Frequentemente os melhores livros de sociologia não são os dos sociólogos, mas os dos romancistas.
Por exemplo, para a sociologia dos primórdios da industrialização europeia temos Émile Zola.
Para o neo-colonialismo africano e para a radiografia impiedosa das novas elites, temos, entre outros, o escritor zairota Henri Lopes. Dele recomendo vivamente um clássico, sempre actual, o “Tribaliques” (Yaoundé: Éditions CLE, 1971), “Tribalices” na versão portuguesa (Lisboa: Edições 70, 1980). Esse livro ganhou o Grande Prémio Literário da África Negra em 1972.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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