Outros elos pessoais

29 setembro 2015

O imbróglio do tiroteio de Gondola

Segundo a "Lusa" portuguesa, "A polícia moçambicana disse [...] que os homens da Renamo foram tomados pelo pânico no incidente que envolveu a comitiva de Afonso Dhlakama, na sexta-feira em Manica, e presume que acabaram por disparar uns contra os outros." Aqui.
Adenda às 4:25: entretanto, o "Notícias" digital de hoje noticia que Afonso Dhlakama está em Satungira. Aqui.
Adenda 2 às 11:27: há um livro admirável de Paul Ricoeur cuja leitura sugiro: O conflito das Interpretações, Ensaios de hermenêutica. Rio de Janeiro: Imago Editora, 419 pp.
Adenda 3 às 19:40: de acordo com o porta-voz do Conselho de Ministros, Dr. Mouzinho Saide, citado pela "Rádio Moçambique" no noticiário das 19:30, morreram 23 pessoas no dia 25 em Amatongas, distrito de Gondola, província de Manica, depois que as forças da Renamo atacaram um veículo de transporte público e as forças governamentais intervieram em resposta. Viaturas foram incendiadas pela população, quatro foram salvas - afirmou Saide, que acrescentou continuar a polícia a investigar o caso.
Adenda 4 às 20:07: citado pela estação televisiva "STV" no noticiário das 20 horas, um porta-voz da polícia afirmou que a corporação planeia levar a tribunal a comitiva da Renamo.

2 comentários:

  1. Ha uma tentativa obvia de ser forcar um "Gleiwitz" de Gondola...porque, mais do que a aritmetica da tragedia, ha coisas estraordinarias que dao que pensar:

    1- Os atacantes (dos dias 12 e 25) estavam a paisana (isso e corroborado por testemunhas oculares);

    2- Dhlakama permaneceu no local, pelo menos 2 horas e aparentemente bloqueado, durante as quais foi possivel registar imagens dos corpos espalhados na estrada. Varios elementos fardados de verde-oliva e outros a civil (Andre Catueira -LUSA);

    3- Nao foi visto nenhum aparato policial nas redondezas. E nem sequer tentativa de estabelecer contacto com a coluna emboscada (IDEM);

    4- Em ambos os ataques, foram usados AKMs, MGs e RPGs e possivelmente SVDs. Armamento tipico de operacoes especiais (RENAMO);

    5- Sem explicacao aparente, Dhlakama ordena que se entre pelo mato adentro e vai para "parte incerta" (Fernando Lima MEDIACOOP);

    6- So tres horas depois, e que "supostos populares" avancam para a estrada em queimam tudo o que encontram (PRM Manica);

    7- A mesma fonte que assegura isto, tambem diz que a populacao foi em debandada pelo mato adentro, tal como Dhlakama. E extraordinario saber que a "sua bravura" resultou na queima de viaturas dos seus atacantes;

    8- Duas testemunhas oculares que se encontravam dentro da viatura supostamente atacada pela RENAMO asseguram que os tiros vieram de uma colina acima (STV NOTICIAS);

    9- E para terminar, a PRM que nao viu, nao sabe, mas confrontou-se (quando, onde e como?) com a RENAMO vai mover um processo contra a comitiva, como se "comitiva" fosse uma pessoa de permanente "JUIZO"digo, juridica (Esta em todos jornais).

    Perante tanta insensatez, so me resta mesmo apelar ao "Tio Sam" que com seus satelites militares, possa, com a precisao de 1m, determinar se antes da passagem de Dhlakama pelo local, havia ou nao, um perimetro de seguranca previamente montado para o neutralizar.

    Mas nao sei se o farao.

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  2. Para a polícia decidir instaurar um processo judicial contra o Partido Renamo, parte-se do princípio de que dispõe de elementos suficientemente credíveis para fazê-lo, em particular os depoimentos de membro ou membros da força trajando à civil, envergando cartucheiras ao peito, e que aconselhou os civis a afastarem-se do local para não serem apanhados pelo fogo cruzado. Presume-se que sem esse crucial elemento de prova o processo-crime não tem pernas para andar pois, como refere Ricardo, a P.R.M. não se encontrava no local aquando da ocorrência do incidente. Além disso, o que as testemunhas oculares afirmaram perante jornalistas, contraria a versão da P.R.M.

    Aguardemos pelo desenrolar da decisão ora anunciada pela P.R.M. na expectativa de todo o país ficar a conhecer a identidade dessa força, supostamente civil, quem a patrocina e com que objectivos monta – ou recebe ordens para montar – emboscadas numa estrada nacional.

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