Portal da artista aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
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31 dezembro 2011
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Dossier SAVANA (2) (Edição de 30/12/2011); "À hora do fecho" no "Savana" (edição de 30/12/2011); "Faísca"
* Séries pessoais: Kim Jong-il, multidões, desespero e problemas de análise (3) Apóstolos das rosas de Fontenelle (3); Palavras-tótemes (3); Eleições 2011 e produção de futuro (24); Espíritos, doenças e médicos do invisível (10); Racismos (13); Pasteurização social (18); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (36); Ditos (28); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (65)
* Séries pessoais: Kim Jong-il, multidões, desespero e problemas de análise (3) Apóstolos das rosas de Fontenelle (3); Palavras-tótemes (3); Eleições 2011 e produção de futuro (24); Espíritos, doenças e médicos do invisível (10); Racismos (13); Pasteurização social (18); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (36); Ditos (28); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (65)
Prismas
Jornais, rádios e televisões do país escolheram as suas figuras do ano. O interessante não está na escolha, mas na variedade de escolhas, num espectro que vai deste figuras de densidade neutra (desportistas, por exemplo) a figuras de densidade política (dirigentes estatais, Manuel de Araújo, povos dos levantes no norte de África, por exemplo). Um cuidadosa análise de conteúdo dessas escolhas durante os últimos cinco anos, por exemplo, permitiria dizer muito sobre os prismas políticos da nossa imprensa.
Eleições 2011 e produção de futuro (23)
O vigésimo terceiro número da série, ainda no quinto ponto do sumário proposto, a saber:
5. Terceira via em Quelimane. Por hipótese, enquanto os funcionários públicos e suas famílias, entre outros tipos de actores, terão votado em Lourenço, os que votaram em Araújo terão sido sobretudo jovens pertencentes aos bairros pobres da cidade de Quelimane, ao casario de macubar, aos viajantes nos táxi-bicicleta, às zonas de mercados, àquele mundo buliçoso, alegre mas inquieto, do tipo mercado do Brandão, com um pé no presente e outro no futuro, jovens sem partido, jovens que estavam indecisos, jovens que podem – alguns – pertencer à Renamo, jovens que podem ainda – alguns – pertencer à Frelimo.
(continua)
Apóstolos da rosa de Fontenelle (2)
O segundo número desta série.
A rosa de Fontenelle que apenas conhece em vida o jardineiro que a trata, acaba, afinal, por considerar que não é só o seu jardineiro que é eterno, eterna é também a espécie que ele tipifica. A rosa está impossibilitada de considerar a caducidade quer das rosas quer dos jardineiros. A rosa entende que a imutabilidade do jardineiro é a regra das coisas na vida.
Todavia, a rosa de Fontenelle é, apenas, o pretexto para eu colocar aqui algumas questões relacionadas com a nossa dificuldade em aceitar que pessoas, coisas e fenómenos estão em permanente transformação.
Todavia, a rosa de Fontenelle é, apenas, o pretexto para eu colocar aqui algumas questões relacionadas com a nossa dificuldade em aceitar que pessoas, coisas e fenómenos estão em permanente transformação.
(continua)
Kim Jong-il, multidões, desespero e problemas de análise (2)
Segundo número desta série. Tentarei colocar algumas hipóteses e salientar alguns clichés a propósito das reacções populares à morte do presidente norte-coreano Kim Jong-il. Mas antes de o fazer, permitam-me sugerir alguns livros e artigos, de conteúdos e prismas muito distintos: Le Bon, Gustave, Psychologie des foules (=Psicologia das multidões). Paris: Quadrige/PUF, 1963; Tarde, Gabriel, Les lois de l'imitation (=As leis da imitação). Paris: Les empêcheurs de penser en ronde/Seuil, 2011; Halbwachs, Maurice, La mémoire collective (=A memória colectiva). Paris: Albin Michel, 1997; Moscovici, Serge, L'âge des foules (A era das multidões). Bruxelles: Éditions Complexe, 1991; Fishbein, Harold (ed.), Peer prejudice and discrimination (Preconceito e discriminação de outrém). Colorado/Oxford: WestViewsPress, 1996. Sugiro igualmente: um texto de Georg Lukács, aqui; um texto sobre um livro de Barbara Demick intitulado Notingh to envy (=Nada a invejar), aqui.
Nota: confira o seguinte título disseminado por muitos portais: Cenas de desespero no funeral de Kim Jong-il. Imagem reproduzida daqui.
(continua)
Dossier (1) (Edição de 30/12/2011)
Queira consultar a primeira parte de um dossier com peças do semanário "Savana" de 30/12/2011, aqui.
(continua)
30 dezembro 2011
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Dossier SAVANA (1) (Edição de 30/12/2011)
* Séries pessoais: Kim Jong-il, multidões, desespero e problemas de análise (2) Apóstolos das rosas de Fontenelle (2); Palavras-tótemes (3); Eleições 2011 e produção de futuro (23); Espíritos, doenças e médicos do invisível (10); Racismos (13); Pasteurização social (18); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (36); Ditos (28); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (65)
* Séries pessoais: Kim Jong-il, multidões, desespero e problemas de análise (2) Apóstolos das rosas de Fontenelle (2); Palavras-tótemes (3); Eleições 2011 e produção de futuro (23); Espíritos, doenças e médicos do invisível (10); Racismos (13); Pasteurização social (18); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (36); Ditos (28); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (65)
Riscos na internet
Chamo a atenção dos internautas para certos riscos em curso na internet, especialmente nesta época festiva, confira o ThreatCon ao fundo do canto direito deste diário. O nível 1 (normal) de ontem deu origem ao nível 2 (elevado) de hoje.
Empréstimos: China mais que Banco Mundial na África subsariana
Segundo a Fitch Ratings em despacho da Bloomberg, o Export-Import Bank of China concedeu 12,5 bilhões de dólares mais de empréstimos à África subsariana nos últimos dez anos do que Banco Mundial. Por sua vez, a empresa estatal chinesa EXIM emprestou cerca de 67,2 bilhões de dólares à região mais pobre do mundo entre 2001 e 2010, em comparação com 54,7 bilhões de dólares americanos do Banco Mundial. Eis um quadro que favorece países como Gana e Moçambique, assegura a Fitch Ratings. Aqui. Para traduzir, aqui.
Eleições 2011 e produção de futuro (22)
O vigésimo segundo número da série, ainda no quinto ponto do sumário proposto, a saber:
5. Terceira via em Quelimane. Enquanto Lourenço Abubacar teve ao seu dispôr a poderosa máquina logística e vários quadros séniores da Frelimo, repetindo os desfiles de pompa de 2008 do ex-edil Pio Matos (12 anos de presidência), Manuel de Araújo rodeou-se de pessoas a pé e de bicicleta, como que recuperando a estratégia do candidato da Renamo em 2008, Latifo Xarifo (obteve 44% dos votos), percorrendo ruas e bairros a pé, explorando os contactos imediatos, porta a porta, casa a casa, mercado a mercado.
Afrontaram-se duas estratégias de mobilização: a motorizada/comicial da Frelimo e a pedestre/bicicleteira do MDM, de um lado a pompa, do outro a modéstia.
(continua)
Kim Jong-il, multidões, desespero e problemas de análise (1)
A morte do presidente norte-coreano Kim Jong-il gerou um título e um tema partilhados por muitos portais, a saber: Cenas de desespero no funeral de Kim Jong-il. Imagem reproduzida daqui.
(continua)
Apóstolos da rosa de Fontenelle (1)
No seu livro Conversas sobre a pluralidade dos mundos (1686) (para traduzir, aqui), o filósofo francês Bernard Le Bovier de Fontenelle dialoga com uma marquesa e refere-se à rosa que não conhece senão um jardineiro, sempre o mesmo jardineiro, no jardim não se lembra jamais de ter visto outro jardineiro. Na memória da rosa, aquele jardineiro é eterno.
(continua)
29 dezembro 2011
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Diversos
* Séries pessoais: Apóstolos das rosas de Fontenelle (1); Palavras-tótemes (3); Eleições 2011 e produção de futuro (22); Espíritos, doenças e médicos do invisível (10); Racismos (13); Pasteurização social (18); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (36); Ditos (28); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (65)
* Séries pessoais: Apóstolos das rosas de Fontenelle (1); Palavras-tótemes (3); Eleições 2011 e produção de futuro (22); Espíritos, doenças e médicos do invisível (10); Racismos (13); Pasteurização social (18); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (36); Ditos (28); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (65)
Praia de Wimbe: microsocial em fotografia (20)
O término da série: na bela Praia de Wimbe, cidade de Pemba, capital da província nortenha de Cabo Delgado, um certo microsocial do dia-a-dia captado por Carlos Serra Jr, jurista e ambientalista, que lá esteve em Novembro. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
(fim)
Eleições 2011 e produção de futuro (21)
O vigésimo primeiro número desta série, no quinto ponto do sumário proposto, a saber:
5. Terceira via em Quelimane. Portanto, o MDM – em grande medida produto de cissiparidade política na Renamo - representa a subversão da bipolarização partidária clássica que existia há 14 anos (entre 1994 e 2008), constituindo-se como a terceira via partidária do país, como que a via do desempate.
Apesar do grande peso percentual da abstenção formal, alguns milhares de pessoas votaram e, destes, uma parte significativa no candidato Manuel Araújo.
(continua)
Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (19)
8. As artérias da Laurentina preta. Este é um tema capaz de nos levar num ápice a robustos exercícios de execração moral. Mas não farei isso. A terminar: acredito que o geral das pessoas que lê jornais ficou indiferente aos secretos conteúdos do anúncio. E como as pessoas que lêem jornais no país são uma minoria, então parece ser possível defender que a laurentina preta seguiria a sua espumante e fresca vida se não tivesse surgido um poderoso grupo de pressão a interceptar o anúncio, a estudá-lo e a revelar o que considerou ser uma sexualização abusiva. Escreveu um dia Roland Barthes que o coração é um órgão fêmea. Confrontado, então, com o que ele chamou cardiologia moral, só me resta seguir as pisadas do bom senso feminino, saudando a laurentina como cerveja e não como veículo de publicidade discriminadora.
E assim, para fazer uso do anúncio, esta série foi de boa para melhor.
(fim)
Pasteurização social (17)
Décimo sétimo número da série de um tema cujo sumário está aqui e cuja definição foi dada aqui.
8. Apostolado da graça. A defesa intransigente de uma determinada situação social por parte dos apóstolos da graça celebra a comemoração em permanência e evacua a problematização dos actos sociais, dando origem 1) à crítica de todos aqueles que pensam de forma diferente e desejam contribuir para um outro tipo de social, (2) à produção ideológica de conspirações e (3) à busca sistemática de bodes expiatórios.
Permitam-me prosseguir no próximo número.
8. Apostolado da graça. A defesa intransigente de uma determinada situação social por parte dos apóstolos da graça celebra a comemoração em permanência e evacua a problematização dos actos sociais, dando origem 1) à crítica de todos aqueles que pensam de forma diferente e desejam contribuir para um outro tipo de social, (2) à produção ideológica de conspirações e (3) à busca sistemática de bodes expiatórios.
Permitam-me prosseguir no próximo número.
(continua)
Mais horas, mais desemprego, mais acidentes
Com o título em epígrafe e sobre as consequências da crise financeira em Portugal, um trabalho do antropólogo Paulo Granjo no seu blogue, aqui.
28 dezembro 2011
Negociar politicamente: o caso de Putin
Várias agências noticiosas dão hoje conta de que o primeiro-ministro russo Vladimir Putin está disposto a negociar com a oposição, depois que dezenas de milhar de russos protestaram sábado contra os resultados eleitorais, em votação colocada em causa por observadores internacionais e pelo último responsável soviético, Mikhail Gorbatchev. Aqui e aqui. Recorde neste diário aqui.
Observação: para enunciar uma tese banal, nenhum político ou partido negoceia senão quando a sua supremacia foi seriamente posta em causa. A febre csarista é sempre um problema quando as pessoas conhecem as causas e os sintomas.
Observação: para enunciar uma tese banal, nenhum político ou partido negoceia senão quando a sua supremacia foi seriamente posta em causa. A febre csarista é sempre um problema quando as pessoas conhecem as causas e os sintomas.
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Praia de Wimbe: microsocial em fotografia (20)
* Séries pessoais: Palavras-tótemes (3); Eleições 2011 e produção de futuro (21); Espíritos, doenças e médicos do invisível (10); Racismos (13); Pasteurização social (17); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (19); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (36); Ditos (28); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (65)
* Séries pessoais: Palavras-tótemes (3); Eleições 2011 e produção de futuro (21); Espíritos, doenças e médicos do invisível (10); Racismos (13); Pasteurização social (17); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (19); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (36); Ditos (28); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (65)
Um problema
Certas coisas podem gerar problemas e mal-entendidos de vária índole, graves não poucas vezes, como este aqui.
No "Wamphula fax"
Jornal "Wampula fax" editado em Nampula, edição de hoje, aqui. Recorde neste diário aqui, aqui, aqui e aqui. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
Observação: claramente um exercício político destinado a garantir realocações de recursos de poder e prestígio do país a nível interpartidário (Frelimo/Renamo). Ameaça de pressão militar velada e de retorno pela memória a um certo passado castrense para obter um acordo civil. Exercício que, também, visa potencialmente colocar na penumbra o MDM e seus ganhos urbanos. O que surge cem certos círculos como megalomania inútil, como mero discurso "incendiário" do presidente da Renamo, como incoerência circense, é, afinal, uma ofensiva fora das estradas eleitorais, um processo de grande ruído destinado a chegar rapidamente à partilha de recursos a nível "privado".
Adenda às 6:46: confira o "Diário de Moçambique" aqui. Seria interessante um estudo das posturas psicológicas à retaguarda das posições corporais da foto.
Eleições 2011 e produção de futuro (20)
O vigésimo número desta série, no quinto ponto do sumário proposto, a saber:
5. Terceira via em Quelimane. O que mostram os resultados eleitorais nessa antiga, envelhecida, bela Quelimane, mas ao mesmo tempo jovem porque cheia de jovens? Mostram que, pela segunda vez desde 2008, a bipolarização partidária do país foi quebrada. Na verdade, em 2008, em menos de uma semana, Daviz Simango organizou uma candidatura independente, ganhando com 62% ao candidato da Frelimo, Lourenço Bulha (34%), para, numa segunda fase, criar o MDM. Este ano, em apenas dois meses, Manuel de Araújo, representando o MDM, fez uma campanha pedestre e com bicicletas que o levou à vitória também na casa dos 62%, contra cerca de 38% do candidato da Frelimo, Lourenço Abubacar.
(continua)
Ditos (27)
Vigésimo sétimo dito.
Desconfiai de todos aqueles que defendem purismos, posturas primordiais, línguas puras, códigos absolutos, purezas de sangue, antiguidades impolutas, caminhos sem bifurcações; de todos aqueles que eclipsam história e processos em favor de essências, de primordialidades e de tradições imutáveis.
(continua)
O jornalismo independente não é neutral
Com o título em epígrafe um trabalho de Carlos Martínez: "Que os meios de comunicaçcão estão cada vez mais domesticados é um facto incontestável. A forma mais directa e grosseira de controlo dos jornalistas é a empresarial. Pascual Serrano desenvolveu este tema no seu anterior livro "Traficantes da informação". Todavia este não é o único modo mediante o qual se coarcta o direito de "liberdade de expressão". Existem outras formas mais subliminares pelas quais os jornalistas, sem necessidade de ditado de um superior, transladam a informação aos cidadãos em perfeita harmonia com a ideologia dominante (tradução minha, CS).
Aqui. Para traduzir, aqui.
Adenda: recorde Serrano neste diário aqui e aqui.
Adenda: recorde Serrano neste diário aqui e aqui.
Boko Haram
Dezenas de mortos em atentados contra a igreja católica na Nigéria levados a cabo pelo movimento Boko Haram. Análises aqui, aqui e aqui; leia os comentários de um trabalho no Sahara reporters, aqui. Para traduzir, aqui.
27 dezembro 2011
Pré-2012
Neste princípio de noite, na fresca Maputo pré-2012, passam jovens, eles fazendo músculo e ousadia, elas pondo à superfície um pouco de suas misteriosas seduções; passam casais desiguais, eles com idade encanecida simulando uma juventude falsa, elas posando ar amoroso sem raízes; passam casais descoberto/encoberto, eles de barba pensadora e túnica branca, elas de xador negro; passam casais yin-yang, passos minúsculos de mundos distantes e agora próximos; e por todo o lado, nos interstícios da vida adulta, em meio a múltiplas línguas de tantas emigrações, correm crianças que, em suas brincadeiras, não sabem que um dia serão adultas.
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Praia de Wimbe: microsocial em fotografia (20)
* Séries pessoais: Palavras-tótemes (3); Eleições 2011 e produção de futuro (20); Espíritos, doenças e médicos do invisível (10); Racismos (13); Pasteurização social (17); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (19); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (36); Ditos (27); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (65)
* Séries pessoais: Palavras-tótemes (3); Eleições 2011 e produção de futuro (20); Espíritos, doenças e médicos do invisível (10); Racismos (13); Pasteurização social (17); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (19); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (36); Ditos (27); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (65)
Apóstolos políticos
O país tem três tipos de apóstolos políticos: da graça, da desgraça e de Jano.
Os da graça apenas celebram virtudes e vitórias; os da desgraça encontram somente defeitos e derrotas; os de Jano são aqueles que, eclécticos, entendem que o país tem avanços e recuos, virtudes e defeitos, vitórias e derrotas.
A catalogação do estado de nação é fortemente marcada por cada uma dessas estradas éticas, de asfalto moral denso, de recorte psicologizante acentuado.
Centrada em pessoas-em-si, coisas, números, aspectos individualizados e combate político, essa catalogação evacua permanentemente a análise clínica das relações sociais, dos conflitos de poder e prestígio, dos grupos e das classes inscritos em modos de produção e de distribuição concretos, o estudo rigoroso da formação e da reprodução do pensamento social.
Os da graça apenas celebram virtudes e vitórias; os da desgraça encontram somente defeitos e derrotas; os de Jano são aqueles que, eclécticos, entendem que o país tem avanços e recuos, virtudes e defeitos, vitórias e derrotas.
A catalogação do estado de nação é fortemente marcada por cada uma dessas estradas éticas, de asfalto moral denso, de recorte psicologizante acentuado.
Centrada em pessoas-em-si, coisas, números, aspectos individualizados e combate político, essa catalogação evacua permanentemente a análise clínica das relações sociais, dos conflitos de poder e prestígio, dos grupos e das classes inscritos em modos de produção e de distribuição concretos, o estudo rigoroso da formação e da reprodução do pensamento social.
Eleições 2011 e produção de futuro (19)
O décimo nono número desta série, no quinto ponto do sumário proposto, a saber:
5. Terceira via em Quelimane. O que é Quelimane? Permitam-me esta curta pintura descritiva: Quelimane ou Cálimane (escolham), a cidade-coco, tem uma história anterior ao século XVI, os palmares encostam-na ao céu, o casario vetusto de alvenaria planta-a no passado, o mundo baixo e lodoso coberto de gente jovem e macubar na periferia espreita inquieto o futuro, as bicicletas originalizam-na em permanência; Quelimane ou Cálimane, a cidade dos prazos, dos Machuabo, das donas/sinháras de enorme poder, dos antigos adhari, berço da imprensa escrita em Moçambique, ponto arquimédico de culturas de todos os azimutes, dos segredos nocturnos, dos amores sem fronteiras, dos rostos femininos de uma beleza secreta e mestiça espreitando em janelas fantásticas de casas paradas no tempo e bula bulando nos quintais.
(continua)
Racismos (12)
Décimo segundo número da série, baseado numa ideia de Pierre Bourdieu, apresentada aqui. Ainda no sexto número do sumário proposto:
6. Racismo de classe. Por regra a nossa visão do social consiste em reduzi-lo a indivíduos diferentes, consiste em fazer dele um enorme agregado caótico de pessoas, consiste, enfim, em dotar a vida de coeficientes psicológicos concretos e simples. Bem mais difícil é ler o social pelo prisma de grupos e classes, dos conflitos intergrupos e interclasses.
(continua)
Produção útil de buracos no asfalto de Maputo
Estradas de Maputo esburacam-se rapidamente, desalmadamente, como regra geral acontece na estação chuvosa. E, também, como regra geral acontece, dentro de algum tempo deverá começar a cantonagem, cantonagem ligeira, dumba nengueira, que, no próximo ano, se esburacará de novo, neste cíclico esburacamento maputense, mas certamente com réditos para quem receber a tarefa de desburacar. Hipótese: não é a chuva que provoca os buracos, é quem supostamente desburaca que realmente buraca. A propósito e para nos entusiasmarmos com a douta filosofia em tornos dos buracos no asfalto da cidade, sugiro a leitura de um trabalho de Março de 2010 do jornalista Emildo Sambo do "Canal de Moçambique", aqui.
Documentação
Desde 2008 que o documentalista e historiador Colin Darch (documentalista do Centro de Estudos Africanos entre 1979 e 1987) trabalha no seu Mozambique History Net - regularmente referido neste diário -, construindo secções, preenchendo documentalmente (especial atenção dada a recortes de jornais), pouco a pouco, cada uma delas. Aqui (se usar documentos do portal, faça o favor de citar a fonte).
Comentário: muitos dos documentos arrolados por Colin suscitam dor e memória sofrida. Ontem como hoje e amanhã, deveremos ser capazes de, continuamente, estudar e desarmar as condições sociais e políticas que armam as mentes e as levam à produção da violência, da dor e da morte. Quanto mais conhecermos as causas da violência social, mais fácil é preveni-la. É esta a minha convicção.
Fragmentos de um Estado defunto
"Como caracterizar o regime de Putin, um grupo dominante agora abalado e sitiado, por vezes considerado o mais rico na história do mundo? "Autoritarismo brando", "regime híbrido", "democracia gerenciada": os rótulos revelam menos sobre a Rússia do que sobre a incapacidade dos comentadores libertarem-se dos remanescentes da Guerra Fria no seu pensamento." Aqui. Para traduzir, aqui.
26 dezembro 2011
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Praia de Wimbe: microsocial em fotografia (20)
* Séries pessoais: Palavras-tótemes (3); Eleições 2011 e produção de futuro (19); Espíritos, doenças e médicos do invisível (10); Racismos (12); Pasteurização social (17); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (19); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (36); Ditos (27); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (65)
* Séries pessoais: Palavras-tótemes (3); Eleições 2011 e produção de futuro (19); Espíritos, doenças e médicos do invisível (10); Racismos (12); Pasteurização social (17); Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (19); Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (36); Ditos (27); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (65)
Eleições 2011 e produção de futuro (18)
O décimo oitavo número desta série, entrando no quinto ponto do sumário proposto, a saber:
5. Terceira via em Quelimane. Apenas o resultado combinado de uma pesquisa de percepções, de análise de conteúdo dos discursos de campanha e do estudo da geografia eleitoral (por exemplo resultados por mesas, bairros, etc.) poderá permitir analisar com propriedade os resultados nas três cidades em causa.
Enquanto isso não sucede, só me resta produzir aqui algumas hipóteses, trabalhando apenas com o caso de Quelimane, cidade que foi, indiscutivelmente, a placa giratória das eleições deste ano e um indicador de democracia eleitoral “inclusiva”.
(continua)
Adenda às 10:23: uma versão completa do texto desta série ocupa as centrais (pp 16/17) do semanário "Savana" de 16/12/2011, com o título "Eleições 2011: proposta de análise com incidência em Quelimane".
Praia de Wimbe: microsocial em fotografia (19)
Prosseguindo a série: na bela Praia de Wimbe, cidade de Pemba, capital da província nortenha de Cabo Delgado, um certo microsocial do dia-a-dia captado por Carlos Serra Jr, jurista e ambientalista, que lá esteve em Novembro. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
(continua)
Nove anos de prisão para Chen Wei
Segundo o The Telegraph, na China nove anos de prisão para Chen Wei, escritor que publicou ensaios online pedindo a liberdade de expressão e reforma do sistema chinês de partido único. Aqui. Para traduzir, aqui.
Observação: não consegui encontrar referências ao caso na imprensa oficial chinesa. Confira, por exemplo, aqui e aqui.
Observação: não consegui encontrar referências ao caso na imprensa oficial chinesa. Confira, por exemplo, aqui e aqui.