Verdadeiramente as pessoas só surgem unificadas após morrerem. Em vida são como que um compósito de espelhos dotados de ângulos de refracção diferentes. É depois de mortas que é possível encaixá-las num perfil, numa trajectória, num contínuo que se pode manter inalterável face às derivas da história e às bifurcações indesejáveis. É como se a morte permitisse, finalmente, serenar e sedimentar os tumultos da vida. A questão consiste, então, em encontrar o ponto central da biografia, um eixo em torno do qual fazer gravitar as múltiplas facetas da vida de alguém, uma directiva que determina e subjuga a complexidade do caleidoscópio comportamental.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Sem comentários:
Enviar um comentário