Outros elos pessoais

31 outubro 2011

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Uma certa Luanda em fotografia (11); Estado, pluralismo jurídico e recursos naturais (24)
* Séries pessoais: A África do Sul de Malema (5); Contacto sem contacto (8); Para ganhar as eleições em Quelimane (13); Contestação global e novas solidariedades (1); Teoria do conhecimento de Samora Machel (11); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (16); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (23); E se os Moçambicanos fossem Chineses? (18);  Fio de Ariadne das manifestações mundiais (8); Dhlakamismo: Clausewitz à moçambicana (24); Por que brilha o capitalismo? (5); Ditos (24); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (63); África enquanto produção cognitiva (34)

A caminho das 600

A caminho das 600 fotos - "Diário de um fotógrafo", aqui

A África do Sul de Malema (4)

"O caminho para cima e o caminho para baixo são um único caminho" (Heráclito)
"Abaixo o monopólio do capital pelos brancos.  As pessoas que estão a roubar as nossas riquezas devem vir ao palco." (canto de Malema numa marcha ocorrida em Pretoria, segundo o IOL News, aqui)
Prossigo a série.
Neste interim, Julius Malema - jovem, populista, hábil, acelerador da história iniciada por Mandela, presidente da Liga da Juventude do ANC, habitando na luxuosa área de Sandton em Joanesburgo mas conhecendo bem a raiva dos jovens sul-africanos vivendo em situação precária, com um discurso racializante forte - surgiu na cena política sul-africana como um messias oportuno ao mesmo tempo para pobres e para aspirantes a poder e riqueza, sul-africanizando rápida e discursivamente o nacionalismo indigenista à Mugabe e mobilizando com facilidade os jovens dos townships e dos bantustões. As manifestações dos dias 27 e 28 (aqui e aqui) mostram o seu poder mobilizador em torno do slogan da luta contra a pobreza e pelas nacionalizações. Esta terra foi-nos roubada pela minoria branca, esta terra pertence à maioria negra, façamo-la definitivamente nossa - eis o lema milenarista de Malema.
Foto reproduzida daqui. Recorde esta postagem aqui. Confira uma notícia sobre Malema aqui. Para traduzir, aqui.
(continua)
Adenda às 6:46: o "Notícias" de hoje tem um trabalho sobre Malema, aqui.

Para ganhar as eleições em Quelimane (12)

Prossigo a série, com base nos pontos que propus aqui.
2. Actores-alvo. Que tipo de votantes devem os candidatos a edil ter em conta? Naturalmente que a resposta depende do tipo de candidato, do seu programa, do tipo de sociedade que deseja. Inverto, então, a ordem das respostas e coloco como hipótese que é possível considerar dois tipos de candidatos a edil e seis tipos de votantes.
Deixem-me prosseguir mais tarde. Foto reproduzida daqui.
(continua)
Adenda: abordo múltiplos aspectos da engenharia eleitoral no seguinte livro: Serra, Carlos (dir), Eleitorado incapturável, Eleições municipais de 1998 em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária, 1999, 354 pp., confira especialmente pp. 43-243.

Uma certa Luanda em fotografia (11)

Prosseguindo a série sobre uma certa Luanda, sobre um certo microsocial de Luanda fotograficamente captado por Carlos Serra Jr, jurista e ambientalista, que lá esteve recentemente. Na imagem, o anúncio da famosa cerveja angolana. Se quiser ampliá-la, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
(continua)

Ditos (23)

Vigésimo terceiro dito.
Quanto mais forte é a universalização da vida e da história pela internet, pelo celular e pelos aviões, mais intensa é a procura, a reprocura ou o fabrico da identidade local, dos nichos pequenos, dos espaços familiares, dos pequenos grupos; quanto mais longe vamos, mais perto queremos estar; quanto mais planetários, mais aldeãos.
(continua)

Ocupa Wall Street: neve, vento e frio

Os manifestantes acampados no Zuccotti Park em Nova York estão agora a contas com a neve, com o vento e com o frio. Mas não há indicações de desistência. Aqui. Os organizadores solicitaram doações de diverso tipo de material protector, no seu portal, aqui. Para traduzir, aqui.

30 outubro 2011

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Uma certa Luanda em fotografia (11); Estado, pluralismo jurídico e recursos naturais (24)
* Séries pessoais: A África do Sul de Malema (4); Contacto sem contacto (8); Para ganhar as eleições em Quelimane (12); Contestação global e novas solidariedades (1); Teoria do conhecimento de Samora Machel (11); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (16); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (23); E se os Moçambicanos fossem Chineses? (18);  Fio de Ariadne das manifestações mundiais (8); Dhlakamismo: Clausewitz à moçambicana (24); Por que brilha o capitalismo? (5); Ditos (23); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (63); África enquanto produção cognitiva (34)

A África do Sul de Malema (3)

"O caminho para cima e o caminho para baixo são um único caminho" (Heráclito)
"Abaixo o monopólio do capital pelos brancos.  As pessoas que estão a roubar as nossas riquezas devem vir ao palco." (canto de Malema numa marcha ocorrida em Pretoria, segundo o IOL News, aqui)
Prossigo a série.
A média e a grande burguesias ligadas ao Estado via ANC estão em constante ampliação e ganharam poder económico, mas o domínio financeiro continua largamente a pertencer aos descendentes do sistema capitalista do apartheid e das corporações. Querem estes mantê-lo economicamente, querem aquelas obtê-lo politicamente. A chave da história política das elites sul-africanas habita nesse rosto conflitual de Janus.
Foto reproduzida daqui. Recorde esta postagem aqui.
(continua)

Uma certa Luanda em fotografia (10)

Prosseguindo a série sobre uma certa Luanda, sobre um certo microsocial de Luanda fotograficamente captado por Carlos Serra Jr, jurista e ambientalista, que lá esteve recentemente. Na imagem, numa rua da cidade, a Mona Lisa à venda...Se quiser ampliá-la, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
(continua)

Médicos: ao mesmo tempo bernardianos e vanhamussoro

Segundo o "Notícias", o ministro da Saúde, Alexandre Manguele, "criticou de forma veemente atitudes pouco recomendadas do pessoal médico afecto às diversas unidades hospitalares, por aquilo que considera de um mau serviço ao paciente". Aqui.
Em 1996 tive a honra de proferir a "oração de sapiência" da Faculdade de Medicina, intitulada "O desafio de uma medicina bernardiana em Moçambique" (a faculdade editou uma brochura com o texto). Um extracto: "O (...) o médico bernardiano que pratica a medicina experimental, que pratica a dúvida metódica e sujeita a prova à contraprova, tem de ser, também, intrinsecamente, permitam-me a ousadia, uma espécie de nhamussoro, quer dizer alguém que ajude emocionalmente, que transforme o antibiótico, por exemplo, numa ponte de contacto humano, que saiba ouvir e acarinhar o doente, que tente introduzir ou reintroduzir, sobretudo após esta guerra longa e mortífera que destruiu o país, o espírito das crenças e dos valores de uma comunidade solidária à Tönnies. Por outras palavras, o laboratório bernardiano deve conter o espírito da nossa cultura, o húmus do nosso ser (...). É nessa dualidade íntima que vejo o percurso do futuro médico, daquele que começa hoje a estudar, daquele que, oriundo dos mais variados pontos deste país, portador de um determinado universo de socializações, decidiu nobremente que a sua vida seria dedicada à promoção da saúde e a curar os que adoecem. É nessa dualidade que vejo, também, o término do curso de medicina, término que, afinal, é sempre um novo começo, um novo processo".

Triplamente mestiça

Tenho para mim que uma parte do nosso povo é triplamente mestiça em suas crenças: acredita ao mesmo tempo no médico, no pastor e no curandeiro. Se algo é suposto falhar num, há reservas à espera. Isso é especialmente visível nas doenças, encaradas num espectro inflexível que vai do mosquito ao desajuste de um mau espírito, passando, dada a crescente influência das igrejas evangélicas salvacionistas, pelo diabo. Do paracetemol à mezinha que é suposta blindar corpo e alma, habita a infinita crença na vida, crença em vaivém permanente entre o hospital, o consultório e o templo.

Passo de parada nos casamentos

Quando, nos casamentos, chega a hora do desfile ritual no Jardim dos Namorados, Avenida Friedrich Engels, cidade de Maputo, cada sábado, casa domingo,  festivamente, dançando-se e cantando-se, enquanto amigos, parentes e dançarinos (estes últimos também formam o corpo coral), estão à retaguarda, crianças abrem os cortejos com pratos e cestos contendo adereços e anéis, elas de vestido e sapatos brancos, eles de fato escuro, todos dignos e compenetrados. Não poucas vezes as crianças e os noivos avançam lentamente em passo que me parece ser de parada, tal como acontece nas cerimónias de deposição de flores na Praça dos Heróis. Terei de estudar este fenómeno.

O filho de África reivindica as jóias da coroa do continente

Com o título em epígrafe, um trabalho de John Pilger: "A 14 de Outubro, o presidente Barack Obama anunciou que estava a enviar forças especiais dos Estados Unidos para o Uganda para se juntarem à guerra civil. Nos próximos meses, tropas de combate dos EUA serão enviadas para o sul do Sudão, Congo e República Centro-Africana. Serão apenas "envolvidas" em "auto-defesa", diz Obama, satiricamente. Com a Líbia garantida, uma invasão americana do continente africano está em marcha." Aqui. Para traduzir, aqui.

Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (15)

Mais algumas hipóteses no décimo quinto número da série, prosseguindo no sumário proposto aqui.
7. Mulher na propaganda da cerveja. Depois de, no número anterior, citar um trabalho crítico de Carla de Paula sobre o que chamou "estigmatização da mulher na sociedade" através do uso de imagens femininas nas campanhas publicitárias da cerveja - imagens também usadas, para só citar alguns exemplos, em Portugal e, recentemente, como mostra a imagem em epígrafe, no nosso país - , acrescentei que havia um problema: a feminização da cerveja tem uma história antiga. Com efeito, socorrendo-me do que li num portal: "Seis milênios antes de Cristo, os antigos sumérios descobriram a arte da fermentação. Por volta do século 19 a.C., foram inscritas receitas de cerveja na forma de um hino a Ninkasi, a divindade feminina da cerveja. Outras culturas ao redor do mundo desenvolveram cerveja de forma independente, mas o trabalho de fabricação da cerveja sempre foi das mulheres. Tenenit, a divindade egípcia da cerveja, era do sexo feminino, como era a deusa Zulu (África) da cerveja, Mbaba Mwana Waresa. Entre o povo Wari, do antigo Peru, as mulheres de elite fabricavam a cerveja. Séculos mais tarde, as mulheres dominaram a cena cervejeira européia. Só no final de 1700 a cerveja se tornou uma bebida predominantemente masculina." Aqui.
Prossigo mais tarde.
(continua)

29 outubro 2011

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Uma certa Luanda em fotografia (10); Estado, pluralismo jurídico e recursos naturais (24); "O Planalto" + "Faísca"
* Séries pessoais: A África do Sul de Malema (3); Contacto sem contacto (8); Para ganhar as eleições em Quelimane (12); Contestação global e novas solidariedades (1); Teoria do conhecimento de Samora Machel (11); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (15); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (23); E se os Moçambicanos fossem Chineses? (18);  Fio de Ariadne das manifestações mundiais (8); Dhlakamismo: Clausewitz à moçambicana (24); Por que brilha o capitalismo? (5); Ditos (23); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (63); África enquanto produção cognitiva (34)

Contacto+retorno

Na margem esquerda do diário está um botão chamado Contacto e, na direita, outro chamado Feedback. Com o primeiro podem escrever-me, com o segundo responder a um questionário sobre o blogue. Muito obrigado pela participação e pelo auxílio na melhoria deste espaço.
Adenda: Agradeço às muitas pessoas que me têm dado o prazer e a honra de responder ao questionário do feedback, permitindo assim que, devagar, eu vá tentando melhorar o menu temático.

A África do Sul de Malema (2)

"O caminho para cima e o caminho para baixo são um único caminho" (Heráclito)
"Abaixo o monopólio do capital pelos brancos.  As pessoas que estão a roubar as nossas riquezas devem vir ao palco." (canto de Malema ontem numa marcha ocorrida em Pretoria, segundo o IOL News, aqui)
Prossigo a série.
Respeitado e reconhecido por quase todos os quadrantes mundiais como um gentil misturador de águas imune à racialização do social e defensor de diálogo e acordos, Mandela deixou a presidência e foi substituído por Thabo Mbeki. Espécie de Mandela em ponto pequeno, discreto, gestor diplomático do deixa-andar, Mbeki perdeu a reeleição presidencial a favor de um líder popular, Jacob Zuma. Porém, nem um nem outro alteraram substancialmente a gestão financeira das relações de produção e distribuição da rica África do Sul, hoje com uma taxa de desemprego de 25,7% e com a juventude seriamente preocupada e nervosa com o futuro.
Foto reproduzida daqui. Recorde esta postagem aqui.
(continua)

Uma certa Luanda em fotografia (9)

Prosseguindo a série sobre uma certa Luanda, sobre um certo microsocial de Luanda fotograficamente captado por Carlos Serra Jr, jurista e ambientalista, que lá esteve recentemente. Na imagem, uma pequena parte da marginal da cidade. Se quiser ampliá-la, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
(continua)

Contacto sem contacto (7)

O sétimo número da série.
Disse-vos no número anterior que as humildes jovens do instituto feminino de beleza tinham não só o poder de tratar os corpos de outrem quanto o poder confessional. Naturalmente que não tenho em conta aqui a confissão dos pecados ou a confissão de delitos, mas a miúda, trivial confissão da vida de cada dia, aquele bula-bula muito feminino e inacabável que percorre as inúmeras avenidas das coisas, das pessoas e das histórias. Mas como se processa o poder confessional?
Com a vossa autorização, prossigo este conjunto de ideias e hipóteses mais tarde.
(continua)

China: cresce número de candidatos independentes às eleições locais

Na China parece serem cada vez mais os candidatos independentes às eleições locais, jogando o Sina Weibo (250 milhões de usuários), rede  de microblogues, um papel vector. Confira em espanhol aqui e aqui e em francês aqui. Para traduzir, aqui.

28 outubro 2011

Terminou protesto da Liga da Juventude do ANC

Com uma marcha em Pretoria, terminou hoje, pacificamente, o protesto da Liga da Juventude do ANC. Confira aqui (traduz aqui), aqui e, para fotos, aqui. Recorde neste diário aqui. Se quiser ampliar as imagens (repare-se na referência a Kadafi na primeira), clique sobre elas com o lado esquerdo do rato.
Nota: amanhã sai o segundo número da minha série intitulada A África do Sul de Malema.

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Uma certa Luanda em fotografia (9); Estado, pluralismo jurídico e recursos naturais (24)
* Séries pessoais: A África do Sul de Malema (2); Contacto sem contacto (7); Para ganhar as eleições em Quelimane (12); Contestação global e novas solidariedades (1); Teoria do conhecimento de Samora Machel (11); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (15); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (23); E se os Moçambicanos fossem Chineses? (18);  Fio de Ariadne das manifestações mundiais (8); Dhlakamismo: Clausewitz à moçambicana (24); Por que brilha o capitalismo? (5); Ditos (23); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (63); África enquanto produção cognitiva (34)

Uma certa Luanda em fotografia (8)

Prosseguindo a série sobre uma certa Luanda, sobre um certo microsocial de Luanda fotograficamente captado por Carlos Serra Jr, jurista e ambientalista, que lá esteve recentemente. Nesta imagem, a Luanda das alturas. Se quiser ampliá-la, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
(continua)

Ranking da UEM

No ranking 2011 da International Colleges&Universities, a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) ocupa o 27.º lugar entre 100 universidades africanas, nas quais é flagrante a hegemonia sul-africana. Aqui. Numa outra avaliação apresentada por Topstudylinks, a UEM figura em em 57º lugar em África e em 5249º no mundo. Aqui. Esta última organização coloca a UEM em primeiro lugar no ranking moçambicano. Aqui. Recorde a última postagem neste diário, datada de 22 de Setembro, concernente ao ranking da Cybermetrics, aqui. Se quiser ampliar as imagens, clique sobre elas com o lado esquerdo do rato.

A África do Sul de Malema (1)

"O caminho para cima e o caminho para baixo são um único caminho" (Heráclito)
Densamente construída sob linhas raciais e étnicas pela ideologia, pelo preconceito e pela discriminação, a África do Sul viu chegar o término formal do apartheid  com a esperança de um futuro diferente ancorado em Nelson Mandela, um futuro solidário. Porém, os gestores do antigo apartheid esperaram que Mandela, sua ex-vítima e eleito chefe de Estado em 1994, mantivesse o capitalismo branco (apoiado por correias de transmissão indianas e mestiças) sob a roupagem de um Estado negro ritmado pela acção afirmativa compensadora e, dessa maneira, regesse a manutenção sedativa do proletariado e do subproletariado baratos e inquietos dos townships e dos bantustões.
Foto reproduzida daqui. Recorde esta postagem aqui.
(continua)

Marcha da juventude do ANC paralisa parte baixa de Joanesburgo

Texto e fotos gentilmente enviados pelo correspondente da Rádio Moçambique em Pretória, João de Sousa: "Na África do Sul a marcha da Juventude do ANC paralizou a parte baixa da cidade de Joanesburgo. Amanhã pode acontecer o mesmo em Pretória. Uma marcha pacífica iniciada ao princípio da tarde. A ideia é exigir do ANC e do Governo aquilo a que os jovens deste País designam de “liberdade económica”. Os jovens estão neste momento a percorrer a pé os 62 quilómetros que separam a capital económica da capital política. Durante a noite de de hoje vão fazer uma vigília num campo de futebol, em Pretória, porque, por razões de segurança, lhes foi negado permanecerem nos jardins anexos à Sede do governo. Os jovens exigem habitação decente e emprego. São a favor duma educação livre (sem pagamento de propinas) pela expropriação da terra aos agricultores sem qualquer indemnização, pela nacionalização das minas e do sector bancário. Querem que a riqueza seja distribuída tendo por base o preconizado na Carta da Liberdade. Ao longo dos 62 kms de marcha entre JHB e PTA foram evocando a memória de Oliver Thambo. A enorme adesão de jovens a esta marcha só vem provar a popularidade do polémico lider da juventude do ANC, Julius Malema. Ao longo do dia de hoje algumas escolas estiveram encerradas, nomeadamente nos bairros de Alexandra e Soweto, onde vivem milhares de moçambicanos. Amanhã a Liga da Juventude vai à sede do governo entregar uma moção de censura pela forma como a África do Sul está a ser governada. Este foi mais um sinal importante da insatisfação popular. Um recado directo para o ANC e para o Governo de Jacob Zuma que surge numa altura em que se preparam as condições para o congresso do partido no poder a ter lugar no próximo ano.
Adenda: Não deixa de ser importante assinalar que a marcha da juventude do ANC é realizada exactamente no dia em que Oliver Thambo completaria (se fosse vivo) os seus 94 anos de idade. Oliver Thambo nasceu a 27 de Outubro de 1917 "

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Uma certa Luanda em fotografia (8); Estado, pluralismo jurídico e recursos naturais (24)
* Séries pessoais: Contacto sem contacto (7); Para ganhar as eleições em Quelimane (12); Contestação global e novas solidariedades (1); Teoria do conhecimento de Samora Machel (11); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (15); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (23); E se os Moçambicanos fossem Chineses? (18);  Fio de Ariadne das manifestações mundiais (8); Dhlakamismo: Clausewitz à moçambicana (24); Por que brilha o capitalismo? (5); Ditos (23); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (63); África enquanto produção cognitiva (34)

Ponto de situação do novo questionário

Conferível e participável aqui. Para ampliar o gráfico, clique sobre ele com o lado esquerdo do rato.

Roubo do desenvolvimento

Segundo o "Diário de Moçambique" digital, agrava-se no centro do país o roubo de materiais eléctricos, o qual inclui o derrube de postes para extração das linhas de transporte de energia. A cidade de Chimoio pode ficar sem energia. O fenómeno ocorre também em vizinhos como África do Sul e Zimbabwe. Aqui. Recorde neste diário aqui, aqui, aqui e aqui.

Camelôs de Maputo e São Paulo

Um trabalho de Hélder Xavier no "@Verdade" sobre os camelôs moçambicanos da cidade de Maputo,  sua luta pela sobrevivência e seus conflitos com a polícia municipal. Aqui. Enquanto isso, camelôs e polícias lutaram pela segunda madrugada consecutiva em São Paulo. Aqui.
Sugestão: permitam-me sugerir recordem neste diário postagens sobre os camelôs (expressões que já usei: guerrilheiros do desenrasca e guerrilheiros da quinquilharia) de Quelimane e Maputo aqui e aqui.