As leis do mercado e a pobreza estimularam o florescimento em Moçambique de toda uma vasta gama de "doutores cura-tudo", que oferecem às pessoas curas e milagres para tudo, literalmente para tudo.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
31 outubro 2018
30 outubro 2018
Muito difícil
É muito difícil estudar (e aceitar como dado de partida) as condições sociais que geram os comportamentos que, pelo senso comum, transformamos em consequências, é muito difícil transformar a violência não num fundo inerente por natureza aos seres humanos, mas numa consequência das relações nas quais estamos inseridos, relações que simultaneamente construímos e nos constroem.
29 outubro 2018
Uma coluna semanal
"Fungulamaso" (=abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do "Savana" sempre na página 19. Confira na edição 1294 de 26/10/2018. Livro no prelo. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
28 outubro 2018
Construtor de condutas
Construtor de condutas, o poder simbólico faz a economia do poder físico. A televisão é um campo privilegiado desse poder.
27 outubro 2018
Uma coluna de ironia
Na última página do semanário "Savana" existe uma coluna de ironia - suave nuns casos, cáustica noutros - que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1294, de 26/10/2018.
Nota: o acesso ao Savana digital tornou-se um exclusivo dos assinantes razão por que deixei de colocar a edição completa aqui e na "crónica semanal" que divulgo à segunda-feira.
26 outubro 2018
Caixa-negra
Tomai o social por um palimpsesto: que escritas aí estavam antes do texto que agora estais a ler? Ou, se preferirdes: onde se encontra a caixa-negra do social?
25 outubro 2018
"Grandes homens"
A lógica muito primária da teoria dos "grandes homens" assenta em dados individuais e não em sistemas, em pessoas e não em colectivos. Como se o "grande homem" pudesse ser estrangeiro ao social.
24 outubro 2018
Discurso publicitário
A publicidade cria necessidades novas, igualiza paixões e signos, forma colecções amorfas de indivíduos. A sua coluna vertebral é o espectáculo, a promoção do sensorialismo gerido por combinações fantásticas operadas no tempo, no espaço e na imagem. O discurso publicitário urbano procura diluir estatutos, grupos, classes e desigualdades, aspirando a criar o perfil de um corpo social homogéneo, sem fissuras, capaz de comportamentos previsíveis.
23 outubro 2018
Burocracia
Quanto mais jovem for a experiência do Estado num país, mais robusto e visível será o peso da burocracia enquanto teia de relações de poder, de gestão de recursos necessários, de clientelismo plural.
22 outubro 2018
Uma coluna semanal
"Fungulamaso" (=abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do "Savana" sempre na página 19. Confira na edição 1293 de 19/10/2018. Livro no prelo. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
21 outubro 2018
Para a psicologia dos rumores em Moçambique [90]
-Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações." (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p.6).
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Número inaugural da série aqui. Número anterior aqui.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
Ora, o boato do recrutamento compulsivo deve ser analisado no interior de uma configuração de fenómenos especiais interligados, de fenómenos decisivos na produção e na estruturação da crença surgida.
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
Ora, o boato do recrutamento compulsivo deve ser analisado no interior de uma configuração de fenómenos especiais interligados, de fenómenos decisivos na produção e na estruturação da crença surgida.
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
20 outubro 2018
Uma coluna de ironia
Na última página do semanário "Savana" existe uma coluna de ironia - suave nuns casos, cáustica noutros - que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1293, de 19/10/2018.
Nota: o acesso ao Savana digital tornou-se um exclusivo dos assinantes razão por que deixei de colocar a edição completa aqui e na "crónica semanal" que divulgo à segunda-feira.
19 outubro 2018
19 de Outubro de 1986: tragédia de Mbuzini
19 de Outubro de 1986: o avião presidencial moçambicano despenha-se em Mbuzini, território sul-africano. Morrem o Presidente Samora Machel e 33 membros da sua comitiva.
18 outubro 2018
Óptima tese
Estou certo de que daria uma óptima tese a resposta ou o conjunto de respostas à pergunta: como explicar a resignação chapacem e mylove?
17 outubro 2018
Biografia
A biografia parece ser o êmbolo da história comezinha e dos sistemas de conhecimento imediato.
16 outubro 2018
15 outubro 2018
Uma coluna semanal
"Fungulamaso" (=abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do "Savana" sempre na página 19. Confira na edição 1292 de 12/10/2018. Sinopse do livro aqui. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
14 outubro 2018
Diferença
Na biomedicina a doença tem as fronteiras confinadas ao corpo; na espíritodetecção e na espíritoterapia, a doença tem as fronteiras confinadas à família ou à comunidade.
13 outubro 2018
Uma coluna de ironia
Na última página do semanário "Savana" existe uma coluna de ironia - suave nuns casos, cáustica noutros - que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1292, de 12/10/2018.
Nota: o acesso ao Savana digital tornou-se um exclusivo dos assinantes razão por que deixei de colocar a edição completa aqui e na "crónica semanal" que divulgo à segunda-feira.
12 outubro 2018
Indicador de liberdade
O ser humano não nasce livre, mas pode tornar-se livre. A liberdade não é um dado natural, mas social. Ter consciência disso é um primeiro indicador de liberdade e, talvez, a primeira porta de acesso à democracia real.
11 outubro 2018
Armadilhas
Sem dúvida que devemos respeitar o Outro, que devemos ser - como agora se diz - inclusivos. Porém, essas posturas estão cheias de armadilhas. Na verdade, seria preocupante defender-se que devem ser respeitadas e incluídas as opiniões dos assassinos, dos torcionários, dos genocidas, dos estupradores, dos terroristas, dos racistas e por aí fora.
10 outubro 2018
09 outubro 2018
Para a psicologia dos rumores em Moçambique [89]
-Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações." (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p.6).
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Número inaugural da série aqui. Número anterior aqui.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
Os protestos populares, especialmente a cargo de jovens e crianças, foram ampla e emotivamente descritos e ampliados em certos jornais digitais, nos blogues do copia/cola/mexerica e nas redes sociais em geral. Aqui e acolá, deu-se conta de “sms” e de mensagens de pessoas nunca identificadas. Por outras palavras: às manifestações populares nos bairros juntaram-se as manifestações digitais.
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
-"No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa.” – in “O País” digital de 28/11/2013.
Prossigo a história do rumor do tira-camisa.
Os protestos populares, especialmente a cargo de jovens e crianças, foram ampla e emotivamente descritos e ampliados em certos jornais digitais, nos blogues do copia/cola/mexerica e nas redes sociais em geral. Aqui e acolá, deu-se conta de “sms” e de mensagens de pessoas nunca identificadas. Por outras palavras: às manifestações populares nos bairros juntaram-se as manifestações digitais.
Nota: os rumores que estou a apresentar não seguem uma ordem cronológica.
08 outubro 2018
Uma coluna semanal
"Fungulamaso" (=abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do "Savana" sempre na página 19. Confira na edição 1291 de 05/10/2018. Sinopse do livro aqui. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
07 outubro 2018
06 outubro 2018
Uma coluna de ironia
Na última página do semanário "Savana" existe uma coluna de ironia - suave nuns casos, cáustica noutros - que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1291, de 05/10/2018.
Nota: o acesso ao Savana digital tornou-se um exclusivo dos assinantes razão por que deixei de colocar a edição completa aqui e na "crónica semanal" que divulgo à segunda-feira.
05 outubro 2018
Poder
O poder é produto de uma relação complexa, física e psíquica. Não é uma substância fisicamente tangível e não é pertença individual. O poder é, intrinsecamente, produto de um grupo. Como um dia observou Hannah Arendt, o poder é sempre pertença de um grupo, apenas existindo enquanto o grupo estiver unido. Eis a sua posição no livro "Da violência": "Quando dizemos que alguém está “no poder” estamos na realidade nos referindo ao fato de encontrar-se esta pessoa investida de poder, por um certo número de pessoas, para atuar em seu nome. No momento em que o grupo, de onde se originara o poder (potestas in populo, sem um povo ou um grupo não há poder), desaparece, “o seu poder” também desaparece." [aspas no original]
04 outubro 2018
Produtores de heróis
Somos produtores “naturais” de heróis, de hiper-eus nas diversas socializações pelas quais atravessamos a vida e a história. Os mais pequenos agrupamentos dispõem de heróis, de guias, de modelos de conduta. Os heróis tanto podem habitar um lar, um grupo de famílias, uma rua, quanto uma prisão ou as matas da guerrilha, tanto podem estar mortos quanto vivos e, estando mortos, estarem vivos na memória e na invocação cultual.
03 outubro 2018
Paixões
Quanto mais fortes são as paixões partidárias - entre prós e contras -, mais pobres são as análises políticas.
02 outubro 2018
Nenhuma engenharia política funerária
Como outros, sigo com atenção a campanha eleitoral. Estudo em particular, no buliçoso mercado simbólico montado pelos esforçados candidatos, os produtos que habitam as quentes promessas. Salvo opinião contrária, até agora ainda não apareceu ninguém a prometer caixões gratuitos, uma carpintaria destinada a fabricá-los ou uma agência funerária municipal, produtos que certos candidatos prometeram nas eleições autárquicas de 1998 (Dondo), 2008 (Beira e Maputo) e na intercalar de Cuamba em 2011 caso ganhassem a cadeira de edil. Portanto, até agora nenhuma engenharia política funerária.
Adenda às 19:22: entretanto surgiu em Maputo na campanha eleitoral autárquica deste ano, confira aqui.
Adenda às 19:22: entretanto surgiu em Maputo na campanha eleitoral autárquica deste ano, confira aqui.
01 outubro 2018
Uma coluna semanal
"Fungulamaso" (=abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do "Savana" sempre na página 19. Confira na edição 1290 de 28/09/2018. Sinopse do livro aqui. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
Subscrever:
Mensagens (Atom)