Parece ampliar-se, em certos círculos, a tese de que o nosso povo não trabalha ou não trabalha o suficiente. Se o povo trabalhar, há emprego e desenvolvimento. Se não, nicles. É tudo uma questão de vontade, de espírito trabalhador, empreendedor - defende-se. Em última análise, só falta dizer que somos pobres porque não trabalhamos (o povo, claro, claro!) ou não trabalhamos o suficiente. Há muitas dezenas de anos, há séculos, havia igualmente quem defendia afanosamente que os Africanos são preguiçosos. O empreendedorismo pensante e catalogador não tem história, afinal. Etc.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Uma coisa é trabalhar pouco, outra é ter pouca produtividade. Acho que o que muitos fazem é confundir conceitos.
Acho que o povo trabalha até demais. Só que tem pouca produtividade por falta de equipamentos, insumos, alguns bens de capital (estradas, regadios, barragens, etc), conhecimentos, entre outros e tem, consequentemente, poucos rendimentos.
Cpts
Na primeira semana de Agosto de 2005, o Presidente da República, Armando Emílio Guebuza disse isso na Zambézia aos camponeses. Ele disse que: falta de hábito ao trabalho perpetua fome no país.
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