Interessante, muito interessante. Um blogue começado e abandonado no mesmo ano, 2004. Nele, uma socióloga queixou-se amargamente do facto de num país europeu um dado sociólogo passar por ser o emblema de referência na sociologia local. E escreveu: "Ele não trouxe nada de novo". Etc.
Eis o velho problema: a crença de que precisamos de ter coisas novas para sermos sociólogos, de ter formas novas, teoricamente novas, de estudarmos e analisarmos o social.
Todavia, em meu entender não são as novas teorias e os novos métodos que, em última instância, nos fazem ler melhor esse social, mas, antes, a nossa capacidade permanente de espanto perante o que sempre parece repetir-se.
O social esgota-se quando o espanto desaparece.
A sociologia é espanto enxertado nos fenómenos.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
3 comentários:
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"Espanto e holofotes cognitivos".
Existem textos capitais em Edgar Morin a propósito do que o Wetela chama "natureza humana" e ele, "complexidade humana".
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