Outros elos pessoais

30 setembro 2011

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Série Tete em fotografia - Chifunde (48); Estado, pluralismo jurídico e recursos naturais (7); Um texto de Samora Machel (5); Para a história da imprensa escrita em Moçambique (11); À hora do fecho" no "Savana" (Edição de 30/09/2011); Dossier "Savana" (1) (Edição de 30/09/2011)
* Séries pessoais: Teoria do conhecimento de Samora Machel (5); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (12); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (14); Violentos e calmos (6); E se os Moçambicanos fossem Chineses? (16);  Fio de Ariadne das manifestações mundiais (7); Dhlakamismo: Clausewitz à moçambicana (22); Por que brilha o capitalismo? (5); Sobre ritos de iniciação feminina à maturidade em Moçambique (27); Ditos (21); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (61); África enquanto produção cognitiva (34)

Os vizinhos do presidente

Com o título em epígrafe, um texto de Victor Bulande aqui.

Humanitária novidade

Se, no alarido das cidades, certos dirigentes de partidos ditos da oposição só têm existência nas colunas de uma certa imprensa, surgiu agora um em Nampula a exibir a humanitária novidade de se queixar dela. Na verdade, o ex-delegado e deputado do Partido Renamo e hoje presidente do Partido Humanitário de Moçambique (PAHUMO), Cornélio Quivela, aparece citado no Wamphula Fax de hoje dizendo ter apresentado queixa à Presidência da República, através do ministro da presidência para os Assuntos Sociais, contra a imprensa em geral e contra os órgãos públicos em particular, pelo facto de ignorarem o PAHUMO. Por outras palavras: Quivela disse ter-se queixado não aos simpatizantes que afirma serem muitos apesar do partido ser muito jovem, não aos jornalistas, mas, gloriosamente, a um Estado gerido pelo Partido Frelimo.

Capa do "Savana" de 30/09/2011

Logo que oportuno inicio aqui a publicação do habitual Dossier Savana, edição de 30/09/2011. Amanhã deverei inserir, destacado, o não menos habitual "À hora do fecho" do jornal. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.

Estado, pluralismo jurídico e recursos naturais (6)

Continuidade da série, a partir de um trabalho de 2010 com o título em epígrafe, da autoria de Carlos Manuel Serra, jurista e ambientalista, numa subunidade intitulada "Pluralismo jurídico na era colonial", aqui.
(continua)

O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (60)

Mais um pouco desta longa série, tendo em conta o primeiro dos dois fenómenos que sugeri.
Escrevi anteriormente que, segundo os documentos coloniais, uma parte significativa dos dirigentes locais foi substituída ora por colaboradores ora por cipaios. Dos que se opuseram, uns foram mortos, outros exilados. Porém, ainda que de forma não sistemática, alguns dos opositores foram mantidos e conduzidos à colaboração. Por outras palavras, o sistema colonial interferiu nas regras sucessórias locais, alterando-as a seu favor, num processo que iria prosseguir a partir dos anos 30 do século passado.
Então, é um logro fazermos uso de expressões do género autoridades tradicionais, chefes tradicionais, poder tradicional, etc., como se a tradição tivesse sido sempre isso mesmo, tradição, incólume às transformações e aos aproveitamentos políticos.
Contudo, o problema é um pouco mais complexo. Continuo mais tarde.
(continua)

Técnica de olhar para o dedo

De Antonio Hernández: "Quando ouço um argumento (A) do qual discordo mas que não sei rebater, transformo o argumento do meu oponente num outro diferente mas mais simples (A'), e então oponho-me a este último (NÃO A') parecendo que estou a contestar o argumento inicial. Estou realmente a mudar o foco da discussão para outro lugar onde me sinto mais confortável e em vantagem, algo parecido a obrigar a olhar para o dedo em lugar de olhar para a lua."

Um texto de Samora Machel (4)

Prosseguindo a série. Hoje os momentos são outros, a roda da história parece ter outra história, as maneiras por que se lê e se analisa o que se passa utiliza estradas diferentes. Tenho para mim que não é má ideia recordar extractos de um texto de Samora Machel e retomar contacto com categorias analíticas que parecem perdidas, num país como o nosso onde é cada vez mais forte a presença do Capital internacional e, em particular, do Capital mineiro (clique na imagem abaixo com o lado esquerdo do rato para a ampliar):
Referência: Machel, Samora Moisés, O processo da revolução democrática popular em Moçambique (1970?). Maputo: Departamento de Informação e Propaganda, 1976, in Colecção estudos e orientações, Instituto Nacional do Livro e Disco, 1980, 78 pp.
(continua)

Para a história da imprensa escrita em Moçambique (10)

Mais um pouco da série, com o O Brado Africano de 19 de Julho de 1919, sendo João Albasini o director e o editor.
Nota: nos anos 80, o Carlos Silva da Rádio Moçambique e eu concebemos e dirigimos na Televisão de Moçambique e na Rádio Moçambique um programa chamado "Moçambique e a sua história". De uma série televisiva desse programa intitulada, se a memória não me atraiçoa, "Para a história da imprensa escrita em Moçambique", foram usadas fotocópias das primeiras páginas de alguns dos primeiros jornais de Moçambique, feitas na altura pelo documentalista e historiador António Sopa, meu ex-aluno, com base no espólio do Arquivo Histórico de Moçambique. Esta série é constituída por algumas dessas fotocópias. Clique na imagem com o lado esquerdo do rato para a ampliar.
Sugestão: consulte, por exemplo,  Rocha, Ilídio, Catálogo dos periódicos e principais seriados de Moçambique, Da introdução da tipografia à independência (1854/1975). Lisboa: Edições 70, 1985.
(continua)

29 setembro 2011

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Série Tete em fotografia - Chifunde (47); Estado, pluralismo jurídico e recursos naturais (6); Um texto de Samora Machel (4); Para a história da imprensa escrita em Moçambique (10)
* Séries pessoais: Teoria do conhecimento de Samora Machel (5); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (12); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (14); Violentos e calmos (6); E se os Moçambicanos fossem Chineses? (16);  Fio de Ariadne das manifestações mundiais (7); Dhlakamismo: Clausewitz à moçambicana (22); Por que brilha o capitalismo? (5); Sobre ritos de iniciação feminina à maturidade em Moçambique (27); Ditos (21); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (60); África enquanto produção cognitiva (34)

Morreu Gruveta

Vítima de doença, faleceu o general na reserva Bonifácio Gruveta Massamba, combatente da luta de libertação nacional e primeiro governador da Zambézia no Moçambique independente. Paz à sua alma.

O problema do Joel

Em carta de leitor, Joel Hamba Jr escreveu: "Acham que se deve gritar aos quatro ventos que o país não tem problemas e que tudo está bem, quando eles sabem que não é bem assim! Dizem que os outros são apóstolos da desgraça, quando apontam aquele/a, outro/a erro/falha, neste e naquele domínio no seio da sociedade, seja este domínio, o político, o económico, o desportivo, o religioso, o escolar, o social, etc. Pensam eles ou querem mesmo que os moçambicanos não desenvolvam o sentido de análise crítica, eles apontam o dedo e dizem que esses são inimigos do povo, do desenvolvimento, do bem-estar. Será?!" Aqui.

Edição de hoje

Nota: de novo não recebi o Wamphula fax de Nampula.

Estado, pluralismo jurídico e recursos naturais (5)

Continuidade da série, a partir de um trabalho de 2010 com o título em epígrafe, da autoria de Carlos Manuel Serra, jurista e ambientalista, aqui.
(continua)

Occupy Wall Street

Prosseguem as manifestações em Nova York - portal dos manifestantes aqui, comentários depreciativos aqui e aqui. Para traduzir, aqui. Recorde neste diário aqui, aqui e aqui. Imagem reproduzida daqui.

Teoria do conhecimento de Samora Machel (4)

"Ao pegarmos em armas para derrubar a ordem antiga, sentimos a necessidade de criar uma nova sociedade, forte, sã, próspera, em que os homens livres de toda a exploração colaborariam para o progresso comum" ( Samora Machel)
Passo ao segundo ponto do sumário desta série.
2. Da luta de libertação nacional à luta de libertação social. Temos no continente muitos exemplos de luta que ficaram limitados ao perímetro da libertação nacional. O problema central nesse tipo de luta consistia em substituir os colonos, mantendo intacta a estrutura social por eles criada.
Permitam-me prosseguir mais tarde este ponto.
Adenda: permitam-me sugerir-vos a leitura em 15 números da minha série intitulada A cada um segundo as suas necessidades, a cada um segundo o seu Samora, aqui.
(continua)

E se os Moçambicanos fossem Chineses? (15)

"Espere o melhor, prepare-se para o pior e receba o que vier." (provérbio chinês)
Prossigo a série, mantendo-me ainda no ponto 5 do sumário, a saber: Poder político, Capital e relações assimétricas.
Escrevi no número anterior que Moçambicanos e Chineses não são assim mesmo, não são produtos de geração espontânea, são processos históricos que devem ser considerados a dois níveis: o cultural e o de desenvolvimento tecnológico. Na verdade, Moçambicanos e Chineses são culturalmente diferentes na maneira por que se relacionam entre si e na maneira como se relacionam com a natureza. Seres sociais uns e outros, são-no, porém, de forma distinta. Mas a esse nível, a nível meramente cultural, não são superiores ou inferiores na relações que mantêem entre si.
Prossigo mais tarde.
(continua)
Leitura recomendada: Feijó, João, Relações sino-moçambicanas em contexto laboral - uma análise de empresas em Maputo, in Serra, Carlos, A construção social do Outro, Perspectivas cruzadas sobre estrangeiros e Moçambicanos. Maputo: Imprensa Universitária, 2010, pp. 225-296.

Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (13)

"Eu mesmo tenho frequentemente lembrado que, se existe uma verdade, é que a verdade é um lugar de lutas." (Pierre Bourdieu)
Avanço na série, mantendo-me no segundo ponto do sumário proposto, rigorosamente apenas lançando ideias e hipóteses que carecem de pesquisa.
2. Qualidade e ensino: o problema das definições.  A propósito do triplo sentido político que mencionei no número anterior, defendo que três fenómenos devem ser considerados: (1) exaltação dos feitos nacionais e/ou partidários, (2) reprodução das diferenças sociais através da clivagem ensino privado/ensino público e (3)  concepção instrumental e técnica dos cursos e dos níveis.
Prossigo mais tarde. Crédito da imagem aqui.
(continua)

Um texto de Samora Machel (3)

Prosseguindo a série. Hoje os momentos são outros, a roda da história parece ter outra história, as maneiras por que se lê e se analisa o que se passa utiliza estradas diferentes. Tenho para mim que não é má ideia recordar extractos de um texto de Samora Machel e retomar contacto com categorias analíticas que parecem perdidas, num país como o nosso onde é cada vez mais forte a presença do Capital internacional e, em particular, do Capital mineiro (clique na imagem abaixo com o lado esquerdo do rato para a ampliar):
Referência: Machel, Samora Moisés, O processo da revolução democrática popular em Moçambique (1970?). Maputo: Departamento de Informação e Propaganda, 1976, in Colecção estudos e orientações, Instituto Nacional do Livro e Disco, 1980, 78 pp.
(continua)

África enquanto produção cognitiva (33)

Mais algumas ideias nesta série dedicada a mostrar como, através das posições de Hegel no seu livro oitocentista intitulado A razão na história - amplamente aqui mostradas -, operou e continua a operar um certo tipo de produção ideologizada sobre África, encaixando os Africanos num molde comportamental generalizado, rígido, imutável e absolutamente desqualificante.
Já coloquei algumas ideias concernentes à hipervalorização identitária construída sob linhas racializadas. Falta, agora, considerar a supremacia institucional. Supremacia institucional em que sentido? No sentido de que se determinam partidariamente e/ou estatalmente quotas raciais de acesso a cargos públicos e privados.
Prossigo mais tarde.
(continua)

Para a história da imprensa escrita em Moçambique (9)

Mais um pouco da série, com o O Brado Africano de 10 de Julho de 1919, sendo João Albasini o director e o editor.
Nota: nos anos 80, o Carlos Silva da Rádio Moçambique e eu concebemos e dirigimos na Televisão de Moçambique e na Rádio Moçambique um programa chamado "Moçambique e a sua história". De uma série televisiva desse programa intitulada, se a memória não me atraiçoa, "Para a história da imprensa escrita em Moçambique", foram usadas fotocópias das primeiras páginas de alguns dos primeiros jornais de Moçambique, feitas na altura pelo documentalista e historiador António Sopa, meu ex-aluno, com base no espólio do Arquivo Histórico de Moçambique. Esta série é constituída por algumas dessas fotocópias. Clique na imagem com o lado esquerdo do rato para a ampliar.
Sugestão: consulte, por exemplo,  Rocha, Ilídio, Catálogo dos periódicos e principais seriados de Moçambique, Da introdução da tipografia à independência (1854/1975). Lisboa: Edições 70, 1985.
(continua)

28 setembro 2011

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Série Tete em fotografia - Chifunde (46); Estado, pluralismo jurídico e recursos naturais (5); Um texto de Samora Machel (3); Para a história da imprensa escrita em Moçambique (9)
* Séries pessoais: Teoria do conhecimento de Samora Machel (4); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (12); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (13); Violentos e calmos (6); E se os Moçambicanos fossem Chineses? (15);  Fio de Ariadne das manifestações mundiais (7); Dhlakamismo: Clausewitz à moçambicana (22); Por que brilha o capitalismo? (5); Sobre ritos de iniciação feminina à maturidade em Moçambique (27); Ditos (21); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (60); África enquanto produção cognitiva (33)

O messianismo no futebol moçambicano

A imprensa noticiou que a Federação Moçambicana de Futebol rescindiu o contrato com  o seleccionador nacional, o holandês  Martinus Ignatius Maria. No próximo mês deveremos conhecer o novo selecionador.
O nosso futebol tem vivido intensamente do destino atribuído aos seleccionadores: o de serem messias, o de serem, por si próprios, absolutamente capazes de construir uma nova nação, a nação das vitórias da selecção nacional.
Assim, sem que verdadeiramente, ao longo de muitos anos, tenhamos obrado algo de genuinamente grande e sistemático a nível internacional, em movimento já temos a nossa fé de que tudo vai mudar com o novo seleccionador, de que uma real parusía futebolística vai acontecer.
Não seria bem mais eficiente, bem mais sensato, antes de nomearmos um novo seleccionador, efectuarmos um estudo em profundidade, multilateral, com relatório publicamente dado a conhecer, sobre os problemas que têm afectado o nosso futebol desde a independência nacional? Tenho para mim que o país tem gente competente, capaz de elaborar esse estudo.

Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (12)

"Eu mesmo tenho frequentemente lembrado que, se existe uma verdade, é que a verdade é um lugar de lutas." (Pierre Bourdieu)
Avanço na série, mantendo-me no segundo ponto do sumário proposto, rigorosamente apenas lançando ideias e hipóteses que carecem de pesquisa.
2. Qualidade e ensino: o problema das definições Escrevi no número anterior que, seja qual for o nível de ensino que consideremos (primário, secundário, técnico-profissional ou universitário), a primeira preocupação de qualquer Estado (e, especialmente, dos Estados que se confundem com os partidos políticos hegemónicos) é de natureza eminentemente política. Em que sentido? Na actualidade, num triplo sentido: (1) servir objectivos nacionais e constitucionais, (2) servir a hegemonia dos grupos dirigentes e (3) servir os interesses do Capital e do mercado.
Prossigo mais tarde. Crédito da imagem aqui.
(continua)

Estado, pluralismo jurídico e recursos naturais (4)

Continuidade da série, a partir de um trabalho de 2010 com o título em epígrafe, da autoria de Carlos Manuel Serra, jurista e ambientalista, aqui.
(continua)

Um texto de Samora Machel (2)

Prosseguindo esta série. Hoje os momentos são outros, a roda da história parece ter outra história, as maneiras por que se lê e se analisa o que se passa utiliza estradas diferentes. Tenho para mim que não é má ideia recordar extractos de um texto de Samora Machel e retomar contacto com categorias analíticas que parecem perdidas, num país como o nosso onde é cada vez mais forte a presença do Capital internacional e, em particular, do Capital mineiro (clique na imagem abaixo com o lado esquerdo do rato para a ampliar):
Referência: Machel, Samora Moisés, O processo da revolução democrática popular em Moçambique (1970?). Maputo: Departamento de Informação e Propaganda, 1976, in Colecção estudos e orientações, Instituto Nacional do Livro e Disco, 1980, 78 pp.
(continua)

Esperando a esperança

Um texto de David Brooks a propósito da manifestações americanas de Nova York, aqui. Para traduzir, aqui. Recorde neste diário aqui e aqui.

Camarões

O jornal digital camaronês quotidienmutations escreve que para as eleições presidenciais de 9 de Outubro os mentores da campanha do candidato governamental Paul Biya (presidente desde 1982) exibem com fausto os seus recursos de propaganda, enquanto os partidos da oposição aguardam ainda financiamento público. Em francês aqui, para traduzir aqui.

Dossier (7) (Edição de 16/09/2011)

Queira conferir a sétima e última parte de um dossier com peças do semanário "Savana" datado de 16/09/2011, aqui.
(fim)
Nota: não recebi a edição de 23/09/2011.

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Dossier "Savana" (7) (Edição de 16/09/2011); Série Tete em fotografia - Chifunde (45); Estado, pluralismo jurídico e recursos naturais (4); Um texto de Samora Machel (2); Para a história da imprensa escrita em Moçambique (9)
* Séries pessoais: Teoria do conhecimento de Samora Machel (4); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (12); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (12); Violentos e calmos (6); E se os Moçambicanos fossem Chineses? (15);  Fio de Ariadne das manifestações mundiais (7); Dhlakamismo: Clausewitz à moçambicana (22); Por que brilha o capitalismo? (5); Sobre ritos de iniciação feminina à maturidade em Moçambique (27); Ditos (21); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (60); África enquanto produção cognitiva (33)

Nova York: gás de pimenta contra manifestantes

Sobre o movimento norte-americano Occupy Wall Street a desenrolar-se na capital económica do mundo, Nova York, em favor de uma democracia mais participativa e contra a cobiça, a corrupção e os cortes orçamentais, leia as mais recentes notícias, incluindo sobre o uso da gás de pimenta contra manifestantes,  aqui, aqui, aqui, aqui e aqui. Para traduzir, aqui. Recorde neste diário a postagem de ontem, aqui.
Adenda às 7:01: o cientista e activista Noam Chomsky anunciou a sua solidariedade com os manifestantes, confira aqui.
Adenda 2 às 7:28: a referência anterior ao gás de pimenta foi feita neste diário em Maio, a propósito do Uganda, aqui.
Adenda 3 às 8:17: confira fotos aqui:

Prismas do Dia D

Não se trata do Dia D da segunda guerra mundial, de um novo desembarque na Normandia, mas do Dia D da Igreja Universal do Reino de Deus, com apoio do poder estatal e municipal. Segundo o "Notícias" digital de hoje, milhares de pessoas compareceram ontem nas capitais provinciais a um apelo da IURD, afirmada oportunidade "para os que desejam sair da miséria, libertar-se da opressão, dos conflitos familiares e de todos os problemas que os afligem." (recorde neste diário a campanha do "Moçambique doente", aqui). O jornal salientou que os governadores provinciais de Maputo e Sofala, bem como o edil da Beira, acompanharam o arranque dos trabalhos e fizeram votos de paz e tranquilidade pública. Aqui. Por sua vez, o "O País" digital de hoje não se referiu aos governadores e ao edil, mas foi bem mais acima e observou que "O Governo também esteve em peso, o presidente da República e o primeiro-ministro participaram do evento e consideram-no uma das maiores orações de paz em Moçambique". Em Maputo - acrescentou o jornal -, a IURD fez o que o COJA não conseguiu fazer: encher o Estádio Nacional do Zimpeto. Aqui. Enquanto isso, o "Notícias" publicou, hoje também, uma carta do leitor Frederico Cumba intitulada "O dia D é para atrair crentes ou clientes?". Aqui. Finalmente, o mesmo jornal reportou que "Igreja Católica, Comunidade Mahometana, Comunidade Judaica, Igreja Ministério Evangelho em Acção e Testemunhas de Jeová rubricam hoje, em Maputo, um memorando de entendimento com a Autoridade Tributária de Moçambique (AT), visando garantir a contribuição dos crentes na receita fiscal". Aqui.
Adenda às 9:27: o "Diário de Moçambique" também se referiu ao Dia D, dizendo que o Campo do Ferroviário da Beira ficou superlotado, mas acrescentando a seguinte frase no subtítulo da peça: "Grandes milagres de cura, uma miragem". Aqui.
Adenda 2 às 9:34: entrevistado em 2009, o sociólogo brasileiro Ricardo Mariano referiu-se extensamente à IURD, aqui.

Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (11)

Mais algumas hipóteses no décimo primeiro número da série, prosseguindo no sumário proposto aqui.
6. Corpo, nudez e sexualidade de mercado. Escrevi no número anterior que o strip-tease permite dois movimentos de erotismo: a sexualização no primeiro movimento, a dessexualização no segundo movimento. Ambos são totalmente criação androcêntrica. O primeiro movimento é constituído pelo conjunto de signos destinados a despertar o público para a nudez feminina, de par com a música e com os movimentos eróticos da mulher. O início do desnudamento do corpo da mulher é a antecâmara do sexualismo de circo produzido pelo homem. O cabaret, antónimo do lar, é o veículo subvertor do conjunto que é a mulher, em favor unicamente da sua sexualidade - como diria Roland Barthes, da "nudez como vestuário natural da mulher".
Prossigo mais tarde.
(continua)

França: guinada à esquerda. Qual esquerda?

Um trabalho com o título em epígrafe, aqui. Acrescente a leitura dos textos de Immanuel Wallerstein aqui e José Luís Fiori aqui.

Teoria do conhecimento de Samora Machel (3)

"Ao pegarmos em armas para derrubar a ordem antiga, sentimos a necessidade de criar uma nova sociedade, forte, sã, próspera, em que os homens livres de toda a exploração colaborariam para o progresso comum" ( Samora Machel)
Passo ao primeiro ponto do sumário desta série.
1. Os ângulos por que vemos Samora. Cada um de nós tem uma personalidade, uma identidade ao longo da vida. Essa personalidade é composta por várias dimensões. Mas para os que nos rodeiam, especialmente para os que connosco convivem ou que nos conhecem, regra geral uma dessas dimensões é absolutizada, é tomada como referencial único ou determinante, deixando na penumbra as outras dimensões. Isso é especialmente marcante quando a morte sobrevem e a ela se junta o estatuto de herói. Assim, por exemplo, para uns Samora foi um grande estratega militar que venceu o exército colonial, para outros foi um presidente que nos fazia ter orgulho no país, para outros, ainda, foi simplesmente o artífice de uma ditadura. No que me concerne, não vou discutir a validade dessas unidades identitárias. O que desejo fazer é apresentar algumas linhas da teoria de conhecimento de Samora, algumas linhas da concepção de história de Samora, algumas linhas da sua visão da vida e do futuro.
Adenda: permitam-me sugerir-vos a leitura em 15 números da minha série intitulada A cada um segundo as suas necessidades, a cada um segundo o seu Samora, aqui.
(continua)