Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
31 janeiro 2015
Renamo: desobediência civil como estratégia política (2)
Segundo número da série. Entro no primeiro ponto do sumário proposto no número inaugural, a saber: Definição de desobediência civil. A Wikipédia tem a seguinte definição: "Desobediência civil, que erradamente pode ser confundida como desacato, é uma forma de protesto político, feito pacificamente, que se opõe a alguma ordem que possui um comportamento de injustiça ou contra um governo visto como opressor pelos desobedientes." Aqui. Prossigo mais tarde.
"À hora do fecho" no "Savana"
Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1099, de 30/01/2015, disponível na íntegra aqui:
Lá no Niassa
Amplie a imagem clicando sobre elas com o lado esquerdo do rato. Em língua yaawo, kucela significa amanhecer. Sobre a província do Niassa, aqui.
30 janeiro 2015
Renamo: desobediência civil como estratégia política (1)
O objectivo nesta série consiste em colocar algumas hipóteses sobre a desobediência civil como estratégia política da Renamo. Para o efeito proponho o seguinte sumário orientador:
1. Definição de desobediência civil
2. Objectivos estratégicos
3. Níveis de operacionalização:
3.1. Dhlakamização da Renamo
3.2. Cesarismo
3.3. Populismo
4. Povo-escudo dos comícios
5. Dilemas políticos da PGR e do Estado
1. Definição de desobediência civil
2. Objectivos estratégicos
3. Níveis de operacionalização:
3.1. Dhlakamização da Renamo
3.2. Cesarismo
3.3. Populismo
4. Povo-escudo dos comícios
5. Dilemas políticos da PGR e do Estado
29 janeiro 2015
Novo questionário
No lado direito deste diário encontra-se um novo questionário com o título em epígrafe, participável até 29 de Março aqui.
Tete: da docência à mineração
Segundo o reitor da Universidade Zambeze, professores da sua instituição trocam a docência por empregos nas empresas mineradoras. Se não fossem os professores cubanos a Faculdade de Ciências de Saúde em Tete dificilmente funcionaria. Aqui.
Blogue de Yanis e observação
"A democracia grega escolheu parar de avançar calmamente para a escuridão. A democracia grega escolheu revoltar-se contra a morte da luz". Aqui.
O novo ministro da Finanças da Grécia,Yanis Varoufakis, tem um blogue, aqui.
Observação: um pouco em jornais, redes sociais digitais e blogues, Yanis Varoufakis aparece rotulado como marxista. Parece que o fundamental para certos círculos de opinião não é o conjunto de ideias de gestão económica de Yanis, mas o facto dele ser marxista. Passa, assim, a ideia de uma anormalidade, de um fenómeno espúrio, de uma malignidade, tão ao gosto dos sistemas e dos produtores neoliberais das teorias almofadadas. Perante os Yanis do planeta, nervosos ficam os mandarins do verbo nefelibata, os intelectuais medíocres do nem-nem, os seminaristas da razão nem-direita-nem-esquerda, os comentadores iluminados, os adoradores da neutralidade, enfim os fiéis de Sancho: “Sancho não quer que dois indivíduos estejam 'em contradição', um com o outro, como burguês e proletário […], ele desejaria vê-los entrar numa relação pessoal de indivíduo para indivíduo. Não considera que, no quadro de uma divisão de trabalho, as relações pessoais tornam-se necessariamente, inevitavelmente, relações de classes e se cristalizam como tais; assim, todo o seu palavreado reduz-se a um voto piedoso que pensa realizar exortando os indivíduos dessas classes a expulsar do seu espírito a ideia das suas 'contradições' e dos seus 'privilégios' particulares […] Para destruir a 'contradição' e o 'particular', bastaria mudar a 'opinião' e o 'querer'. […] - Marx, Karl, Idéologie allemande. Paris: A. Costes, 1947, Œuvres Philosophiques, tome IX, p. 94 [Marx ataca Max Stirner (1806/1856), filósofo alemão.]
O novo ministro da Finanças da Grécia,Yanis Varoufakis, tem um blogue, aqui.
Observação: um pouco em jornais, redes sociais digitais e blogues, Yanis Varoufakis aparece rotulado como marxista. Parece que o fundamental para certos círculos de opinião não é o conjunto de ideias de gestão económica de Yanis, mas o facto dele ser marxista. Passa, assim, a ideia de uma anormalidade, de um fenómeno espúrio, de uma malignidade, tão ao gosto dos sistemas e dos produtores neoliberais das teorias almofadadas. Perante os Yanis do planeta, nervosos ficam os mandarins do verbo nefelibata, os intelectuais medíocres do nem-nem, os seminaristas da razão nem-direita-nem-esquerda, os comentadores iluminados, os adoradores da neutralidade, enfim os fiéis de Sancho: “Sancho não quer que dois indivíduos estejam 'em contradição', um com o outro, como burguês e proletário […], ele desejaria vê-los entrar numa relação pessoal de indivíduo para indivíduo. Não considera que, no quadro de uma divisão de trabalho, as relações pessoais tornam-se necessariamente, inevitavelmente, relações de classes e se cristalizam como tais; assim, todo o seu palavreado reduz-se a um voto piedoso que pensa realizar exortando os indivíduos dessas classes a expulsar do seu espírito a ideia das suas 'contradições' e dos seus 'privilégios' particulares […] Para destruir a 'contradição' e o 'particular', bastaria mudar a 'opinião' e o 'querer'. […] - Marx, Karl, Idéologie allemande. Paris: A. Costes, 1947, Œuvres Philosophiques, tome IX, p. 94 [Marx ataca Max Stirner (1806/1856), filósofo alemão.]
Striptease
A matriz que organiza o corpo em função de um certo tipo de nudez e segrega a sexualidade de mercado tem no striptease a sua coluna vertebral. O striptease permite dois movimentos de erotismo: a sexualização no primeiro movimento, a dessexualização no segundo movimento.
Ambos são totalmente criação androcêntrica. O primeiro movimento é constituído pelo conjunto de signos destinados a despertar o público para a nudez feminina, de par com a música e com os movimentos eróticos da mulher. O início do desnudamento do corpo da mulher é a antecâmara do sexualismo de circo produzido pelo homem. O cabaret, antónimo do lar, é o veículo subversor do conjunto que é a mulher, em favor unicamente da sua sexualidade - como diria Roland Barthes, da "nudez como vestuário natural da mulher".
O segundo movimento completa e inutiliza o primeiro pelo excesso, pela ênfase. O ritual do striptease acaba, afinal, por "dessexualizar a mulher no próprio momento em que é despida", para usar, de novo, uma imagem de Roland Barthes. Cenário, acessórios e estereótipos mostram a nudez para melhor a fazerem esquecer, confinando-a ao mundo do espectáculo.
Ambos são totalmente criação androcêntrica. O primeiro movimento é constituído pelo conjunto de signos destinados a despertar o público para a nudez feminina, de par com a música e com os movimentos eróticos da mulher. O início do desnudamento do corpo da mulher é a antecâmara do sexualismo de circo produzido pelo homem. O cabaret, antónimo do lar, é o veículo subversor do conjunto que é a mulher, em favor unicamente da sua sexualidade - como diria Roland Barthes, da "nudez como vestuário natural da mulher".
O segundo movimento completa e inutiliza o primeiro pelo excesso, pela ênfase. O ritual do striptease acaba, afinal, por "dessexualizar a mulher no próprio momento em que é despida", para usar, de novo, uma imagem de Roland Barthes. Cenário, acessórios e estereótipos mostram a nudez para melhor a fazerem esquecer, confinando-a ao mundo do espectáculo.
Analisar
Analisar é procurar criar uma fronteira entre o cidadão que maneja e emprega diariamente as categorias de valor e o analista que procura estudar os fenómenos independentemente de serem bons ou maus, de apreciar ou não a sua natureza e os seus problemas.
28 janeiro 2015
Poder motorizado e despesismo
"O Presidente da República, Filipe Nyusi, prometeu ontem, no seu primeiro discurso à nação, formar um Governo prático e pragmático, orientado por objectivos de redução de custos e no combate ao despesismo." Aqui.
Tanto quanto posso avaliar em partes da cidade de Maputo, não parece ter havido ainda contenção de despesas no poder motorizado estatal. Sobre esse poder, permitam-me recordar-vos parte de um texto meu divulgado através de uma série neste diário:
"Este é um dos grandes pulmões do poder político, parte integrante do espectáculo do poder expondo-se através da viatura último modelo, do ruído marcante, do aparato policial. [Não me interessa aqui o poder motorizado particular do gestor do poder político, o uso privado de viaturas. Interessa-me, sim, a espectacularidade do poder motorizado oficial, desse espantoso poder a grande velocidade que abre caminho através do carro policial da sirene, acompanhado pelas luzes de aviso, protegido pelos agentes de segurança, servido pelas ordenanças. Quanto mais importante o cargo do chefe, mais aparatoso é o poder motorizado. Mas a alma do aparato ultrapassa, afinal, as regras da hierarquia. Mesmo se numa capital provincial de pouco tráfego, mesmo se na sede distrital, o chefe e o sistema tudo fazem para se anunciarem, a visibilidade é de regra. Quanto mais aparato, mais poder genuíno exposto. É imperativa a velocidade, há tenebrosos inimigos à espreita? Creio que o fundamental do poder a expor não reside nessa pergunta, mas nesta: como mostrar que estou em primeiro lugar, que sou elite, que sou puro poder, poder absolutamente não miscível, poder fundador, poder infinito?" Aqui.
Tanto quanto posso avaliar em partes da cidade de Maputo, não parece ter havido ainda contenção de despesas no poder motorizado estatal. Sobre esse poder, permitam-me recordar-vos parte de um texto meu divulgado através de uma série neste diário:
"Este é um dos grandes pulmões do poder político, parte integrante do espectáculo do poder expondo-se através da viatura último modelo, do ruído marcante, do aparato policial. [Não me interessa aqui o poder motorizado particular do gestor do poder político, o uso privado de viaturas. Interessa-me, sim, a espectacularidade do poder motorizado oficial, desse espantoso poder a grande velocidade que abre caminho através do carro policial da sirene, acompanhado pelas luzes de aviso, protegido pelos agentes de segurança, servido pelas ordenanças. Quanto mais importante o cargo do chefe, mais aparatoso é o poder motorizado. Mas a alma do aparato ultrapassa, afinal, as regras da hierarquia. Mesmo se numa capital provincial de pouco tráfego, mesmo se na sede distrital, o chefe e o sistema tudo fazem para se anunciarem, a visibilidade é de regra. Quanto mais aparato, mais poder genuíno exposto. É imperativa a velocidade, há tenebrosos inimigos à espreita? Creio que o fundamental do poder a expor não reside nessa pergunta, mas nesta: como mostrar que estou em primeiro lugar, que sou elite, que sou puro poder, poder absolutamente não miscível, poder fundador, poder infinito?" Aqui.
27 janeiro 2015
Produção de heróis e mártires para a Renamo (8)
Oitavo número da série. Por que tenta a polícia transformar António Muchanga em herói? - esta foi uma pergunta formulada pelo jornalista Paul Fauvet aqui. Essa pergunta é o pretexto para esta série, que hoje termina. Prossigo com as hipóteses. Já escrevi sobre a produção de heroísmo e de messianismo em relação a Afonso Dhlakama. Falta agora escrever um pouco sobre a produção de martirismo no tocante a António Muchanga, porta-voz do presidente da Renamo, conforme prometido aqui. O Sr. Muchanga já foi detido duas vezes, uma o ano passado, outra este ano. A incitação à violência esteve na base das duas detenções, sendo a segunda detenção claramente ilegal pois não fora levantada a sua imunidade como membro do Conselho de Estado. As duas detenções foram motivo para, em certos círculos de opinião, ocorrer de imediato a transformação de António Muchanga em mártir da democracia, em vítima da violência política adversária. Temos, assim, de Dhlakama a Muchanga, um largo espectro politicamente construído no sentido de questionar permanentemente a validade do Estado e de legitimar não importa que apologia da violência política. Esse espectro contempla a defesa ostensiva (1) do exército privado da Renamo e (2) das múltiplas declarações de promoção de violência política, de ameaças castrenses e de separatismo regional. O Estado aparece como instigador da injustiça, a Renamo como pobre vítima. Longe parecem os tempos descritos e analisados por exemplo aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui. (mapa abaixo reproduzido com a devida vénia daqui)
Adenda: leia o rescaldo da 91.ª ronda das negociações entre Estado e Renamo, ontem ocorrida, aqui.
26 janeiro 2015
Governantes e interesses empresariais - texto do CIP
"Analisando o perfil profissional e a experiência dos membros do governo recentemente formado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, constata-se que grande parte dos governantes tem interesses empresariais em diversos sectores de actividade económica, o que torna urgente e pertinente a declaração do respectivo património por parte destes." - um texto de Baltazar Fael e Edson Cortez no boletim 14/2015 do "Centro de Integridade Pública", aqui.
Sobre a pequena mão de Deus
De uma entrevista de 2009: "Não é saudável que vitórias possam surgir no imaginário popular como se obtidas com o aval de uma pequena mão de Deus. Creio que uma solução boa seria a de termos uma Comissão Nacional de Eleições efectivamente distante das filiações partidárias, plenamente profissional, o que, convenhamos, não é nada fácil. E com regras transparentes, acessíveis a todos, consultáveis a qualquer momento. Creio que estas são tarefas inadiáveis e urgentes." Aqui.
No "Savana" 1098 de 23/01/2015, p.19
Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato. Nota: "Fungulamaso" (abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do "Savana" sempre com 148 palavras na página 19. A Cris, colega linguista, disse-me que se deve escrever Cinyungwe. Tem razão face ao consenso obtido nas consoantes do tipo "y" ou "w". Porém, o aportuguesamento pode ser obtido tal como grafei.
Adenda: também na rubrica Crónicas da minha página na "Academia.edu", aqui.
Adenda 2 às 04:46: o boato da bílis letal de crocodilo chegou também a Nampula, fazendo fé no "Wamphula Fax" de hoje (recorde ainda aqui):
25 janeiro 2015
O seccionismo regional de Dhlakama/Renamo
Segundo a "Lusa" citada pelo "SapoNotícias", o presidente da Renamo abandonou a ideia do governo de gestão e faz agora finca-pé na autonomia governativa da região compreendida pelas províncias de Sofala, Manica Tete, Nampula, Zambézia e Niassa. Aqui.
Adenda: sem resposta do Estado ao seu governo de gestão, o presidente da Renamo enveredou agora pelo seccionismo regional. Como escrevi neste diário no dia 04, "o que se passa é a transposição da guerrilha física (na qual por muitos anos ele foi e continua a ser o comandante) para a guerrilha discursiva, simbólica. A guerrilha discursiva, simbólica, replica a coluna vertebral da guerrilha física, na qual a irregularidade permanente, versátil, do guerrilheiro, faz face à regularidade do exército estatal." Aqui.
Adenda 2 às 12:13: Dhlakama multiplica-se em comícios e visitas, obtendo sempre grande visibilidade mediática com o seu discurso populista. Finalmente, parece que já autorizou que os 89 deputados do seu partido ocupem os seus lugares na Assembleia da República.
Adenda 3 às 06:37 de 26/01/2015: segundo o "Wamphula Fax" de hoje, a propósito da visita de Dhlakama à província de Nampula: "Para o líder da Renamo, a operacionalização do seu projecto político de criação de “regiões autónomas” de Centro e Norte, onde ele e seu partido teriam conseguido maior número de votos nas eleições gerais de 15 de Outubro findo, vai acontecer “só se for necessário”, isto é, “se as negociações actualmente em curso entre o governo da Frelimo e a Renamo, falharem” [...].
Adenda: sem resposta do Estado ao seu governo de gestão, o presidente da Renamo enveredou agora pelo seccionismo regional. Como escrevi neste diário no dia 04, "o que se passa é a transposição da guerrilha física (na qual por muitos anos ele foi e continua a ser o comandante) para a guerrilha discursiva, simbólica. A guerrilha discursiva, simbólica, replica a coluna vertebral da guerrilha física, na qual a irregularidade permanente, versátil, do guerrilheiro, faz face à regularidade do exército estatal." Aqui.
Adenda 2 às 12:13: Dhlakama multiplica-se em comícios e visitas, obtendo sempre grande visibilidade mediática com o seu discurso populista. Finalmente, parece que já autorizou que os 89 deputados do seu partido ocupem os seus lugares na Assembleia da República.
Adenda 3 às 06:37 de 26/01/2015: segundo o "Wamphula Fax" de hoje, a propósito da visita de Dhlakama à província de Nampula: "Para o líder da Renamo, a operacionalização do seu projecto político de criação de “regiões autónomas” de Centro e Norte, onde ele e seu partido teriam conseguido maior número de votos nas eleições gerais de 15 de Outubro findo, vai acontecer “só se for necessário”, isto é, “se as negociações actualmente em curso entre o governo da Frelimo e a Renamo, falharem” [...].
Chitima e a lenda/boato da bílis letal de crocodilo (7)
- "Gente idosa e residente em Chitima acredita que nas mediações daquele povoado há rios povoados por Crocodilos e que apesar deste animal ser de difícil aquisição, um experiente premeditou este acto, tendo colhido e devidamente conservado partes de bílis deste animal, com o intuito de dizimar vidas. Esta asserção vem ao de cima por experiências amargas do passado e que virou lenda naquele povoado!" Aqui.
- "Na tragédia actual em Moçambique, não posso imaginar quanta bílis seria necessária para adicionar a 210 litros de cerveja de maneira a causar muitas mortes." Aqui. (agradeço ao RC o envio desta referência)
- "Na tragédia actual em Moçambique, não posso imaginar quanta bílis seria necessária para adicionar a 210 litros de cerveja de maneira a causar muitas mortes." Aqui. (agradeço ao RC o envio desta referência)
Sétimo número da série. Finalmente, passo à terceira e última pergunta sugerida aqui, a saber: Se a crença é subjectivamente sentida como verdadeira, qual a razão ou quais as razões? Nas condições sociais que são as suas (fraco domínio das relações sociais e naturais), as pessoas de Chitima (e não só daqui) fazem do crocodilo uma espécie de chave-mestra que abre todas as fechaduras sociais do Perigo, do Mal e das Trevas. Dispensam a evidência empírica, basta-lhes a crença, uma crença que opera como causa que faz sempre sentido. Esta é uma mera hipótese. Hipótese que se aplica, também, a todos aqueles que, em jornais, redes sociais e blogues, adoptaram - por inteiro ou como possibilidade - a malévola bílis crocodilácia como causa da tragédia de Chitima.
Adenda: entretanto, leia a produção de um boato sobre água envenenada na cidade de Tete, aqui.
As verdadeiras chaves do social
Quanto mais insistimos nos aspectos fora de comum, na superfície dos fenómenos (a este nível com um forte pendor psicologizante), quanto mais ênfase damos ao espectáculo de coisas, mais escondidas ficam as verdadeiras chaves do social. Desta maneira, aspectos considerados perturbadores da realidade social são travestidos em aspectos inócuos, destituídos de vida própria ou convertidos em preceitos morais, desta maneira a pasteurização social elimina os "microorganismos patogénicos" sociais.
Árvores
Um dos grandes problemas é discutirmos pessoas e não os sistemas nos quais vivem; é discutirmos os méritos ou deméritos individuais e não a estrutura dos sistemas nos quais têm as suas vidas e constroem os seus pensamentos; é discutirmos árvores e não florestas.
24 janeiro 2015
Isso não vai suceder
No ano passado escrevi uma série cujo penúltimo parágrafo foi este: "No caso de a Frelimo ganhar as eleições presidenciais e legislativas de 2014, teremos, por hipótese, durante pelo menos cinco anos, um omnipotente presidente da luta de libertação à testa de tudo através do partido e um presidente das gerações pós-independência à testa do Estado, em posição vincadamente subalterna." Aqui.
Observação: segundo o "SapoNotícias" citando a "STV", o veterano Sérgio Vieira da Frelimo entende que o presidente da República, Filipe Nyusi, devia ser também o presidente do partido. Aqui. Defendo que isso não vai suceder tão breve, por duas razões: primeiro, porque Nyusi está num modesto 139.º lugar na lista dos 197 membros efectivos do Comité Central da Frelimo, confira aqui. E, claro, não é membro da Comissão Política. Segundo, porque sendo Nyusi o primeiro Chefe de Estado a inaugurar as gerações pós-independência, será rigorosamente monitorado pelos pais fundadores da luta de libertação nacional em geral e por aqueles que se encontram na Comissão Política em particular. Por outras palavras, Nyusi está em provas de exame, que podem durar anos, Armando Guebuza (presidente do partido Frelimo) e a Comissão Política são os membros do júri. Que tipo de provas de exame? As relacionadas com fidelidade partidária e as relacionadas com criatividade estatal moderada.
Adenda às 19:49: a monitoria será tão mais apertada quão - na disputa por recursos de poder e prestígio - mais agressiva se apresentar a Renamo enquanto memória do passado castrense e mais diligente se apresentar o MDM enquanto partido civil do futuro.
Observação: segundo o "SapoNotícias" citando a "STV", o veterano Sérgio Vieira da Frelimo entende que o presidente da República, Filipe Nyusi, devia ser também o presidente do partido. Aqui. Defendo que isso não vai suceder tão breve, por duas razões: primeiro, porque Nyusi está num modesto 139.º lugar na lista dos 197 membros efectivos do Comité Central da Frelimo, confira aqui. E, claro, não é membro da Comissão Política. Segundo, porque sendo Nyusi o primeiro Chefe de Estado a inaugurar as gerações pós-independência, será rigorosamente monitorado pelos pais fundadores da luta de libertação nacional em geral e por aqueles que se encontram na Comissão Política em particular. Por outras palavras, Nyusi está em provas de exame, que podem durar anos, Armando Guebuza (presidente do partido Frelimo) e a Comissão Política são os membros do júri. Que tipo de provas de exame? As relacionadas com fidelidade partidária e as relacionadas com criatividade estatal moderada.
Adenda às 19:49: a monitoria será tão mais apertada quão - na disputa por recursos de poder e prestígio - mais agressiva se apresentar a Renamo enquanto memória do passado castrense e mais diligente se apresentar o MDM enquanto partido civil do futuro.
"À hora do fecho" no "Savana"
Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Seguem-se dois extractos reproduzidos da edição 1098, de 23/01/2015, disponível na íntegra aqui:
23 janeiro 2015
Como cogumelos
Como cogumelos, num ritmo vertiginoso, após abate de moradias antigas, surgem prédios no Bairro da Polana da cidade de Maputo. Muitos desses prédios são para habitação. Não ficam atrás os condomínios. De onde vem tanto dinheiro? A que grupos sociais são destinados semelhantes construções?
22 janeiro 2015
"Nacionalismo de recursos"
No "O País": "As incertezas sobre a regulação em Moçambique e os riscos de um aumento do “nacionalismo de recursos” podem diminuir o interesse dos investidores e adiar os projectos, considera a Business Monitor Internacional [...]." Aqui.
Prismas
Antigos trabalhadores moçambicanos na extinha RDA, os madgermanes, foram ontem à sede da "Sociedade Notícias", na cidade de Maputo. Estude-se a forma como dois jornais digitais relataram o sucedido, em primeiro lugar o "Notícias" que usou o verbo "marchar" aqui e em segundo lugar o "Canal de Moçambique" que usou o verbo "invadir" aqui.
Produção de heróis e mártires para a Renamo (7)
Sétimo número da série. Por que tenta a polícia transformar António Muchanga em herói? - esta foi uma pergunta formulada pelo jornalista Paul Fauvet aqui. Essa pergunta é o pretexto para esta série. Prossigo com as hipóteses. Já escrevi sobre a produção de heroísmo e de messianismo em relação a Afonso Dhlakama. Falta agora escrever um pouco sobre a produção de martirismo no tocante a António Muchanga, porta-voz do presidente da Renamo, conforme prometido aqui. Aguardem a continuidade da série. (mapa abaixo reproduzido com a devida vénia daqui)
21 janeiro 2015
"A objectividade é impossível" (George Mombiot)
De um texto de George Mombiot no TheGuardian digital: "Quando as pessoas dizem que não têm política, isso significa que estão alinhadas com o status quo. Nenhum de nós é imparcial, ninguém é estrangeiro à questão do poder. Somos criaturas sociais que absorvem as perspectivas e as opiniões daqueles com quem nos identificamos e inconscientemente deles somos eco. A objetividade é impossível." Aqui. [tradução minha, CS; referência encontrada aqui.]
Adenda : neste momento há 721 comentários no texto citado.
Adenda : neste momento há 721 comentários no texto citado.
Dhlakama anuncia encontro segundo "Lusa"
Segundo a "Lusa" citada pelo "SapoNotícias": "O Líder da Renamo, maior partido de oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, anunciou hoje um encontro com o novo executivo moçambicano, para discutir a sua exigência de um governo de gestão, que a Frelimo, no poder, rejeita." Aqui.
Adenda às 07:15: no tablado político do país, Afonso Dhlakama continua em extrema evidência e mobilidade: ora vai para a frente ora vai para trás, ora vai a um meio contemporizador. É exímio na guerrilha discursiva e nas emboscadas mediáticas.
Adenda 2 às 07:48: "Segundo Damião José, o partido no poder está porém aberto “a trabalhar e dialogar, tendo sempre em vista para a inclusão, que não significa ter membros da oposição no Governo, mas ouvir o pensamento dos moçambicanos e as forças vivas da sociedade”. Aqui.
Adenda 3 às 10:23: no "mediaFAX" de hoje, aqui:
Adenda às 07:15: no tablado político do país, Afonso Dhlakama continua em extrema evidência e mobilidade: ora vai para a frente ora vai para trás, ora vai a um meio contemporizador. É exímio na guerrilha discursiva e nas emboscadas mediáticas.
Adenda 2 às 07:48: "Segundo Damião José, o partido no poder está porém aberto “a trabalhar e dialogar, tendo sempre em vista para a inclusão, que não significa ter membros da oposição no Governo, mas ouvir o pensamento dos moçambicanos e as forças vivas da sociedade”. Aqui.
Adenda 3 às 10:23: no "mediaFAX" de hoje, aqui:
Adenda às 16:51: "A Frelimo, não confirma o encontro anunciado ontem pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, com o executivo, avisando que não haverá discussões sobre a exigência de um Governo de gestão. [...] Não existe nada, é absolutamente falso." Aqui.
Chitima e a lenda/boato da bílis letal de crocodilo (6)
- "Gente idosa e residente em Chitima acredita que nas mediações daquele povoado há rios povoados por Crocodilos e que apesar deste animal ser de difícil aquisição, um experiente premeditou este acto, tendo colhido e devidamente conservado partes de bílis deste animal, com o intuito de dizimar vidas. Esta asserção vem ao de cima por experiências amargas do passado e que virou lenda naquele povoado!" Aqui.
- "Na tragédia actual em Moçambique, não posso imaginar quanta bílis seria necessária para adicionar a 210 litros de cerveja de maneira a causar muitas mortes." Aqui. (agradeço ao RC o envio desta referência)
- "Na tragédia actual em Moçambique, não posso imaginar quanta bílis seria necessária para adicionar a 210 litros de cerveja de maneira a causar muitas mortes." Aqui. (agradeço ao RC o envio desta referência)
Sexto número da série. Passo agora à segunda pergunta sugerida aqui, a saber: É a crença objectivamente falsa, mas subjectivamente sentida como verdadeira? Sim, a resposta é positiva. No imaginário popular não está em causa a pesquisa laboratorial da bílis do crocodilo, como preocupação isso não é possível nas condições sociais e tecnológicas locais. O que está em causa, o que constitui a coluna vertebral da crença é que ela é considerada verdadeira, faz sentido, tem sentido. A crença é falsa para muitos de nós, mas verdadeira para muitas pessoas em Chitima e em outros locais. Aguarde o próximo número desta série.
Adenda às 07:51: a polícia anunciou estar próxima de encontrar os autores do envenamento do pombe que provocou 75 mortos em Chitima, província de Tete. Aqui.
20 janeiro 2015
Dhlakama regressou ao discurso castrense
No "O País" digital de hoje: "O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, ameaçou, na tarde de ontem, tomar as capitais provinciais, incluindo a capital do país (Maputo) e governar o país, por um certo período, caso as suas propostas da criação de um governo de gestão ou da República Centro e Norte de Moçambique não encontrem espaço no seio da Frelimo e seja impedido pelo governo." Aqui.
Adenda às 14:57: enquanto isso, a "Folha de Maputo" tem esta notícia aqui.
Adenda 2 às 15:20: outra notícia a conferir, desta vez da "Lusa" citada pelo "SapoNotícias", aqui.
Adenda às 14:57: enquanto isso, a "Folha de Maputo" tem esta notícia aqui.
Adenda 2 às 15:20: outra notícia a conferir, desta vez da "Lusa" citada pelo "SapoNotícias", aqui.
Resultados eleitorais e teses preguiçosas (26)
Vigésimo sexto número da série. Trabalhando sempre com hipóteses, termino esta série, com o sexto ponto dos seis pontos sugeridos aqui, a saber: 5. Das lógicas dos políticos às lógicas populares. Através dos mais variados meios de comunicação, os políticos - em sua maioria - são sempre intransigentes. Não só entendem que podem falar em nome do povo mesmo sem mandato deste, quanto têm a certeza de que o povo os ama. As multidões dos comícios são um bom momento para os políticos darem azo às suas lógicas. O que sucede às lógicas populares? Em sua diversidade social, em sua multiplicidade opinativa, em seus anseios, em suas desesperanças, ficam invariavelmente reféns dos discursos dos políticos e do anonimato dos votos. Os políticos não gostam que os povos pensem, mas que sejam pensados. Todavia, a história costuma ser perversa e por isso, não poucas vezes, as lógicas populares libertam-se.
(vide Serra, Carlos [dir], Eleitorado incapturável, Eleições municipais de 1998 em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária, 1999, pp.43-243)
(vide Serra, Carlos [dir], Eleitorado incapturável, Eleições municipais de 1998 em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária, 1999, pp.43-243)
Renamo e síndrome líbia
Através do seu presidente, Afonso Dhlakama, a Renamo decidiu que as eleições gerais de Outubro de 2015 foram fraudulentas. Aliás, nas eleições gerais de 1994, 1999, 2004 e 2009 decidiu o mesmo. Tal como exigiu que a Renamo esteja representada em todos os órgãos das forças de defesa e segurança, Dhlakama exigiu um governo de gestão, no qual o seu partido esteja incluído. A exigência do governo de gestão não foi aceite pelo Estado. Os deputados da Frelimo e do MDM já tomaram posse na Assembleia da República, o governo já foi formado. Enquanto isso, de comício em comício, Afonso Dhlakama afirma que vai formar a República do Centro e Norte de Moçambique, tendo-o como presidente. A promessa deste seccionismo regional é acompanhada da permanente e rude declaração de que a Frelimo vai ter de se ajoelhar perante ele e o seu partido. O presidente da Renamo não fala em guerra - ele, que é especialista em guerrilha -, mas todos os seus comícios são poderosos estímulos à desobediência civil, são uma permanente flagelação de guerrilha discursiva no dorso do Estado, criando preocupações a esse Estado, aos Moçambicanos em geral, ao grande Capital internacional com interesses no país e às missões diplomáticas locais. Provavelmente os 89 deputados da Renamo não tomarão posse na Assembleia da República (pelo menos tão breve) e Dhlakama poderá formar, de facto, um governo paralelo, ampliando a concepção antiga do seu governo sombra. Resta saber como poderá semelhante governo funcionar. Estamos, assim, nesta dura luta por recursos de poder e prestígio, perante as trombetas do síndrome de um país onde neste momento há dois governos e dois parlamentos: a Líbia. Trombetas que, retinindo aqui, ferem gravemente a Constituição e a Nação.
Adenda às 10:37: confira a mais recente postagem deste diário aqui.
Adenda às 10:37: confira a mais recente postagem deste diário aqui.
19 janeiro 2015
No "Savana" 1097 de 16/01/2015, p.19
Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato. Nota: "Fungulamaso" (abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do "Savana" sempre com 148 palavras na página 19. A Cris, colega linguista, disse-me que se deve escrever Cinyungwe. Tem razão face ao consenso obtido nas consoantes do tipo "y" ou "w". Porém, o aportuguesamento pode ser obtido tal como grafei.
Adenda: também na rubrica Crónicas da minha página na "Academia.edu", aqui.
Fiéis e purificações
É sensato pensar que cada novo ministro vai criar um ministério de fiéis, de pessoas seguidoras. Daí a mudança de direções e de chefias departamentais, a reoxigenação de espaços e atitudes. A época não é mais estatalmente guebuziana, mas nyusiana.
Também é sensato pensar que os mais respeitadores das chamadas tradições irão mandar purificar e blindar os gabinetes por curandeiros afamados, não vá um mau espírito diabrete tecê-las.
Também é sensato pensar que os mais respeitadores das chamadas tradições irão mandar purificar e blindar os gabinetes por curandeiros afamados, não vá um mau espírito diabrete tecê-las.
18 janeiro 2015
É a primeira vez
É a primeira na história ministerial moçambicana que um ministério em geral e o ministério da Educação em particular, tem dois doutorados a dirigi-lo, designadamente Jorge Ferrão (ministro) e Armindo Ngunga (vice).
Lançamento dia 24 de Fevereiro/17 horas/Centro Cultural Franco-Moçambicano/Cidade de Maputo
Lançamento dia 24 de Fevereiro, 17 horas, Centro Cultural-Franco-Moçambicano, cidade de Maputo. Mais pormenores futuramente. Amplie as imagens clicando sobre elas com o lado esquerdo do rato.
Produção de heróis e mártires para a Renamo (6)
Sexto número da série. Por que tenta a polícia transformar António Muchanga em herói? - esta foi uma pergunta formulada pelo jornalista Paul Fauvet aqui. Essa pergunta é o pretexto para esta série. Prossigo com as hipóteses. Escrevi no número anterior sobre a construção do heroísmo. Passo agora à tese do messianismo. Pouco a pouco, foi construída a teoria de que Dhlakama é um Pai, um Redentor, um Messias que chegou para salvar os Moçambicanos e introduzir a felicidade nacional. Apenas com ele - argumenta-se - os Moçambicanos poderão viver definitivamente melhor. Escreveu-se, das mais variadas maneiras, que Dhlakama e a Renamo não fizeram a guerra, sofreram-na; que não são mentores da guerra, isso é da exclusiva responsabilidade da Frelimo; que não são agressores, mas vítimas. E sofreram a guerra porque - argumentam os produtores da tese messiânica - lutavam e lutam pelos direitos humanos, pelo bem-estar dos Moçambicanos contra os havidos comunistas da Frelimo que são especializados na fraude eleitoral. E, assim, com as teses do heroísmo e do messianismo, ficam distantes os sombrios tempos nos quais a Dhlakama e Renamo foram severamente analisados e classificados (por exemplo, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). Aguardem a continuidade da série. (mapa abaixo reproduzido com a devida vénia daqui)
17 janeiro 2015
Nyusi nomeou equipa governamental com redução de ministérios
O presidente da República, Filipe Nyusi, nomeou a sua equipa governamental passando de 17 para 13 ministérios, confira aqui.
Adenda às 17: o número de ministérios é diferente aqui.
Adenda 2 às 17:47: Pela primeira vez, um Professor Catedrático faz parte de um elenco governamental, trata-se de Armindo Ngunga, Director do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, nomeado Vice-Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano.
Adenda 3 às 17:51: é escassa, muito escassa, a contribuição dos estabelecimentos de ensino superior do país para o elenco governamental.
Adenda 4 às 18:37: perfil do Ministro de Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Jorge Penicela Nhambiu, Professor Associado da Universidade Eduardo Mondlane, aqui.
Adenda 5 às 18:44: Silva Dunduro é o novo Ministro da Cultura e Turismo. Leia neste diário uma série em cinco números que lhe dediquei em 2007, aqui.
Adenda às 17: o número de ministérios é diferente aqui.
Adenda 2 às 17:47: Pela primeira vez, um Professor Catedrático faz parte de um elenco governamental, trata-se de Armindo Ngunga, Director do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, nomeado Vice-Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano.
Adenda 3 às 17:51: é escassa, muito escassa, a contribuição dos estabelecimentos de ensino superior do país para o elenco governamental.
Adenda 4 às 18:37: perfil do Ministro de Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Jorge Penicela Nhambiu, Professor Associado da Universidade Eduardo Mondlane, aqui.
Adenda 5 às 18:44: Silva Dunduro é o novo Ministro da Cultura e Turismo. Leia neste diário uma série em cinco números que lhe dediquei em 2007, aqui.
Chitima e a lenda/boato da bílis letal de crocodilo (5)
- "Gente idosa e residente em Chitima acredita que nas mediações daquele povoado há rios povoados por Crocodilos e que apesar deste animal ser de difícil aquisição, um experiente premeditou este acto, tendo colhido e devidamente conservado partes de bílis deste animal, com o intuito de dizimar vidas. Esta asserção vem ao de cima por experiências amargas do passado e que virou lenda naquele povoado!" Aqui.
- "Na tragédia actual em Moçambique, não posso imaginar quanta bílis seria necessária para adicionar a 210 litros de cerveja de maneira a causar muitas mortes." Aqui. (agradeço ao RC o envio desta referência)
- "Na tragédia actual em Moçambique, não posso imaginar quanta bílis seria necessária para adicionar a 210 litros de cerveja de maneira a causar muitas mortes." Aqui. (agradeço ao RC o envio desta referência)
Quinto número da série. Entro na primeira pergunta sugerida no número anterior, a saber: É a crença cientificamente válida? A resposta é negativa, a fazer fé na pesquisa realizada pelo professor zimbabweano Norman Z. Nyazema. Nada existe de tóxico na bílis do crocodilo, pode suceder que a tragédia de Chitima tenha a ver com o uso de um pesticida tóxico. Referências ao trabalho do Professor Nyazema e às suas declarações sobre a tragédia divulgadas pela Forbes podem ser conferidas aqui e aqui. Sobre pesticidas ainda, confira este outro trabalho aqui. Aguarde o próximo número desta série.
"À hora do fecho" no "Savana"
Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1097, de 16/01/2015, disponível na íntegra aqui:
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