Há gente comendo e bebendo no interior e no exterior do restaurante, algures nesta cidade de Maputo, há cerca de 45 minutos. No exterior estão nove mesas ocupadas, em seis come-se galinha assada no carvão. Há 14 pessoas nessas mesas, sete comem à mão, duas usam piripiri, três bebem sumos, dez bebem cerveja à pressão. O prazer está nos rostos e na rapidez com que se come. No passeio circulam seis vendedores de bijutaria, duas crianças da rua pedem os ossos numa das mesas, uma outra procura vender amendoim.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
Este texto empurra-me para o "Um retrato sem imagem" que o Professor escreveu doutra vez. O texto do "bolo" é a outra face da mesma realidade. Fiquei sem palavras.
AAS
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