18 horas, São Paulo, algures numa das suas ruas, hora de pico, hora intensa, muita gente, vertigem de vida, botequins fervilhando, gente no bula-bula, crianças saindo de uma escola na companhia de familiares, um odor intenso de milho cozido vindo de uma barraquinha móvel; uma mulher alta e forte de sapatilhas, uma catadora, tenta desesperadamente puxar o seu xova com medo de que o sinal bata verde e os automobilistas da rua perpendicular avancem, depois consegue e dá literalmente em correr, eventualmente fazendo ainda mais força para não ser pisada pelo xova; a poucos metros do supermercado, entre carros que passam sem parar, pedintes e vendedores de bugigangas, um homem magro está literalmente deitado no passeio, creio que dorme.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
3 comentários:
mais um retracto de um momeno na ida de uma cidade, obrigada por estes momentos
Jokas
Paula
Professor é Maputo ou Brazil? Fiquei muito comovido com a descrição.
Abraço
Maxango
Tanta coisa similar...Abraco!
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