Reparem nas nossas teses, nos nossos artigos, nos nossos livros: estão cheios de referências a outros autores, estão grávidos de formas técnicas de citação, são como livros sagrados que apelam em permanência ao sagrado, ao divino, àquilo que outros, de forma naturalmente sábia, escreveram.
Texto científico sem referência a autores, não o é. Que o diga um colega nosso que, anos atrás, lançou aqui um livro sem citações. Imediatamente lhe saltou em cima um papa da autoridade, que o criticou severamente por faltar ao respeito à ciência.
Há colegas que até nem escrevem. Apenas citam. Por vezes, noventa por cento do que escrevem é um receituário da arte de bem citar. Tal como eu, claro.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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