I
Quanto maior for a desigualdade social maior será o coeficiente de crime existente.
As sociedades que puderam distribuir melhor a riqueza social são aquelas com um menor coeficiente criminal.
O criminoso não é um fenómeno natural, mas social.
Se no contexto do ponto vista moral genérico o crime é uma coisa anormal, no contexto de uma sociedade profundamente desigual o crime é uma coisa normal.
II
Mas mais: Sócrates era um criminoso à sombra do direito ateniense, mas nós ou muitos de nós achamos que o direito à independência de pensamento era e é um acto digno.
Contudo, para chegarmos a essa liberdade de pensamento, enchemos a história de violações, de coisas anormais que permitiram que hoje achemos normal pensar de forma independente.
Muitas vezes no âmago de um crime está o rosto de uma sociedade diferente (Simmel e Durkheim têm muitas páginas belas sobre a função socializadora do crime).
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
deixei a página "ideias críticas" inactiva durante muito tempo, mas estou de novo lá e muito empenhado em estimular jovens cientistas sociais a serem mais modestos na abordagem do crime. sabemos nós o que é o crime no nosso país? o que precisamos de saber para sabermos? não tenho respostas, só mais perguntas. está feito o convite!
elísio
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