Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
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30 setembro 2015
Fungulamaso, iué!
Vivemos em Moçambique um período de muita ansiedade e podemos vir a ter alguma turbulência social. Tomem atenção às fontes, a certas páginas das redes sociais digitais, a certos blogues, ao diz-que-diz, aos boatos intencionalmente provocados. O que é um boato? Eis uma definição: "Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações." (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p.6) Fungulamaso, iué! [=Abre o olho, fica atento]
Adenda às 14:40: no "Diário da Zambézia" digital de hoje [amplie a imagem abaixo clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato]:
Adenda às 14:40: no "Diário da Zambézia" digital de hoje [amplie a imagem abaixo clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato]:
Moram com os mortos
"Centenas de pessoas moram com mortos, entre túmulos e lápides, em uma comunidade que foi obrigada a ocupar um cemitério vietnamita ao sul de Phnom Penh para fazer frente à pobreza e desigualdade." Aqui.
Sobre o povoamento disperso
Durante anos estudei documentos coloniais. Encontrei neles, frequentemente, a referência ao povoamento disperso. A esse povoamento disperso surgiam associados os seguintes quatro fenómenos: escravatura, guerras, impostos e acusações de feitiçaria. Cheguei à conclusão de que o povoamento disperso no país era e continua ser um processo histórico e não um fenómeno natural na vida das pessoas.
Ocidente provoca a imigração dos Africanos?
Com o título em epígrafe, primeira parte de um texto de Rosa Moro a conferir aqui.
29 setembro 2015
Quinta e sexta-feira: lançamentos em Maputo e Lisboa
Quinta e sexta-feira ocorrem mais lançamentos da coleção "Cadernos de Ciências Sociais" da "Escolar Editora": na quinta em Maputo e na sexta em Lisboa, como mostram as imagens. Anteriormente houve sete lançamentos: dois em Lisboa/Portugal (com Paulo Granjo e Osvaldo Macedo de Sousa), um em Goiás/ Brasil (com Jaqueline de Jesus), dois em Luanda/Angola (com Paulo de Carvalho, José Pedro e Bento Sitoe) e dois em Maputo/Moçambique (com Júlio Carrilho, Bento Sitoe e Eugénio Zacarias). Amplie as imagens cliando sobre elas com o lado esquerdo do rato.
O imbróglio do tiroteio de Gondola
Segundo a "Lusa" portuguesa, "A polícia moçambicana disse [...] que os homens da Renamo foram tomados pelo pânico no incidente que envolveu a comitiva de Afonso Dhlakama, na sexta-feira em Manica, e presume que acabaram por disparar uns contra os outros." Aqui.
Adenda às 4:25: entretanto, o "Notícias" digital de hoje noticia que Afonso Dhlakama está em Satungira. Aqui.
Adenda 2 às 11:27: há um livro admirável de Paul Ricoeur cuja leitura sugiro: O conflito das Interpretações, Ensaios de hermenêutica. Rio de Janeiro: Imago Editora, 419 pp.
Adenda 3 às 19:40: de acordo com o porta-voz do Conselho de Ministros, Dr. Mouzinho Saide, citado pela "Rádio Moçambique" no noticiário das 19:30, morreram 23 pessoas no dia 25 em Amatongas, distrito de Gondola, província de Manica, depois que as forças da Renamo atacaram um veículo de transporte público e as forças governamentais intervieram em resposta. Viaturas foram incendiadas pela população, quatro foram salvas - afirmou Saide, que acrescentou continuar a polícia a investigar o caso.
Adenda 4 às 20:07: citado pela estação televisiva "STV" no noticiário das 20 horas, um porta-voz da polícia afirmou que a corporação planeia levar a tribunal a comitiva da Renamo.
Adenda às 4:25: entretanto, o "Notícias" digital de hoje noticia que Afonso Dhlakama está em Satungira. Aqui.
Adenda 2 às 11:27: há um livro admirável de Paul Ricoeur cuja leitura sugiro: O conflito das Interpretações, Ensaios de hermenêutica. Rio de Janeiro: Imago Editora, 419 pp.
Adenda 3 às 19:40: de acordo com o porta-voz do Conselho de Ministros, Dr. Mouzinho Saide, citado pela "Rádio Moçambique" no noticiário das 19:30, morreram 23 pessoas no dia 25 em Amatongas, distrito de Gondola, província de Manica, depois que as forças da Renamo atacaram um veículo de transporte público e as forças governamentais intervieram em resposta. Viaturas foram incendiadas pela população, quatro foram salvas - afirmou Saide, que acrescentou continuar a polícia a investigar o caso.
Adenda 4 às 20:07: citado pela estação televisiva "STV" no noticiário das 20 horas, um porta-voz da polícia afirmou que a corporação planeia levar a tribunal a comitiva da Renamo.
A encruzilhada da Frelimo e de Nyusi: entre dominação e direcção [20]
Quanto mais os gestores de um Estado investirem nos aparelhos repressivos e na repressão, mais alta será a composição orgânica da política e menor a taxa de lucro político, quer dizer, menor a legitimidade.
Vigésimo número da série. Sempre com hipóteses, entro no quinto ponto sugerido aqui, a saber: 5. Criminalidade, corrupção e respeito. Este é um ponto nuclear na avaliação da legitimidade política. Ou, melhor dito: estes são três pontos fundamentais, pontos que remetem para a eficácia das instituições do Estado e para a sua credibilidade moral perante os cidadãos.
Nota: como tem sido meu hábito neste diário desde 2006, a qualquer momento posso modificar partes da série.
Adenda: leia uma notícia e veja um vídeo neste portal aqui.
Nota: como tem sido meu hábito neste diário desde 2006, a qualquer momento posso modificar partes da série.
Adenda: leia uma notícia e veja um vídeo neste portal aqui.
Reconstrução social da figura de Dhlakama [2]
Segundo número da série. Escrevi no número anterior que, ontem classificado como criação estratégica do racismo e do apartheid e artífice da destruição e da morte, Dhlakama é hoje glorificado em certos sectores como herói messiânico. Ele próprio gosta de dizer que é o pai da democracia e que lutou para libertar o país. Sugiro três aspectos a ter em conta na reconstrução social da figura de Dhlakama:
1. Questionamento eleitoral
2. Rebelião política
3. Cesarismo messiânico
1. Questionamento eleitoral
2. Rebelião política
3. Cesarismo messiânico
28 setembro 2015
Ainda sobre o que se terá passado em Gondola
A versão digital do "Notícias" de hoje faz o ponto de situação do que se terá passado em Gondola, aqui.
Adenda às 6:05: na versão do semanário "domingo" de ontem as viaturas foram incendiadas por roquetes, aqui. Na versão do comandante provincial da polícia em Manica, citado pelo matutino "Notícias" de hoje, com elo acima, as viaturas foram incendiadas pela população.
Adenda 2 às 6:41: entretanto, a "Folha de Maputo" reporta que Afonso Dhlakama é titular de um número considerável de licenças de exploração mineira nas províncias de Manica, Sofala e Zambézia. Aqui.
Adenda 3 às 7:37: segundo a polícia, citada pelo portal da "Rádio Moçambique", a situação em Gondola é calma, mas há pessoas escondidas no mato. Aqui.
Adenda 4 às 11:34: versão do "O País" digital, aqui.
Adenda às 6:05: na versão do semanário "domingo" de ontem as viaturas foram incendiadas por roquetes, aqui. Na versão do comandante provincial da polícia em Manica, citado pelo matutino "Notícias" de hoje, com elo acima, as viaturas foram incendiadas pela população.
Adenda 2 às 6:41: entretanto, a "Folha de Maputo" reporta que Afonso Dhlakama é titular de um número considerável de licenças de exploração mineira nas províncias de Manica, Sofala e Zambézia. Aqui.
Adenda 3 às 7:37: segundo a polícia, citada pelo portal da "Rádio Moçambique", a situação em Gondola é calma, mas há pessoas escondidas no mato. Aqui.
Adenda 4 às 11:34: versão do "O País" digital, aqui.
No "Savana" 1133 de 25/09/2015, p.19
27 setembro 2015
Segundo o semanário "domingo" de hoje
Mortos, feridos e viaturas destruídas por roquetes - eis o recaldo de um ataque ocorrido anteontem em Amatongas, distrito de Gondola, província de Manica, zona centro do país, segundo a versão do semanário "domingo" digital de hoje, aqui. Recorde neste diário aqui.
Adenda às 6:30: está criada uma situação muito delicada.
Adenda 2 às 6:10: no portal da "Rádio Moçambique" de ontem, aqui.
Adenda 3 às 6:11: segundo a "Lusa" portuguesa, houve 20 mortos. Aqui.
Adenda 4 às 6:16: despacho de ontem da "Agência de Informação de Moçambique", contendo um desmentido da Renamo, aqui.
Adenda 5 às 7:59: circulam rapidamente imagens como a que está em epígrafe, fazendo recordar os trágicos tempos pré-1992, portanto anteriores ao Acordo Geral de Paz.
Adenda 6 às 8:23: no Facebook, o portal da Frelimo é ainda omisso sobre o que se passou [aqui], mas o da Renamo tem um comunicado no qual atribui às forças de defesa e segurança a responsabilidade do ataque [aqui].
Adenda 7 às 16:45: despacho da "Rádio França Internacional" em português, aqui.
Adenda às 6:30: está criada uma situação muito delicada.
Adenda 2 às 6:10: no portal da "Rádio Moçambique" de ontem, aqui.
Adenda 3 às 6:11: segundo a "Lusa" portuguesa, houve 20 mortos. Aqui.
Adenda 4 às 6:16: despacho de ontem da "Agência de Informação de Moçambique", contendo um desmentido da Renamo, aqui.
Adenda 5 às 7:59: circulam rapidamente imagens como a que está em epígrafe, fazendo recordar os trágicos tempos pré-1992, portanto anteriores ao Acordo Geral de Paz.
Adenda 6 às 8:23: no Facebook, o portal da Frelimo é ainda omisso sobre o que se passou [aqui], mas o da Renamo tem um comunicado no qual atribui às forças de defesa e segurança a responsabilidade do ataque [aqui].
Adenda 7 às 16:45: despacho da "Rádio França Internacional" em português, aqui.
A encruzilhada da Frelimo e de Nyusi: entre dominação e direcção [19]
Quanto mais os gestores de um Estado investirem nos aparelhos repressivos e na repressão, mais alta será a composição orgânica da política e menor a taxa de lucro político, quer dizer, menor a legitimidade.
Décimo nono número da série. Sempre com hipóteses, finalizo o quarto ponto sugerido aqui, a saber: 4. Desafios políticos do heteropensamento. Escrevi no número anterior que Moçambique tem de fazer face a um fenómeno único e antigo: a existência de um exército privado, cujo comando partidário disputa ao Estado o "monopólio do uso legítimo da força física", para usar os termos de Max Weber [recorde aqui]. Esta situação, especialmente se mantida e agravada, mutila generalizadamente os ganhos na direção política e fortelece o crescimento da dominação política [recorde os conceitos aqui]. Uma das consequências é a crença na conspiração, a crença mecanicista, ao nível de certos sectores do partido reinante e do Estado, de que a crítica em geral e a crítica política em particular equivalem a pertencer à oposição partidária ou a apoiá-la ou, ainda, a servir interesses estrangeiros obscuros.
Nota: como tem sido meu hábito neste diário desde 2006, a qualquer momento posso modificar partes da série.
Adenda: leia uma notícia e veja um vídeo neste portal aqui.
Nota: como tem sido meu hábito neste diário desde 2006, a qualquer momento posso modificar partes da série.
Adenda: leia uma notícia e veja um vídeo neste portal aqui.
Reconstrução social da figura de Dhlakama [1]
A história de Moçambique guarda momentos trágicos da guerra ocorrida grosso modo entre 1976 e 1992, guerra que foi um verdadeiro holocausto, recorde aqui.
Presidente da Renamo, antigo comandante militar, general de quatro estrelas como gosta de se afirmar, Afonso Dhlakama e o seu hoje partido têm um passado nada abonatório, como se pode verificar aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Ontem classificado como criação estratégica do racismo e do apartheid e artífice da destruição e da morte, Dhlakama é hoje glorificado em certos sectores como herói messiânico. Ele próprio gosta de dizer que é o pai da democracia e que lutou para libertar o país.
Importa ter em conta alguns aspectos da reconstrução social da figura de Dhlakama.
Presidente da Renamo, antigo comandante militar, general de quatro estrelas como gosta de se afirmar, Afonso Dhlakama e o seu hoje partido têm um passado nada abonatório, como se pode verificar aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Ontem classificado como criação estratégica do racismo e do apartheid e artífice da destruição e da morte, Dhlakama é hoje glorificado em certos sectores como herói messiânico. Ele próprio gosta de dizer que é o pai da democracia e que lutou para libertar o país.
Importa ter em conta alguns aspectos da reconstrução social da figura de Dhlakama.
26 setembro 2015
Das cinzas
"À hora do fecho" no "Savana"
Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1133, de 25/09/2015, disponível na íntegra aqui:
25 setembro 2015
Quem hoje atacou quem em Gondola?
Segundo a "Lusa", tendo como fonte Afonso Dhlakama, presidente da Renamo, uma comitiva deste partido a caminho de Nampula foi ao fim da manhã de hoje atacada em Zimpinga, distrito de Gondola, Estrada Nacional 6, província de Manica, tendo ele, Dhlakama, escapado ileso. Um jornalista da agência não identificado terá afirmado que houve nove mortos, entre os quais dois com uniformes da Renamo. Aqui.
Por sua vez, a "Folha de Maputo" reportou que homens armados não identificados terão atacado na tarde de hoje uma coluna de Afonso Dhlakama na região do Inchope, distrito de Gondola, província de Manica, tendo causado feridos graves. Aqui.
Finalmente, a "Agência de Informação de Moçambique" noticiou que hoje, na Estrada Nacional 1, no troço entre Inchope e Gondola, zona centro do país, homens armados da guarda de Afonso Dhlakama abriram fogo contra uma viatura de transporte de passageiros, tendo morto o motorista, estando a polícia no local para repor a ordem e a tranquilidade públicas. Aqui.
Adenda às 19:30: segundo a "Rádio Moçambique" no seu noticiário das 19:30, a guarda de Afonso Dhlakama matou hoje no posto administrativo de Amatonga, distrito de Gondola, um motorista civil em Gondola. A guarda de Dhlakama continuou a disparar sobre civis e viaturas, criando pânico. A polícia ripostou e continua no terreno a monitorar a situação. O trânsito está interrompido, muitos camiões parados, muita gente paralizada.
Adenda 2 às 19:43: recorde uma postagem neste diário de 13 de Setembro, aqui.
Adenda 3 às 20:00: blogues do copia/cola/mexerica regurgitam de emoção copiadora e agarram-se acriticamente à posição da "Lusa". Mas, também, autores de certos textos nas redes sociais digitais.
Adenda 4 às 20:03: quando escasseia a análise e falha a consulta das fontes, vive-se no reino moralista dos bons e dos maus.
Adenda 5 às 20:55: sugiro agora a leitura do relato no Facebook do "Canal de Moçambique", baseado no depoimento do porta-voz da Renamo, António Muchanga, aqui.
Adenda 6 às 04:53 de 26/08/2015: no relato escrito da "Rádio Moçambique", a guarda da Renamo abriu trincheiras nas bermas da Estrada Nacional n.º 6 após balear um automobilista. Aqui.
Adenda 7 às 05:11 de 26/09/2015: a "Deutsche Welle" usou a "Lusa" como fonte aqui, a "Rádio França Internacional" teve Afonso Dhlakama e António Muchanga como fontes aqui e a "Voz da América" procurou equilíbrio na notícia aqui.
Adenda 8 às 5:31 de 26/09/2015: a versão digital do "Notícias" de hoje é omissa sobre o que se terá passado, aqui.
Adenda 9 às 5:37 de 26/09/2015: no "Diário Digital" de ontem, Afonso Dhlkama é a única fonte, apresentando-se como vítima, aqui.
Adenda 10 às 5:47 de 26/09/2015: a versão digital do "Diário de Moçambique" exibe duas versões, a do comandante da polícia de Sofala (a Renamo atacou e matou um transportador) e a de Afonso Dhlakama citado pela "Lusa" (o ataque foi contra ele e sua comitiva), aqui.
Adenda 11 às 7:27 de 26/09/2015: por que razão ou por que razões a versão do Sr. Afonso Dhlakama e do Sr. António Muchanga da Renamo há-de ser superior à da polícia, na pessoa do comandante provincial de Manica, Sr. Armando Canhenze? Ou mais credível?
Adenda 12 às 7:48 de 26/09/2015: a partir de uma fonte emissora, a "Lusa" [o "@Verdade" digital não resistiu, ele também, ao magnetismo da agência portuguesa, aqui], vários órgãos de comunicação, blogues e redes sociais disseminam declarações do Sr. Dhlakama sobre o afirmado ataque de Gondola, como aqui tem sido mostrado. Porém, o "Canal de Moçambique" dá-lo em "parte incerta". Assim se vai construindo miticamente a figura de um general havido por bom e santo, havida vítima partidária dos havidos diabos e mauzões da polícia e da Frelimo.
Adenda 13 às 9:52 de 26/09/2015: ninguém observa ou comenta o facto de circular numa estrada nacional uma enorme coluna de carros cheios de homens armados e fardados que não pertencem ao exército governamental. Por outras palavras: é havida como natural a existência de um exército privado.
Adenda 14 às 17:18 de 26/09/2015: leia uma notícia da "Folha de Maputo" segundo a qual a população incendiou sete viaturas da Renamo, aqui.
Adenda 15 às 17:49 de 26/09/2015: o "Canal de Moçambique" reporta no Facebook que a comissão política da Renamo reuniu-se de emergência, estando Dhlakama e os seus homens algures no mato. Aqui.
Adenda 16 às 19:05 de 26/09/2015: no seu noticiário das 19 horas, a "Rádio Moçambique" anunciou que às 19:30 abordaria o confronto entre Renamo e forças governamentais.
Adenda 17 às 19:32 de 26/09/2015: 14 mortos, mais seis feridos entre as quais uma criança, eis o rescaldo no confronto entre forças governamentais e a Renamo, após um ataque da Renamo em Gondola - assim abriu a "Rádio Moçambique" o seu noticiário das 19:30.
Adenda 18 às 20:07: o "Canal de Moçambique" no Facebook cita António Muchanga da Renamo cuja estatística de mortos é bem mais avantajada, confira aqui.
Adenda 19 às 20:13 de 26/09/2015: segundo líderes tradicionais, Dhlakama transforma-se em ave sempre que há emboscadas, noticiou a "Folha de Maputo" digital, aqui.
Adenda 20 às 20:37 de 26/09/2015: confira as mais recentes notícias da "Lusa" portuguesa aqui e aqui.
Por sua vez, a "Folha de Maputo" reportou que homens armados não identificados terão atacado na tarde de hoje uma coluna de Afonso Dhlakama na região do Inchope, distrito de Gondola, província de Manica, tendo causado feridos graves. Aqui.
Finalmente, a "Agência de Informação de Moçambique" noticiou que hoje, na Estrada Nacional 1, no troço entre Inchope e Gondola, zona centro do país, homens armados da guarda de Afonso Dhlakama abriram fogo contra uma viatura de transporte de passageiros, tendo morto o motorista, estando a polícia no local para repor a ordem e a tranquilidade públicas. Aqui.
Adenda às 19:30: segundo a "Rádio Moçambique" no seu noticiário das 19:30, a guarda de Afonso Dhlakama matou hoje no posto administrativo de Amatonga, distrito de Gondola, um motorista civil em Gondola. A guarda de Dhlakama continuou a disparar sobre civis e viaturas, criando pânico. A polícia ripostou e continua no terreno a monitorar a situação. O trânsito está interrompido, muitos camiões parados, muita gente paralizada.
Adenda 2 às 19:43: recorde uma postagem neste diário de 13 de Setembro, aqui.
Adenda 3 às 20:00: blogues do copia/cola/mexerica regurgitam de emoção copiadora e agarram-se acriticamente à posição da "Lusa". Mas, também, autores de certos textos nas redes sociais digitais.
Adenda 4 às 20:03: quando escasseia a análise e falha a consulta das fontes, vive-se no reino moralista dos bons e dos maus.
Adenda 5 às 20:55: sugiro agora a leitura do relato no Facebook do "Canal de Moçambique", baseado no depoimento do porta-voz da Renamo, António Muchanga, aqui.
Adenda 6 às 04:53 de 26/08/2015: no relato escrito da "Rádio Moçambique", a guarda da Renamo abriu trincheiras nas bermas da Estrada Nacional n.º 6 após balear um automobilista. Aqui.
Adenda 7 às 05:11 de 26/09/2015: a "Deutsche Welle" usou a "Lusa" como fonte aqui, a "Rádio França Internacional" teve Afonso Dhlakama e António Muchanga como fontes aqui e a "Voz da América" procurou equilíbrio na notícia aqui.
Adenda 8 às 5:31 de 26/09/2015: a versão digital do "Notícias" de hoje é omissa sobre o que se terá passado, aqui.
Adenda 9 às 5:37 de 26/09/2015: no "Diário Digital" de ontem, Afonso Dhlkama é a única fonte, apresentando-se como vítima, aqui.
Adenda 10 às 5:47 de 26/09/2015: a versão digital do "Diário de Moçambique" exibe duas versões, a do comandante da polícia de Sofala (a Renamo atacou e matou um transportador) e a de Afonso Dhlakama citado pela "Lusa" (o ataque foi contra ele e sua comitiva), aqui.
Adenda 11 às 7:27 de 26/09/2015: por que razão ou por que razões a versão do Sr. Afonso Dhlakama e do Sr. António Muchanga da Renamo há-de ser superior à da polícia, na pessoa do comandante provincial de Manica, Sr. Armando Canhenze? Ou mais credível?
Adenda 12 às 7:48 de 26/09/2015: a partir de uma fonte emissora, a "Lusa" [o "@Verdade" digital não resistiu, ele também, ao magnetismo da agência portuguesa, aqui], vários órgãos de comunicação, blogues e redes sociais disseminam declarações do Sr. Dhlakama sobre o afirmado ataque de Gondola, como aqui tem sido mostrado. Porém, o "Canal de Moçambique" dá-lo em "parte incerta". Assim se vai construindo miticamente a figura de um general havido por bom e santo, havida vítima partidária dos havidos diabos e mauzões da polícia e da Frelimo.
Adenda 13 às 9:52 de 26/09/2015: ninguém observa ou comenta o facto de circular numa estrada nacional uma enorme coluna de carros cheios de homens armados e fardados que não pertencem ao exército governamental. Por outras palavras: é havida como natural a existência de um exército privado.
Adenda 14 às 17:18 de 26/09/2015: leia uma notícia da "Folha de Maputo" segundo a qual a população incendiou sete viaturas da Renamo, aqui.
Adenda 15 às 17:49 de 26/09/2015: o "Canal de Moçambique" reporta no Facebook que a comissão política da Renamo reuniu-se de emergência, estando Dhlakama e os seus homens algures no mato. Aqui.
Adenda 16 às 19:05 de 26/09/2015: no seu noticiário das 19 horas, a "Rádio Moçambique" anunciou que às 19:30 abordaria o confronto entre Renamo e forças governamentais.
Adenda 17 às 19:32 de 26/09/2015: 14 mortos, mais seis feridos entre as quais uma criança, eis o rescaldo no confronto entre forças governamentais e a Renamo, após um ataque da Renamo em Gondola - assim abriu a "Rádio Moçambique" o seu noticiário das 19:30.
Adenda 18 às 20:07: o "Canal de Moçambique" no Facebook cita António Muchanga da Renamo cuja estatística de mortos é bem mais avantajada, confira aqui.
Adenda 19 às 20:13 de 26/09/2015: segundo líderes tradicionais, Dhlakama transforma-se em ave sempre que há emboscadas, noticiou a "Folha de Maputo" digital, aqui.
Adenda 20 às 20:37 de 26/09/2015: confira as mais recentes notícias da "Lusa" portuguesa aqui e aqui.
Negócios em Moçambique
Cabeçalhos das mais recentes notícias do mundo de negócios em Moçambique a conferir no "Africa Intelligence", aqui. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
A encruzilhada da Frelimo e de Nyusi: entre dominação e direcção [18]
Quanto mais os gestores de um Estado investirem nos aparelhos repressivos e na repressão, mais alta será a composição orgânica da política e menor a taxa de lucro político, quer dizer, menor a legitimidade.
Décimo oitavo número da série. Sempre com hipóteses, prossigo no quarto ponto sugerido aqui, a saber: 4. Desafios políticos do heteropensamento. Escrevi no número anterior que o nosso país herdou vários tipos de violência e de medo. Essa herança, hoje reactualizada através dos meandros castrenses, perturba o heteropensamento descomplexado e severiza os aparelhos repressivos do Estado, com múltiplas consequências para o Moçambique jovem que, em vários sectores, aprende a treinar-se, a vários níveis, na democracia liberal. Na verdade, Moçambique tem de fazer face a um fenómeno único e antigo: a existência de um exército privado, cujo comando partidário disputa ao Estado o "monopólio do uso legítimo da força física", para usar os termos de Max Weber [recorde aqui].
Nota: como tem sido meu hábito neste diário desde 2006, a qualquer momento posso modificar partes da série.
Adenda: leia uma notícia e veja um vídeo neste portal aqui.
Nota: como tem sido meu hábito neste diário desde 2006, a qualquer momento posso modificar partes da série.
Adenda: leia uma notícia e veja um vídeo neste portal aqui.
24 setembro 2015
No "Wamphula Fax" de hoje
Amplie a imagem clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato. Nota: confira neste diário postagens sobre o drama dos albinos aqui.
Dado social
Durante milhares de anos a pobreza foi considerada um dado natural. No século XIX lutas de trabalhadores colocaram a pobreza como dado social, como produto de desigualdades sociais inscritas num determinado modo de produção e de distribuição de riqueza. Desde aí têm-se multiplicado as tentativas para contornar essa visão, inscrevendo a pobreza no quatro técnico de um problema com causalidade multifactorial.
Moda
A moda é um conjunto comercial de rituais destinado a fazer do corpo um objecto transfigurado, socialmente desejado e imitável. Fazer desejar, produzir a mimese, é uma das suas funçõees primordiais. Transformar em desejo colectivo uma inovação individual, é outra. O corpo é reestruturado em permanência com a moda, é reinventado a cada momento, é produzido enquanto corpo reescrito, espécie de corpo onírico, arquetípico, de vertigem primordial sem fim. A reestruturação corporal opera a dois níveis: pela cobertura vestuária inovadora e pela alteração de partes do corpo.
23 setembro 2015
Novo figurino no academia.edu
O portal científico Academia.edu exibe um novo figurino, confira a minha página aqui.
A encruzilhada da Frelimo e de Nyusi: entre dominação e direcção [17]
Quanto mais os gestores de um Estado investirem nos aparelhos repressivos e na repressão, mais alta será a composição orgânica da política e menor a taxa de lucro político, quer dizer, menor a legitimidade.
Décimo sétimo número da série. Sempre com hipóteses, prossigo no quarto ponto sugerido aqui, a saber: 4. Desafios políticos do heteropensamento. Um país é tão mais livre quão mais os seus cidadãos podem exprimir os seus pensamentos sem medo. Mais profundamente, colocando muito alta a fasquia do óptimo: um país é tão mais livre quão mais os seus cidadãos podem exprimir os seus pensamentos sem necessidade de recurso à violência verbal ou física. A violência verbal ou física é, sempre, produto de nós de estrangulamento permanentes, historica e universalmente naturalizados, nas relações sociais. O nosso país herdou vários tipos de violência e de medo. Essa herança, hoje reactualizada através dos meandros castrenses, perturba o heteropensamento descomplexado e severiza os aparelhos repressivos do Estado, com múltiplas consequências para o Moçambique jovem que, em vários sectores, aprende a treinar-se, a vários níveis, na democracia liberal.
Nota: como tem sido meu hábito neste diário desde 2006, a qualquer momento posso modificar partes da série.
Adenda: leia uma notícia e veja um vídeo neste portal aqui.
Nota: como tem sido meu hábito neste diário desde 2006, a qualquer momento posso modificar partes da série.
Adenda: leia uma notícia e veja um vídeo neste portal aqui.
Alerta precoce [avaliação de risco de atrocidades em massa no mundo]
Aqui. Se quiser ampliar as imagens, clique sobre elas com o lado esquerdo do rato. [agradeço ao RC pelo envio da referência, CS]