Outros elos pessoais

Peter Mutharika é o novo presidente do Malawi

Confira no Nyasa Times em inglês aqui e no Notícias ao minuto em português aqui. Sobre o quinto presidente do Malawi, aqui. Sobre o Malawi, aqui. Recorde neste diário, aqui.

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
Séries pessoaisCulto aos presidentes (9); Espírito do deixa-falar (14); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (17); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (81); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)

"À hora do fecho" no "Savana"


Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1064, de 30/05/2014, disponível na íntegra aqui:
Notas: de vez em quando um leitor queixa-se de não conseguir baixar o semanário "Savana" neste diário. Só tem de executar os seguintes três passos: clicar no "Disponível na íntegra aqui" da postagem, a seguir no "Baixar" do programa 4Shared e, a terminar, no "Baixar grátis" também do programa. Por outro lado, de vez em quando também me perguntam por que razão o ficheiro está protegido com senha e marca de água. Resposta: para evitar que os ávidos parasitas do copy/paste/mexerica o copiem, colocando-o depois no seu blogue ou na sua página de rede social digital com uma indicação malandra do género "Fonte: Savana". Mas, claro, um ou outro é persistente e consegue transcrever para o word certos textos, colocando-os depois no blogue ou na rede social, mas sem mostrar o elo. Mediocridade, artimanha e alma de plagiador são infinitas.

Se os tubarões fossem homens

Um texto admirável para estudo da ideologia: "Se os tubarões fossem homens, perguntou a filha de sua senhoria ao senhor K., seriam eles mais amáveis para com os peixinhos? (...) Certamente, respondeu o Sr. K. (...) O mais importante seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. Eles seriam informados de que nada existe de mais belo e mais sublime do que um peixinho que se sacrifica contente, e que todos deveriam crer nos tubarões, sobretudo quando dissessem que cuidam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria assegurado se estudassem docilmente." - extracto de uma parábola escrita um dia por Bertolt Brecht intitulada "Se os tubarões fossem homens", aqui.

30 maio 2014

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
Séries pessoaisCulto aos presidentes (9); Espírito do deixa-falar (14); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (17); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (81); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)

Trabalho infantil em Moçambique

Em livro editado há oito anos sob minha direcção, produto de uma pesquisa efectuada em 2005 (com o título Tatá Papá, Tatá Mamã/Tráfico de menores em Moçambique. Maputo: Centro de Estudos Africanos/Imprensa Universitária, 2006, 527 páginas), resumi o conteúdo assim: "O tráfico de menores é uma realidade em Moçambique, confirmado pela imprensa, por estudos de casos e por percepções populares, dando origem a uma grande preocupação social. Tatá papá, tatá mamã é como ele é, regra geral, identificado nos bairros periféricos de Maputo. O tráfico laboral e sexual para a África do Sul e o tráfico para extracção de órgãos são as duas modalidades mais visíveis. Bem menos visível é o tráfico laboral infantil, num país onde existem quatro milhões de crianças e de adolescentes em situação de fragilidade social. O exemplo de 35 crianças traficadas em 2005 na província de Manica para serem vendidas em farmas locais a 100 mil meticais cada uma é profundamente trágico. Vulnerabilidades sociais e institucionais facilitam e ampliam o tráfico. Várias medidas são necessárias [...]" Aqui.

Internet e jornais

Quanto maior for o acesso dos Moçambicanos à internet menor será, progressivamente, a sua relação com jornais de papel. Estes poderão sobreviver intensificando o jornalismo dos títulos bombásticos, mas não por muito tempo. Quando 40 a 50% dos Moçambicanos tiverem acesso regular à internet - por computador, tablete ou celular clássico -, a imprensa escrita estará a morrer, mesmo com o acicate dos títulos sensacionais. Talvez lá para 2025/2030.

As motorizadas de Amurane

No "Nova Era" electrónico editado na cidade de Nampula, com data de hoje. Repare-se como os régulos parecem trajar fardas e galões de general. O presidente do Conselho Municipal da cidade, Mahamudo Amuraneé do partido Movimento Democrático de Moçambique, que ganhou as municipais locais de 2013. Imediatamente, segundo o jornal, a Frelimo reagiu, agastada, considerando que a oferta é "um acto político e que tem por objectivo garantir a vitória nos próximos pleitos eleitorais. Para Pedro Gulhumba, membro da Assembleia Municipal pela bancada da Frelimo, o que o presidente do município está a fazer constitui autêntico desrespeito aos princípios constitucionais e uma tentativa de aliciação."
Adenda às 07:23Especialmente a partir de 1960/1962, quando os ventos da libertação nacional soavam em África e a Frelimo estava a nascer na Tanzania, o regímen colonial começou a "modernizar" os régulos (que tinham um papel importante nos chamados "tribunais privativos dos indígenas"): casas de alvenaria (do tipo daquelas de Cateme, em Tete...), percentagem maior da cobrança de impostos, salários, fardas generalícias, bicicletas, assentos melhorados nas carroçarias dos carros administrativos, etc. Estudei isso em profundidade na Zambézia, há muitos anos. Defendo que, juntamente com os cipaios dos corpos de milicianos, os régulos jogaram um papel decisivo no bloqueio da luta armada da Frelimo nessa província.

29 maio 2014

Três em précampanha eleitoral

Em lugar de ficarem a ver a caravana da Frelimo passar com Filipe Nyusi, o candidato do MDM, Deviz Simango, e, agora também, o secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, estão em précampanha eleitoral no país. Este último afirmou que Afonso Dhlakama será o candidato presidencial do seu partido.

Canalização masculinizada

Extracto de um texto exemplar: "De acordo com Adelina Sumbe as mulheres ainda sofrem preconceito neste ramo, visto que há muitas pessoas que associam a canalização aos homens. Quando as canalizadoras são contratadas por homens, para realizar um determinado trabalho numa residência, as esposas não aceitam que elas façam o trabalho, supostamente porque podem conquistar o Marido." Aqui.

Hipóteses

À medida que as eleições gerais mercadas para Outubro se aproximam, os seguintes tipos de fenómenos - per se ou em combinações variadas - poderão, entre outros, jogar um papel importante (alguns já jogam) na vida do país: panfletarismo, boatos (espontâneos ou intencionalmente fabricados), greves, senhorismo de guerra rodoviário, manifestações, populismo comicial-político (com acento messiânico), páginas mais activas e agressivas nas redes sociais (com peso crescente do anonimato e do superficialismo), decisões e obras estatais de pendor social amplamente publicitado, ataques estigmatizantes (pessoais e partidários) e recurso politizante a igrejas salvacionistas e curandeiros.

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
Séries pessoaisCulto aos presidentes (9); Espírito do deixa-falar (14); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (17); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (81); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)

Prismas

Um jurista foi há tempos citado a dizer que as regalias para ex-deputados, deputados e ex-chefes de Estado aprovadas pela Assembleia da República destinavam-se a dar-lhes dignidade, leia aqui; entretanto, sobre a exigência de aumento das pensões ontem formulada por deficientes militares, um adido de imprensa do Ministério dos Combatentes é hoje citado a dizer que a conjuntura económica do país não permite aumentá-las. Aqui.

Fernando Lima radiografa o país

O jornalista Fernando Lima, presidente do Conselho de Administração da Mediacoop, empresa proprietária dos jornais Savana e mediaFAX e da Rádio Savana, deu uma entrevista a um jornal local, na qual radiografa o país e o desempenho do Presidente Guebuza. Aqui.

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
Séries pessoaisCulto aos presidentes (9); Espírito do deixa-falar (14); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (17); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (80); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)

Peso do César

Quanto mais fraca for a comunicação dentro de um partido, quanto mais fraca for a malha local de intervenção autónoma, quanto mais militarizada for a organização, quanto menor a escolaridade dos membros, mais forte é o peso do César e, portanto, do cesarismo.

Sobre a revolução

"O que era a revolução, totem e tabu, senão a promessa de uma fuga à história imediata, em direcção a uma existência totalmente diferente da que vivíamos localmente?" (Régis Debray)

27 maio 2014

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
Séries pessoaisCulto aos presidentes (9); Espírito do deixa-falar (14); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (17); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (80); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)

"Pretos de qualidade"

Segundo o "@Verdade", em texto de Alexandre Chaúque, um grupo de jovens da cidade de Inhambane organizou uma festa com a seguinte restrição no acesso, escrita com spray em esteiras: "Pretos de qualidade". O fenómeno provocou inquietação. Aqui.
Comentário: se se tratou de uma restrição elitista - algo como "só ricos podem participar" - , então estamos, por hipótese, perante um racismo sem raça. Ou, para usar uma outra fórmula, racismo de classe. Recorde um texto meu intitulado "Sete racismos", aqui.
Adenda às 06:32: até pode ser, apenas, um exercício de humor.

Dois fenómenos

O presidente do MDM, Deviz Simango, surgiu na imprensa pedindo desculpa pelo facto de a sua bancada parlamentar ter concordado com o aumento de regalias para chefes de Estado e deputados. AquiPor outro lado, a presidente do Malawi, Joyce Banda, ordenou a anulação dos resultados eleitorais que a colocam no terceiro lugar, mas o Tribunal Supremo vetou a presidente e ordenou o prosseguimento da contagem de votos. Aqui.
Comentário: duas atitudes de coragem, a de Deviz Simango e a do Tribunal Supremo, tardia a primeira, imediata a segunda.
Adenda às 06:05 de 28/05/2014: leia a posição do bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, Tomás Timbane, aqui.

Ditos (80): queda da taxa de lucro político

Octogésimo dito. Quanto mais os detentores do poder político criminalizarem a oposição (analítica, partidária e contestatária de rua) mais isolados ficarão e mais uso farão dos instrumentos repressivos. A sua taxa de lucro político cairá cada vez mais. Ao nível das redes sociais, crescerão a contestação e o anonimato crítico.
(continua)

Aversões

Há quem preze mostrar que é anti-marxista, que é democrata puro. Paradoxo do destino, fascistas como Mussolini, Hitler, Salazar e Pinochet também não gostavam dos marxistas. Mas, como sabeis, esses senhores foram tragicamente mais completos: ordenaram o seu extermínio.

Investigai

Se vos dizem que os homens batem nas mulheres porque são "maus" ou que as mulheres são levianas porque lhes está "no sangue" sê-lo, duvidai e investigai. Se vos dizem que um ponto de vista é uma investigação, que uma investigação dispensa teoria ou que uma teoria dispensa comprovação, duvidai e investigai.

Vida inteira

Precisamos de alguns segundos para fazer perguntas, precisamos da vida inteira para tentar respostas.

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
Séries pessoaisCulto aos presidentes (9); Espírito do deixa-falar (14); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (17); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (80); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)

Anda por aí um novo Marx

Com o título em epígrafe, um trabalho de Sérgio Aníbal no Público a propósito da obra do economista francês Thomas Piketty intitulada O Capital no século XXI, aqui. Aproveite ler mais este outro trabalho do jornal Economia, aqui. (agradeço ao AT o envio da referência)

No "Savana" 1063 de 23/05/2014, p.19

Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do ratoNota: "Fungulamaso" (abre o olho, está atento, expressão em ShiNhúnguè por mim agrupada a partir das palavras "fungula" e "maso") é uma coluna semanal do semanário "Savana" sempre com 148 palavras na página 19. A Cris, colega linguista, disse-me que se deve escrever Cinyungwe. Tem razão face ao consenso obtido nas consoantes do tipo "y" ou "w". Porém, o aportuguesamento pode ser obtido tal como grafei.
Adenda: também na rubrica Crónicas da minha página na "Academia.edu", aqui.

Seitas criam ponte entre religião e crime

Com o título em epígrafe, um trabalho inserto na Gazeta Russa, com o seguinte primeiro parágrafo: "As seitas russas contêm particularidades da mentalidade da população: elas se baseiam em crenças pagãs e prometem a cura completa do corpo, poder e vida eterna. No topo da hierarquia de cada seita há um líder forte, que, com seu carisma e ideias, atrai seguidores." Aqui. (agradeço ao RC o envio da referência)

25 maio 2014

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Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
Séries pessoaisCulto aos presidentes (9); Espírito do deixa-falar (14); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (17); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (80); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)

Fagocitose cognitiva

Uma grande parte dos problemas de conflito social nasce quando em lugar de procurarmos conhecer o sistema de referências de outrem, simplesmente submetemos esse outrem ao nosso sistema de referências. Chamo a isso fagocitose cognitiva.

Literatura e Direito/Justiça

O sétimo número da coleção "Cadernos de Ciências Sociais" da Escolar Editora chamar-se-á "Literatura: neutra ou engajada?", com autoria de Teresa Manjate (Moçambique), Rosália Diogo (Brasil) e Almiro Lobo (Moçambique), na sequência com que aparecem nas fotos em epígrafe.
O oitavo número chamar-se-á "Direito e justiça: antónimos ou sinónimos?", da autoria de André José (Moçambique), Daniel dos Santos (Canadá) e Débora Aligieri (Brasil), com a mesma ordem na sequência fotográfica acima.
Recordo-vos os primeiros seis números da coleção, dos quais os primeiros três já estão à venda:
A coleção "Cadernos de Ciências Sociais", editada pela Escolar Editora, pretende dar respostas a perguntas simples sobre temas complexos da vida social, com textos combinando simplicidade e rigor de autores de vários quadrantes do imenso mundo falante de português. Nela apresento alguns dos grandes cientistas e intelectuais de ramos diversos que escrevem nessa língua no planeta, inscritos num fórum da coleção que cresce dia após dia.

24 maio 2014

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
Séries pessoaisCulto aos presidentes (9); Espírito do deixa-falar (14); Politizar cientificando: autárquicas Moçambique 2013 (17); Propaganda eleitoral pelo vestuário (8); Discursos presidenciais e escritores-fantasmas em Moçambique (3); Da purificação das fileiras à purificação das ideias (4); Luta política: a Pasárgada da Renamo (21); A cova não está em Muxúnguè (29); Por que os médicos venceram? (21); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (7); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (15); Sobre o 15 de Novembro (19); Produção de pobreza teórica (8); O discurso da identidade nacional (12); Como suster os linchamentos? (17); O que é um intelectual? (14); Democracia formal e prescrição hipnótica (9); A carne dos outros (23); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Modos de navegação social (22); Ditos (80); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (102)

Banda, a vidente

Segundo o "Notícias", a actual presidente do Malawi e candidata presidencial, Joyce Banda, acusou um partido da oposição de "manipular o escrutínio com o emprego de tecnólogo, que inclui o uso de satélite para desviar os dados antes de estes chegaram aos órgãos eleitorais."
Comentário: creio que este tipo de acusação deve ser inédito na história mundial das acusações de manipulação eleitoral. Vamos a ver se, entre nós, as próximas eleições não tratarão uma acusação do genéro "o partido X acusou o partido Y de usar os conhecimentos e os ossinhos do curandeiro Samessune Balis de Mambone para viciar os dados antes de chegarem aos órgãos eleitorais."
Adenda às 12:17 de 15/05/2014: saiba das últimas no Malawi através do Nyasa Times, aqui.

Sobre animais mauzões

Apareceram búfalos na Matola que feriram gravemente pessoas. São, como outros, animais "problemáticos", como a nossa imprensa gosta, antropomorficamente, de os apelidar. A pergunta é esta: como evitar que os mauzões dos elefantes, dos leões, dos macacos e dos búfalos dêem cabo da nossa paciência e das nossas vidas?
O nosso (ou deles, claro) velho Marx diria que é necessário verificar se a impossibilidade de solução do problema não está contida nas premissas da questão tal como esta foi formulada. Frequentemente, diria ele se hoje viesse a este país, a única possível resposta consiste em criticar e eliminar a questão tal como foi colocada.
Ora, o problema não está nos animais em si, o problema está em nós, humanos. O conflito não é entre nós e os animais, mas entre nós, humanos, entre a mentalidade de bombeiro e a mentalidade de previsão, monitoria e solução coerente.
Em lugar de nos queixarmos amargamente tranformando animais em humanos clarividentes e terroristas ou matando uns tantos rapidamente com a mentalidade urgencial do bombeiro, seria saudável mudar o cerne do problema e colocar, entre outras, as seguintes quatro perguntas:
1. Qual a razão ou quais as razões por que os animais atacam seres humanos?
2. Dispõe cada localidade, cada posto administrativo, de pelo menos um caçador, de uma arma tipo 365 e de munições suficientes para o abate controlado de certos animais?
3. Dispõe cada chefe de posto, cada administrador, de uma história circunstanciada das deslocações populacionais provocadas, por exemplo, pela guerra civil ou por problemas como desmatamento, cheias, secas, chuvas prolongadas e copiosas?
4. Dispõe cada chefe de posto, cada administrador, de informação regular e actualizada sobre a distribuição zonal dos animais selvagens, sua quantidade e diversidade e sua movimentação, com recurso, por exemplo, a fotografias via satélite?

"À hora do fecho" no "Savana"


Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Segue-se um extracto reproduzido da edição 1063, de 23/05/2014, disponível na íntegra aqui:
Notas: de vez em quando um leitor queixa-se de não conseguir baixar o semanário "Savana" neste diário. Só tem de executar os seguintes três passos: clicar no "Disponível na íntegra aqui" da postagem, a seguir no "Baixar" do programa 4Shared e, a terminar, no "Baixar grátis" também do programa. Por outro lado, de vez em quando também me perguntam por que razão o ficheiro está protegido com senha e marca de água. Resposta: para evitar que os ávidos parasitas do copy/paste/mexerica o copiem, colocando-o depois no seu blogue ou na sua página de rede social digital com uma indicação malandra do género "Fonte: Savana". Mas, claro, um ou outro é persistente e consegue transcrever para o word certos textos, colocando-os depois no blogue ou na rede social, mas sem mostrar o elo. Mediocridade, artimanha e alma de plagiador são infinitas.