Uma jovem de 21 anos foi violada por quatro indivíduos na cratera do bairro Polana Caniço A, periferia da grande Maputo, domingo, 21 horas, quando regressava do trabalho. Após o acto, os criminosos levaram o que a jovem trazia: celular, brincos e alguns artigos de beleza. Segundo a polícia, o caso não foi comunicado ao posto policial do bairro ou a qualquer outra unidade da PRM. Segundo os moradores, este é um crime frequente no bairro, acontecendo que muitas vezes não é comunicado por receio das consequências.
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Parece uma notícia banal, rotinizada. Mas é justamente com notícias dramáticas deste tipo que melhor podemos compreender a pequena vida de todos os dias, vida que a muitos custa bem mais do que a poucos.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
4 comentários:
Eu pergunto-me a que consequencias se referirao:
- Retaliacao por denuncia do crime?
- Estigmatizacao social imediata, sob o lema que se lhe aconteceu, alguma coisa ela fez para provocar?
- Ineficiencia, negligencia e desinteresse da policia?
Esta moca e tantas outras como ela sao violadas todos dias e repetidamente. Antes e depois...
Como nao vao ter medo das consequencias?
A notícia é pouco clara, mas creio que responde pelo menos às suas segunda e terceira perguntas.
A violencia esta imparavel por todos os cantos do pais e assim vai continuar se continuarmos vivendo o medo calados. Medo de denunciar, medo de sofrer retaliacoes, medo de passar vergonhas... O medo impera juntamente com a violencia. O que deve parar primeiro? O medo? A vilolencia? Os dois? Nao sei responder...porque... ando com muito medo da violencia na minha cidade. Bjs meus
Tento imaginar a inquietação das estudantes e das trabalhadoras que regressam à noite, umas das escolas, outras dos locais de trabalho.
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