Em “Oásis em chamas”, a bela banda desenhada de Herman e Greg, Jordan deixa no deserto, algures na Arábia, uma velha cafeteira, antes de reembarcar no Cormoran, o barco do herói Bernad Prince. Barco a repartir e eis que beduínos, que vigiavam tripulantes e barco, se batem duramente no deserto, disputando a posse da cafeteira.[*]
É um bocado dessa maneira, com o pano de fundo do sempre exótico e fantástico livro de André Falk dos anos 60[*], que a resistência iraquiana à invasão americana , lá onde dezenas de multinacionais e de empresas de segurança saqueiam o país, no tablado da “guerra como política estrangeira dos Estados Unidos”, para usar o título de um livro de Noam Chomsky. [*]
__________________________
[*]Herman e Greg, Oásis em chama. Lisboa: Livraria Bertrand, 1973, p. 16.
[*] Falk, André, Visto para a Arábia. Lisboa: Estúdios Cor, 1964.
[*] Chomsky, Noam, De la guerre comme politique étrangère des États-Unis. Paris: Agone, 2001.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Sem comentários:
Enviar um comentário