Ministra brasileira dos Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, falando hoje na ONU e citada pela Rádio França Internacional: "Nenhum governo se sustentará pela força ou pela violência. Nenhuma liderança perdurará em meio à exclusão social, ao desemprego e à pobreza. Nenhum povo suportará em silêncio a violação de seus direitos fundamentais." Aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
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28 fevereiro 2011
Protestos do tipo Tunísia/Egipto podem surgir na África subsariana?
Ponto de situação do questionário com o título em epígrafe, situado no lado direito deste diário, conferível e participável aqui. Amplie a imagem clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato.
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Dossier (2) (edição de 25/02/2011)
* Séries pessoais: Quatro precedentes (4); Dos megaprojectos às mega-ideias (4); Mal-estar na civilização (7); A cada um segundo as suas necessidades, a cada um segundo o seu Samora (12); O fim dos segredos, dos silêncios e das distâncias (7); O princípio da história (9); À mão a comida tem melhor gosto (8); Da cólera nosológica à cólera social (9); Notas sobre eleições (12); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (50); África enquanto produção cognitiva (21); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (9); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (12); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
* Genéricos: Dossier (2) (edição de 25/02/2011)
* Séries pessoais: Quatro precedentes (4); Dos megaprojectos às mega-ideias (4); Mal-estar na civilização (7); A cada um segundo as suas necessidades, a cada um segundo o seu Samora (12); O fim dos segredos, dos silêncios e das distâncias (7); O princípio da história (9); À mão a comida tem melhor gosto (8); Da cólera nosológica à cólera social (9); Notas sobre eleições (12); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (50); África enquanto produção cognitiva (21); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (9); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (12); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
Senegal: dois jovens imolaram-se pelo fogo diante do palácio presidencial
O compatriota Luís Martins que vive em Dacar, capital do Senegal, escreveu-me via email alertando-me para o seguinte fenómeno: no espaço de uma semana, dois jovens imolaram-se pelo fogo em frente ao palácio presidencial, ambos à sexta-feira, dia especial muçulmano (mais de 90% dos Senegaleses são muçulmanos). Quem eram: um ex-militar, Bocar Bocoum, que não recebia nem salário nem subsídio; e Cheikh Tidiane Bâum, desempregado e sem experanças de novo emprego. Confira em francês no Le Quotidien, aqui. Para traduzir, aqui.
Adenda às 12:58: sobre a imolação pelo fogo, recorde neste diário aqui, aqui e aqui.
Adenda às 12:58: sobre a imolação pelo fogo, recorde neste diário aqui, aqui e aqui.
Duas formas de analisar pessoas
Existem duas formas de analisar pessoas.
A mais simples, a mais generalizada, consiste em analisar as pessoas em si, independentemente do sistema ou dos sistemas sociais que elas produzem e pelos quais são, por sua vez, produzidas. É através desta forma psicologizante que classificamos, que etiquetamos, que situamos positiva ou negativamente outrem, em quadros cognitivos que são os nossos, que aprendemos a fazer nossos. Esta é, digamos, a ego-análise.
A segunda forma, bem mais difícil e bem menos praticada, consiste em analisar as pessoas através dos sistemas sociais que elas produzem e pelos quais são produzidas. Por outras palavras, aqui não são somente o Sr X e as suas ideias que são fundamentais, mas também - e especialmente - o sistema social ou os sistemas sociais que permitem a existência de X...x1...x2...x3...xn. Esta é, digamos, a sócio-análise.
A mais simples, a mais generalizada, consiste em analisar as pessoas em si, independentemente do sistema ou dos sistemas sociais que elas produzem e pelos quais são, por sua vez, produzidas. É através desta forma psicologizante que classificamos, que etiquetamos, que situamos positiva ou negativamente outrem, em quadros cognitivos que são os nossos, que aprendemos a fazer nossos. Esta é, digamos, a ego-análise.
A segunda forma, bem mais difícil e bem menos praticada, consiste em analisar as pessoas através dos sistemas sociais que elas produzem e pelos quais são produzidas. Por outras palavras, aqui não são somente o Sr X e as suas ideias que são fundamentais, mas também - e especialmente - o sistema social ou os sistemas sociais que permitem a existência de X...x1...x2...x3...xn. Esta é, digamos, a sócio-análise.
Mal-estar na civilização (6)
"Todas as relações fixas e enferrujadas, com o seu cortejo de vetustas representações e intuições, são dissolvidas, todas as recém-formadas envelhecem antes de poderem ossificar-se. Tudo o que era das ordens sociais e estável se volatiliza, tudo o que era sagrado é dessagrado, e os homens são por fim obrigados a encarar com olhos prosaicos a sua posição na vida, as suas ligações recíprocas."
Prosseguindo a série. O ano passado, greves gerais agitaram a Europa, multidões surgiram nas ruas. Agora, multidões manifestaram-se e manifestam-se no norte de África e no Médio Oriente. Eis seis perguntas de fundo: (1) estamos perante um mesmo tipo de crise?, (2) se sim, que tipo de crise?, (3) que tipo de actores protesta?, (4) os protestos são contra o quê e quem?, (5) quais as características dos protestos?, (6) qual o futuro dos protestos?
Estamos perante um mesmo tipo de crise? Apesar das grandes diferenças formais entre países europeus e árabes, a crise é comum e tem dois níveis: crise do Estado apoiado no capital de dominação e crise do modo capitalista de produção.
Prossigo mais tarde.
Prosseguindo a série. O ano passado, greves gerais agitaram a Europa, multidões surgiram nas ruas. Agora, multidões manifestaram-se e manifestam-se no norte de África e no Médio Oriente. Eis seis perguntas de fundo: (1) estamos perante um mesmo tipo de crise?, (2) se sim, que tipo de crise?, (3) que tipo de actores protesta?, (4) os protestos são contra o quê e quem?, (5) quais as características dos protestos?, (6) qual o futuro dos protestos?
Estamos perante um mesmo tipo de crise? Apesar das grandes diferenças formais entre países europeus e árabes, a crise é comum e tem dois níveis: crise do Estado apoiado no capital de dominação e crise do modo capitalista de produção.
Prossigo mais tarde.
(continua)
Adenda: o título é o de um livro de Sigmund Freud.
Quatro precedentes (3)
Escrevi no número inaugural que as revoltas no norte de África e no Médio Oriente criaram quatro precedentes, que os governos do dia, especialmente os que dependem da ajuda externa, deverão doravante ter em conta. Os quatro precedentes são os seguintes: (1) Respeito pelas necessidades populares, (2) Cuidado no tratamento das manifestações populares, (3) Transparência na gestão do Estado e (4) Especial atenção aos processos de gestão win-win.
Sobre o primeiro precedente: a magnitude e a extensão das revoltas populares foram e continuam a ser tão grandes em sua unidade e em sua diversidade, que se tornaram um modelo, um êmbolo, um motivo para revoltas em vários países do mundo. O efeito de borboleta é possante e o bater de asas sociais em Tunes ou no Cairro está, já, a repercutir globalmente. Isso significa que os governos do dia deverão estar em permanência capazes de servir os seus povos, deverão saber em permanência ganhar legitimidade e aderência.
Sobre o primeiro precedente: a magnitude e a extensão das revoltas populares foram e continuam a ser tão grandes em sua unidade e em sua diversidade, que se tornaram um modelo, um êmbolo, um motivo para revoltas em vários países do mundo. O efeito de borboleta é possante e o bater de asas sociais em Tunes ou no Cairro está, já, a repercutir globalmente. Isso significa que os governos do dia deverão estar em permanência capazes de servir os seus povos, deverão saber em permanência ganhar legitimidade e aderência.
(continua)
A propósito da revolta dos Calibãs (7)
O término da série.
O que – minha hipótese - os povos estão a dizer aos governantes não é que querem a reforma do actual sistema social que os rege ou a mera substituição do ditador X pelo moderado Y, mas que querem a substituição do actual sistema por um outro sistema, novo, humano e solidário.
O que está a suceder é, apenas, um pequeno conjunto de sinais de um mundo mestiço que está ainda atrelado ao passado mas que exibe, já, alguns pormenores do futuro. As fases de transição são as mais difíceis de captar e analisar.
O que está a suceder é, apenas, um pequeno conjunto de sinais de um mundo mestiço que está ainda atrelado ao passado mas que exibe, já, alguns pormenores do futuro. As fases de transição são as mais difíceis de captar e analisar.
(fim)
Adenda: Calibã é uma das personagens da Tempestade de Shakespeare.
Dossier (1) (Edição de 25/02/2011)
Queira conferir a primeira parte de um dossier com peças do semanário "Savana" datado de 25/02/2011, aqui.
(continua)
27 fevereiro 2011
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Dossier (1) (edição de 25/02/2011)
* Séries pessoais: Quatro precedentes (3); Dos megaprojectos às mega-ideias (4); A propósito da revolta dos Calibãs (7); Mal-estar na civilização (6); A cada um segundo as suas necessidades, a cada um segundo o seu Samora (12); O fim dos segredos, dos silêncios e das distâncias (7); O princípio da história (9); À mão a comida tem melhor gosto (8); Da cólera nosológica à cólera social (9); Notas sobre eleições (12); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (50); África enquanto produção cognitiva (21); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (9); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (12); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
* Genéricos: Dossier (1) (edição de 25/02/2011)
* Séries pessoais: Quatro precedentes (3); Dos megaprojectos às mega-ideias (4); A propósito da revolta dos Calibãs (7); Mal-estar na civilização (6); A cada um segundo as suas necessidades, a cada um segundo o seu Samora (12); O fim dos segredos, dos silêncios e das distâncias (7); O princípio da história (9); À mão a comida tem melhor gosto (8); Da cólera nosológica à cólera social (9); Notas sobre eleições (12); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (50); África enquanto produção cognitiva (21); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (9); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (12); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
Costa do Marfim
A situação continua tensa na Costa do Marfim, país de Jano com dois presidentes, aqui.
Adenda às 15:40: um despacho com data de hoje em Fátima Missionária, aqui.
Adenda às 15:40: um despacho com data de hoje em Fátima Missionária, aqui.
A revolta popular de Wisconsin
Temos andado muito embrenhados nas águas social-sísmicas do norte de África e do Médio Oriente, esquecendo-nos do que se passou e se passa no Estado de Winconsin, Estados Unidos da América, onde a assembleia do Estado votou contra negociações colectivas entre funcionários públicos no sentido de ter um Estado mais barato, obrigando os trabalhadores a aumentarem as contribuições para o sistema de pensões e de seguro médico. Leia aqui, aqui e aqui.
Adenda 2 às 10:25: de um texto do últimosegundo: "Diante da proposta de lei do governador, os professores, com apoio dos universitários, entraram em greve, ocuparam a "assembléia Tahrir" e apelidaram o governador de Scott Mubarak."
Adenda às 10:37: CNN em despacho de hoje, manifestações prosseguem, aqui. Para traduzir, aqui.
Adenda 2 às 10:25: de um texto do últimosegundo: "Diante da proposta de lei do governador, os professores, com apoio dos universitários, entraram em greve, ocuparam a "assembléia Tahrir" e apelidaram o governador de Scott Mubarak."
Adenda às 10:37: CNN em despacho de hoje, manifestações prosseguem, aqui. Para traduzir, aqui.
Função
Muito interessante a função de ênfase, a função de signo, a função de transgressão jogada pelos óculos de lentes escuras nos jovens que se apresentam à noite em cocktails, danças e actuações musicais. Essa função junta-se ao ar rebelde do rapper - algumas vezes ameaçador - e, aqui e acolá, aos bícepes cuidadosamente treinados em academias de musculação. À inutilização ritualizada da função primordial dos óculos de lentes escuras (proteger os nossos olhos do sol) cola-se a aspiração à vida milionária quando os jovens cantam e dançam junto ou dentro de luxuosas viaturas. Finalmente, em espectáculos nocturnos, a função de transgressão ruidosa dos óculos de lentes escuras está, não poucas vezes, pese o intenso calor, associada ao uso ostensivo da jaqueta de couro ou de napa.
Dos megaprojectos às mega-ideias (3)
Escrevi no número inaugural desta série que uma grande ênfase tem sido dada aos megaprojectos do país. O problema pode ser resumido assim: precisamos taxá-los, taxando-os a nossa vida melhora. Vou tentar discutir esse pressuposto com algumas mega-ideias.
No número anterior escrevi que antes de aqui colocar duas pobres mega-ideias, era necessário responder a uma pergunta, como segue: quando o objectivo central consiste em taxar os megaprojectos, o que estamos a aceitar? A resposta é esta: quando o objectivo central consiste em taxar os megaprojectos, estamos a aceitar sermos uma economia puramente rendeira. Por outras palavras: cobramos um imposto ao que não é nosso, quedamo-nos na taxação de uma economia virada para o exterior. A ideia não é a de transformar, mas a de simplesmente recolher uma porção fiscal do que não é nosso. Viver dos megaprojectos é como sermos os recolectores da modernidade, ainda que isso possa ser altamente rentável para determinados grupos.
Imagem reproduzida de um blogue e de uma postagem de Novembro de 2010 intitulada "Transnacionais avançam sobre Moçambique", aqui.
No número anterior escrevi que antes de aqui colocar duas pobres mega-ideias, era necessário responder a uma pergunta, como segue: quando o objectivo central consiste em taxar os megaprojectos, o que estamos a aceitar? A resposta é esta: quando o objectivo central consiste em taxar os megaprojectos, estamos a aceitar sermos uma economia puramente rendeira. Por outras palavras: cobramos um imposto ao que não é nosso, quedamo-nos na taxação de uma economia virada para o exterior. A ideia não é a de transformar, mas a de simplesmente recolher uma porção fiscal do que não é nosso. Viver dos megaprojectos é como sermos os recolectores da modernidade, ainda que isso possa ser altamente rentável para determinados grupos.
Imagem reproduzida de um blogue e de uma postagem de Novembro de 2010 intitulada "Transnacionais avançam sobre Moçambique", aqui.
(continua)
A "hora do fecho" no "Savana" (edição de 25/02/2011)
Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "A hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Deliciem-se com "A hora do fecho" desta semana, da qual ofereço, desde já, um aperitivo:
Dossier (6)
Queira conferir a sexta e última parte de um dossier com peças do semanário "Savana" datado de 18/02/2011, aqui.
(fim)
26 fevereiro 2011
Facebook: grupo apela para o fim da realeza suázi
Parecem multiplicar-se em África os apelos via internet para manifestações antigovernamentais (exemplo de Angola aqui). Assim, no tocante a um dos nossos vizinhos, a Suazilândia, há um grupo que apela através da rede social Facebook para uma manifestação de massa no dia 12 de Abril com o objectivo de pôr fim à monarquia suázi. Aqui, aqui, aqui e aqui. Enquanto isso, analise o que parece ser uma posição de estudantes suázis, aqui. Para traduzir, aqui. Na imagem, o rei Mswati III.
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Dossier (6); A "hora do fecho" no "Savana"
* Séries pessoais: Quatro precedentes (3); Dos megaprojectos às mega-ideias (3); A propósito da revolta dos Calibãs (7); Mal-estar na civilização (6); A cada um segundo as suas necessidades, a cada um segundo o seu Samora (12); O fim dos segredos, dos silêncios e das distâncias (7); O princípio da história (9); À mão a comida tem melhor gosto (8); Da cólera nosológica à cólera social (9); Notas sobre eleições (12); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (50); África enquanto produção cognitiva (21); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (9); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (12); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
* Genéricos: Dossier (6); A "hora do fecho" no "Savana"
* Séries pessoais: Quatro precedentes (3); Dos megaprojectos às mega-ideias (3); A propósito da revolta dos Calibãs (7); Mal-estar na civilização (6); A cada um segundo as suas necessidades, a cada um segundo o seu Samora (12); O fim dos segredos, dos silêncios e das distâncias (7); O princípio da história (9); À mão a comida tem melhor gosto (8); Da cólera nosológica à cólera social (9); Notas sobre eleições (12); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (50); África enquanto produção cognitiva (21); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (9); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (12); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
Maputo
Creio não ficar distante da realidade se disser, como digo, que a cidade de Maputo está feia, bastante feia e suja: lixo, estradas esburacadas (a Marginal mete dó!), águas negras, plásticos, passeios sujos, deteriorados e frequentemente ocupados por viaturas (do estado técnico, especialmente dos chapas, não falo), capim, erosão. Para ser franco: tenho saudades da equipa de Eneas Comiche.
Dos megaprojectos às mega-ideias (2)
Escrevi no número inaugural ontem que uma grande ênfase tem sido dada aos megaprojectos do país. O problema pode ser resumido assim: precisamos taxá-los, taxando-os a nossa vida melhora. Vou tentar discutir esse pressuposto com algumas mega-ideias.
As minhas pobres mega-ideias são precedidas da seguinte pergunta: Quando o objectivo central consiste em taxar os megaprojectos, o que estamos a aceitar? Depois de responder a essa pergunta, procurarei apresentar duas pobres mega-ideias.
Imagem reproduzida de um blogue e de uma postagem de Novembro de 2010 intitulada "Transnacionais avançam sobre Moçambique", aqui.
As minhas pobres mega-ideias são precedidas da seguinte pergunta: Quando o objectivo central consiste em taxar os megaprojectos, o que estamos a aceitar? Depois de responder a essa pergunta, procurarei apresentar duas pobres mega-ideias.
Imagem reproduzida de um blogue e de uma postagem de Novembro de 2010 intitulada "Transnacionais avançam sobre Moçambique", aqui.
(continua)
Quatro precedentes (2)
Escrevi no número inaugural ontem que as revoltas no norte de África e no Médio Oriente criaram quatro precedentes, que os governos do dia, especialmente os que dependem da ajuda externa, deverão doravante ter em conta. Que quatro precedentes são esses?
São os seguintes: (1) Respeito pelas necessidades populares, (2) Cuidado no tratamento das manifestações populares, (3) Transparência na gestão do Estado e (4) Especial atenção aos processos de gestão win-win.
(continua)
É o resto de África imune às "revoluções" tipo Tunísia/Egipto?
Uma tese que julgo ser óptima para reflexão, com tradução minha para português: "Por que razão as revoluções do poder popular do Norte de África fracassaram em irradiar para o resto da África? Revolução é muitas vezes um luxo de uma classe média educada, e grande parte da África é muito rural e pobre demais para sustentar uma insurreição nacional. Os ditadores na África subsariana muitas vezes defendem o seu poder através da lealdade militar - em contraste com o Egipto, onde o exército tolerou o protesto. A tecnologia é outro factor: o acesso à Internet é ainda relativamente baixo na maioria da África, tornando mais difícil organizar protestos. E as clivagens étnicas e religiosas em muitos países africanos são um enorme obstáculo para a organização de protestos nacionais." Para traduzir, aqui.
Comentário: uma nova moda esta, a de fazer depender as manifestações dos celulares e da internet.
Comentário: uma nova moda esta, a de fazer depender as manifestações dos celulares e da internet.
A propósito da revolta dos Calibãs (6)
O penúltimo número da série.
Não supreende, então, que muitas análises não escapem à individualização, ao circunstancialismo ligeiro, aos faits divers sistemáticos, às descrições do caos e ao moralismo apologético e acusador. Por isso regra geral é muito difícil saber, fora do opinalismo sistemático, quais são os fundamentos últimos destas tempestades sociais, nas quais os Calibãs árabes se revoltam contra o sistema gerido pelos Prósperos de todos os azimutes e, dessa maneira, estimulam movimentos idênticos no mundo, num crescente processo de reavaliação e de catarse sociais.
Prossigo mais tarde.
(continua)
Adenda: Calibã é uma das personagens da Tempestade de Shakespeare.
Dossier (5)
Queira conferir a quinta parte de um dossier com peças do semanário "Savana" datado de 18/02/2011, aqui.
(continua)
Moçambique no Panguso
Panguso - nome do motor de busca oficial lançado pela China (475 milhões de utilizadores de internet) no dia 22 através da agência noticiosa pública Xinhua. Aqui. Notícias sobre Moçambique aqui. O motor de busca líder na China chama-se Baidu, aqui.
25 fevereiro 2011
Impressão visual
Visualmente, acho que as sextas-feiras da cidade de Maputo são cada vez mais habitadas por mendigos em suas afanosas romarias, mais a exposição de deficiências físicas em cruzamentos de grande tráfego para atrair a caridade que pode eventualmente habitar os portadores de bem-estar em suas viaturas. Mais as crianças de rua.
Adenda às 19:25: mais os doentes mentais ou assim parecidos.
Adenda às 19:25: mais os doentes mentais ou assim parecidos.
Últimas
Adenda às 17:37: confira o Afrol News sobre a Líbia aqui, preste especial atenção ao texto sobre o primeiro jornal independente desde ontem à venda no país, aqui. Para traduzir, aqui.
Adenda 2 às 20:27: sobre o Iraque, aqui:
Adenda 3 às 21:21: Cubadebate, aqui.
Adenda 3 às 21:26: Xinhuanews, aqui.
Adenda 4 às 22:27: Pambazuka News, aqui.
Maria Aguinda
Modesta e pequena, 61 anos, vivendo numa pequena casa de madeira no coração da Amazónia, a equatoriana Maria Aguina está na origem da mais pesada condenação da história por poluição, pronunciada a 14 dêste mês contra a companhia petrolífera Chevron no Equador. Em inglês aqui, em francês aqui. Para traduzir, aqui.
Postagens na forja
Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Dossier (5); A "hora do fecho" no "Savana"; Quatro precedentes
* Séries pessoais: Dos megaprojectos às mega-ideias (2); A propósito da revolta dos Calibãs (6); Mal-estar na civilização (6); A cada um segundo as suas necessidades, a cada um segundo o seu Samora (12); O fim dos segredos, dos silêncios e das distâncias (7); O princípio da história (9); À mão a comida tem melhor gosto (8); Da cólera nosológica à cólera social (9); Notas sobre eleições (12); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (50); África enquanto produção cognitiva (21); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (9); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (12); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)
* Genéricos: Dossier (5); A "hora do fecho" no "Savana"; Quatro precedentes
* Séries pessoais: Dos megaprojectos às mega-ideias (2); A propósito da revolta dos Calibãs (6); Mal-estar na civilização (6); A cada um segundo as suas necessidades, a cada um segundo o seu Samora (12); O fim dos segredos, dos silêncios e das distâncias (7); O princípio da história (9); À mão a comida tem melhor gosto (8); Da cólera nosológica à cólera social (9); Notas sobre eleições (12); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (50); África enquanto produção cognitiva (21); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (9); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (12); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)