Tudo o que é palavra, acto e símbolo - artefactos sociais - tem de ser avaliado e libertado da pátina, de tudo aquilo que de alguma forma “oxidou” o gesto, o texto, o significado original. A pátina é completamente social e constituída por todo um conjunto de relações sociais assimétricas que foram plasmadas em tudo o que fazemos, dizemos, mexemos, etc. Por isso, nada do que vemos ou ouvimos é linear no sentido de que sempre as coisas foram assim ou inocentemente assim. O que nos surge nas entrevistas, nas respostas aos questionários, na observação quotidiana, tem de ser profundamente reorganizado, reavaliado, reaprofundado, numa escavação em profundidade, rigorosa, num exercício de decifração do evidente, do natural, do sempre-foi-assim.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Certos temas e certos jornais são magníficos para este género de trabalho.
Tema habitual neste site...Precisamos duma análise permanente dos discursos dos líderes e dos seus intelectuais de serviço.
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