Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
31 dezembro 2009
O preço da tirania
Tribuna do editor Fernando Gonçalves
Dimas Marrôa e MDM figuras do ano no "Savana"
Atenção edil Simango de Maputo
(154) 31/12/09
30 dezembro 2009
Sintam (Nancy nasceu em Moçambique)
Adenda: uma vez mais obrigado ao Ricardo, meu dedicado correspondente em Paris, por chamar a minha atenção para esta bela voz cabo verdeana e para o país onde nasceu. Para o país de nascimento de Nancy, conferir aqui.
Dhlakama: o texto e o intertexto (2)
Um pouco por todo o lado, Dhkalama tem sido apresentado como fala-barato, como inconsequente, como louco, como tendo perdido o juízo. Esse quadro quase clínico, quase patológico, é propício a esconder aquilo que nele é actividade política, mesmo que ela desgoste e irrite certos quadrantes.
Por hipótese, o presidente da Renamo busca exactamente surgir como perseguido pelo partido no poder, como combatente da liberdade e da democracia, como vítima da repressão policial. Estar com residência vigiada pode ser uma coisa boa, politicamente falando. Mas não só.
A "ordem da natureza"
Observação: fascinante expressão essa, a da "ordem da natureza". Entretanto, saiba do estigma e da penalização que recaem sobre a homosexualidade aqui. A minha posição encontra-se aqui e aqui.
O que é fraude eleitoral?
O que é fraude eleitoral? Socorramo-nos de uma definição existente na internet, a saber: "Uma fraude eleitoral é a intervenção deliberada numa eleição com o propósito de impedir, anular ou modificar os resultados reais, favorecendo ou prejudicando algum candidato, partido ou coligação."
O rumor de Marínguè
Dhlakama: o texto e o intertexto (1)
Tendo anunciado manifestações de protesto contra os resultados eleitorais de 28 de Outubro, inicialmente em tom violento, situando-as depois na lei e no pacifismo, Dhlakama viu virar-se contra si e contra a Renamo toda a máquina policial preventiva do Estado. A esse nível, Nampula - onde Dhlakama está a residir - viu reforçado o seu dispositivo policial.
Formalmente, Dhlakama parece ser vítima da sua "natureza violenta" (expressão do agrado de certos sectores), parece não ter tido em conta a musculada resposta adversária, parece ter-se citadinamente esquecido de que foi comandante de guerrilha, parece ser agora prisioneiro de um erro táctico na sua estratégia manifestacional.
Porém, pode acontecer que o que se está a passar tenha sido deliberadamente previsto por ele, pode acontecer que estejamos perante um percurso táctico rigoroso numa estratégia política bem mais ampla do que pensam certos quadrantes.
O afropessimismo de Salah Sheikh
(153) 30/12/09
Adenda 2 às 7:46: preste atenção a artigos de opinião do seguinte género laudatório, aqui.
29 dezembro 2009
Sintam
Adenda: obrigado ao Ricardo, meu dedicado correspondente em Paris, por me ter sugerido aqui recordar o maliano Salif Keita, um dos mais populares cantores do mundo.
Para onde vai o Irão?
Salomão Moyana
Deviz e Mambas no "Magazine Independente"
(152) 29/12/09
28 dezembro 2009
(151) 28/12/09
Ponto de situação
Quantas línguas existem em Moçambique?
(150) 28/12/09
27 dezembro 2009
Beto Cadilhe
Interesseiro, aproveito recordar o banner que ele gentilmente fez para apoiar o meu diário no concurso The Bobs2009/2010, logo abaixo:
Fungula maso, muna madhindi mazindgi munseiu!
Tradução livre do ShiNhungwe (língua falada em Tete, minha terra natal): abra os olhos, cuidado há muitos buracos na estrada! Olhem, Bairro da Polana, cidade de Maputo: no cruzamento da Rua Nkunya Kilido com a Avenida Friedrich Engels, estais a ver uma caixa da EDM vandalizada (primeira foto a contar de cima) e se, em viatura não 4x4 e fascinados com o vandalismo da Engels, não tendes cuidado na Kilido, a oficina vos espera tragicamente (segunda foto); depois, visitada a cidade e querendo vós ir da baixa para a alta da cidade, na rua que sobe da marginal (junto ao Clube Naval) para a Julius Nyerere, tereis de enfrentar o mesmo dilema buracal como mostra a terceira foto. Que os espíritos 4x4 vos protejam!
Samora
A mais potente arma
De que raça é a tua cor? (5)
(149) 27/12/09
O problema central
Creio que o problema central está menos aí do que nas pequenas coisas do dia-a-dia que, estranguladas pelos caciquismos locais, podem ganhar a espessura de grandes e dramáticas coisas.
O problema central não está na quantidade de partidos em si, mas nos perigos da redução sistemática das coisas mais banais da vida a fórmulas políticas oportunistas e carcerais emocional e cultualmente deduzidas dos discursos do topo.
O problema central não está nas declarações formalmente democráticas, mas nos actos informais e antidemocráticos do dia-a-dia que colocam grades nas opiniões, suspeitam de mãos externas em todo o lado e atribuem intenções políticos perigosas mesmo aos pirilampos e às suas lanternas biológicas.
O problema central não está na vitória esmagadora do Uno, mas na sua aceitação esmagadoramente passiva.