Se já é uma tarefa complexa e delicada compreender o comportamento de uma pessoa, muito mais complexo e delicado é compreender o comportamento agregado de milhares ou de milhões de pessoas. Ontem como hoje, formar uma identidade comportamental colectiva (uma «unidade psíquica» ou uma «totalidade unitária» como escreveu Georg Simmel) para compreender o comportamento de pessoas que são diferentes como seres sociais, continua a ser um desafio enorme para os estudiosos do social.
Todavia, estamos todos os dias a fazer exercícios de «psiquismo colectivo» (de novo Simmel) e a formar «unidades psíquicas» simples a partir de alguns fragmentos conhecidos e independentemente das diferenças sociais dos actores, a encontrar coerências das quais está evacuada a espantosa infinidade diária de gestos, actos, pensamentos, condutas individuais e colectivas, etc. É, afinal, a preponderância do espírito de conjunto sobre o espírito de detalhe, como disse Comte.
Isso ao nível quer da sociologia universitária, quer do senso comum.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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