Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
29 dezembro 2009
Para onde vai o Irão?
5 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Espero e desejo profundamente que vá na direcção da queda desse regime brutal e opressor.
ResponderEliminarThe Mozambique midia completely ignores the events in Iran.
ResponderEliminarWith one exception... Carlos Serra and his outstanding blog: "Diario de um sociologo".
A criação do "homem novo" nunca foi fácil!
ResponderEliminarE a exportação desse modelo é muito, muito, perigosa.
Mesmo Obama vai desconseguir o "homem novo", feito no "revolucionário" Irão.
Esperemos que as coisas evoluam por implosão do regime, em detrimento de intervenção externa.
Será muito mais complicado.
Prevejo uma repetição dos acontecimentos de 1979, que precipitaram a queda do Xá.
ResponderEliminarNa verdade, o Irão vive numa encruzilhada, que nem os reformistas, nem os conservadores aceitam ceder face à comunidade internacional, que é a questão da auto-suficiência energética.
Parecendo paradoxal,o Irão, um dos maiores produtores mundiais de crude e, com a capacidade (em conluio com Chavez e Pequim) de fazer estremecer o Dólar a todo o momento, como aliás bem o pudemos perceber nos últimos tempos, é todavia o país da região que possui instalações de extracção e refinação obsoletas, baseadas em tecnologia ocidental (sujeita a embargo) importada desde os tempos do Xá. Por isso, os custos de produção de derivados do crude é abismal, daí o ênfase da extracção, que entretanto tem decaído nos últimos tempos, colocando os planos de crescimento do Irão, face à sua extensa demografia e a dinâmica regional em cheque.
Faz uns 10 anos que o Irão tentou a reconversão da indústria petrolífera para usar know-how Indiano, mas os EUA ameaçaram Nova Delhi com sanções comerciais e tudo foi por água abaixo. A tecnologia russa não é das melhores para a realidade iraniana. Além disso, o esforço financeiro desta reconversão faria recuar a economia da república Islâmica para os longinquos anos 50. Um risco que nenhum político de Teerão pode assumir nas circunstâncias actuais.
Os seus líderes já avaliaram a situação e rapidamente perceberam que a adopção da energia nuclear mataria dois coelhos de uma cajadada só. Visto que o petróleo não consegue alavancar a sua industria e assim tornar-se cada vez mais independente da conjuntura internacional, poderá com centrais atómicas, ter o seu plano energético integralmente realizado, mas também, explorar a questão do equilíbrio militar regional face à Israel e em relação aos estados árabes da região. Os EUA são meros intrusos, porque aliados daqueles estados.
Penso que é uma questão de soberania perfeitamente justificável. E o Irão luta com as armas que tem...
Quanto ao regime, sabemos que é teocrático. Sabemos também que o Iraniano esclarecido, jovem e urbanizado anseia por uma ampla abertura cultural e religiosa. Mas o poder dos mulás ainda é imenso e assente em dogmas.
Um dado importante, o exército iraniano continua aparentemente à margem dos acontecimentos. Isso é um indicador importante.
Infelizmente o Irã está perdido graças ao fanatismo dos aiatolás. Só haverá mudanças se o regime cair ou respeitar as livres escolhas de sua população. Abraços e feliz 2010, Prof. Serra.
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